Associação entre sinais clínicos, dados epidemiológicos e escore de condição corporal em cães portadores da síndrome braquicefálica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i14.44607Palavras-chave:
Estenose de narina; Fator de risco; Obesidade; Prolongamento de palato mole.Resumo
A síndrome braquicefálica cursa com alterações obstrutivas de trato respiratório anterior que desencadeiam sinais clínicos como dispneia inspiratória, ronco e síncope, diminuindo a qualidade de vida desses animais. O diagnóstico é baseado no exame físico, sinais clínicos presentes associado a exames de imagem. O tratamento de eleição é a correção cirúrgica das anomalias obstrutivas. A obesidade é um fator de risco para a síndrome braquicefálica, pois aumenta o tecido adiposo nas vias aéreas, estreitando o lúmen e piorando o esforço respiratório. O escore de condição corporal é um método subjetivo e semiquantitativo que avalia a gordura corporal. Em função da redução da qualidade de vida e do potencial risco de óbito, é de extrema importância estudar os impactos da obesidade, idade, estado reprodutivo, sexo e raça na gravidade dos sinais clínicos destes animais. Com isso, realizou-se um estudo retrospectivo baseado no prontuário de cães portadores da síndrome braquicefálica atendidos no município do Rio de Janeiro, em um serviço veterinário especializado em alterações respiratórias de pequenos animais. Foi demonstrado existir associação entre a raça, escore de condição corporal e o avançar da idade com o aumento do grau de manifestações clínicas. Não foi constatada associação da gravidade dos sinais clínicos com o sexo e o estado reprodutivo. Diante disso, é de extrema importância a conscientização dos veterinários e responsáveis sobre a manutenção de um adequado escore de condição corporal e indicação precoce do tratamento cirúrgico das anomalias obstrutivas para melhor qualidade de vida desses animais.
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