A relação transferencial nas varas de família: Um olhar psicanalítico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44673

Palavras-chave:

Varas de família; Psicanálise; Transferência.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a relação transferencial nas Varas de Famílias destacando o lugar do psicanalista neste contexto. Parte dos processos jurídicos que chegam as Varas de Família espera do psicólogo orientado pela psicanálise que ocupa esse lugar, a realização de um estudo que servirá também como mediador dos problemas decorrentes da ruptura conjugal. A escuta clínica possibilita as partes envolvidas no processo jurídico expressarem suas angústias; desde que seja utilizado a transferência enquanto um dispositivo ético e que promova a construção de um saber e ao mesmo tempo responsabiliza o sujeito por sua posição diante da separação. Manejar essa transferência é tentar intervir para que o sujeito advenha aquém ou além do jogo jurídico sustentado pela demanda ao judiciário. Trata-se de um estudo teórico que utilizou a metodologia de revisão bibliográfica para nortear a presente discussão. Conclui-se que ao exercer a função de perito judicial, o psicanalista amparado pela sua ética é orientado a fazer surgir a palavra das pessoas envolvidas para que possa discernir qual a demanda do mesmo, e produzir um estudo dentro do seu campo de atuação com a finalidade de oferecer subsídios à decisão judicial.

Referências

Araújo, M. G (2010). Considerações sobre o narcisismo. Estud. psicanal. 34, 79-82. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010034372010000200011&lng=pt&nrm=iso.

Birman, J. (2005). Mal-estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação (5aed.). Civilização Brasileira.

Brandão, E. P. (2021). Direito de família e psicanálise: uma abordagem da alienação parental a partir das fórmulas quânticas da sexuação. Revista Latinoamericana de psicopatologia fundamental, 24(1), 200–218. https://doi.org/10.1590/1415-4714.2021v24n1p200.11

Cavalheiro, A. C. & Ferrari, L. B. (2023). A atuação do psicólogo nas políticas públicas de assistência social: Uma perspectiva psicanalítica. Research, Society and Development, 12(12), e85121244047, 2023. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44047/35317

Coimbra, J. C. (2009). Tempo e memória nas varas de família. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 9(3). http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812009000300010&lng=pt&tlng=pt.

Brasília. Conselho Federal de Psicologia – CFP. (2022). Cartilha avaliação psicológica. (3a ed.).

Costa, L. F., Penso, M. A., Sudbrack, M. F. O. (2009). As competências da psicologia jurídica na avaliação psicossocial de famílias em conflito. (21 (2), 233-241). Psicologia & Sociedade. Brasília/DF.

Dias, M. B. (2015). Manual de Direito das Famílias. Revista dos Tribunais. Edição 10.

Féres-Carneiro, T. (1998). Casamento contemporâneo: o difícil convívio da individualidade com a conjugalidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 11(2).

Fiorelli, J. O. & Mangini, R. C. R (2010). Psicologia jurídica. (2a ed.) Atlas.

Freud, S. (1917[1916-17]). Conferências Introdutórias sobre Psicanálise. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (v. 16.). Imago.

Freud, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (v. 14.). Imago.

Freud, Sigmund. (1912). A dinâmica da transferência. Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (v. 12.). Imago.

Lacan, J. (1985). O Seminário Livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da Psicanálise. Jorge Zahar.

Losso, R. (2003). Divorce terminable and Interminable: A psychoanalytic and Interdisciplinary approach. Journal of Applied Psychoanalytic Studies, 5(3), 321-334.

Martinez, V C. V. & Matioli, A. S. (2012). Enfim Sós: Um estudo psicanalítico do divórcio. Rev. Mal-Estar Subj, 12(1-2), 205-242. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15181482012000100008&lng=pt&nrm=iso.

Maurano, D (2006). A transferência: uma viagem rumo ao continente negro. Jorge Zahar Ed.

Medina, T. C., Keitel, A. S. P., Neubauer, V. S., Veiga, D. J. S., Gomes, A. A., & Linck, I. M. D. (2021). Multiplicidade de vínculos parentais: Uma análise a partir do princípio do melhor interesse. Research, Society and Development, 10(8), e51510815753. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i8.15753

Miller, J-A (1987). Percurso de Lacan: uma introdução. Artes médicas.

Miranda Junior, Hélio C. (2009). O psicanalista no tribunal de justiça: Possibilidades e limites de um trabalho na instituição. Tese (Doutorado – Programa de Pós-graduação em Psicologia). Instituto de psicologia da Universidade de São Paulo.

Pereira, R.C. (2021). O narcisismo e a Clínica do Direito. https://ibdfam.org.br/artigos/1767/O+narcisismo+e+a+Cl%C3%ADnica+do+Direito.

Ramos, N. F. B., ZIELAK M. L., TAVARES, M. G. (2015). A atuação e relevância do psicólogo jurídico nas varas de família do Fórum TJ/AL de Maceió/AL. (3(1), 167–184). Alagoas: Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT.

Rodrigues, G. C. R. & Delfino, D. (2023). Dinâmica familiar e depressão infantil: Uma análise dos sinais, fatores de risco e intervenções psicoterapêuticas na idade escolar. Research, Society and Development, 12(12), e57121243982. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43982/35288

Santos, M. R. R. & Costa, L. F. (2010). Campo psicossocial e jurídico: relações de poder nas decisões de conflito familiares. 27(4), 553-561. Estudos de Psicologia.

Silva, D. M. P. da. (2003). Psicologia jurídica no Processo Civil Brasileiro. Casa do Psicólogo.

Souza, J. G., Chaves, W. C., Moreira, A. M., Junior, E. S. G., Silva, R. A. (2020). O psicanalista no tribunal de família – uma nova lida com as demandas. 7(20): Direitos Humanos II. Humanidades e Inovação.

Vasconcelos, F. B. (2013). A família, a violência e a justiça: Conflitos violentos familiares, Lei Maria da Penha e concepções jurídicas no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Civitas - Revista De Ciências Sociais. 13(1), 136–153. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2013.1.12590

Villanova, A. B., Nass, I. R., De Brum, L. F., Kruel, C. S., Guazina, F. M. N., Carlesso, J. P. P. (2019). As implicações do divórcio no desenvolvimento psíquico na primeira infância na perspectiva psicanalítica. Research, Society and Development, 8(1), e3681620. https://doi.org/10.33448/rsd-v8i1.620.

Downloads

Publicado

01/01/2024

Como Citar

CARVALHO, S. F. de .; GONTIJO, R. A. G. .; GONTIJO, J. G. . A relação transferencial nas varas de família: Um olhar psicanalítico . Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 1, p. e0413144673, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i1.44673. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44673. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais