Raro caso de infecção por paracoccidioidomicose em uma criança no estado de Mato Grosso do Sul: Um relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i14.44688Palavras-chave:
Paracoccidioidomicose; Infecção; Fungo; Fúngica.Resumo
Introdução: A paracoccidioidomicose é uma infecção fúngica de forma sistêmica causada pelos fungos Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis) e Paracoccidioides lutzii (P. lutzii), os quais habitam como hospedeiros definitivos em tatus, cães e seres humano. É adquirido através da manipulação de solo ou detritos contaminados, adentrando pela via inalatória e atingindo de forma sistêmica múltiplos órgãos – sendo de raro acometimento pediátrico. Objetivo: Relatar um caso clínico pediátrico de paracoccidioidomicose no departamento de cuidados de terapia intensiva pediátrica do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP). Metodologia: Estudo observacional, descritivo, narrativo e reflexivo, tipo relato de caso clínico. O dados gerais foram obtidos através do prontuário médico eletrônico, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Paciente, sexo masculino, 6 anos, com quadro crônico de febre diária associada a vômitos pós prandiais, diarreia, hiporexia, fraqueza, perda ponderal, aumento de volume abdominal e acometimento pulmonar. Foi encaminhado ao serviço de infectologia pediátrica no HUMAP, onde foi diagnosticaso com paracoccidioidomicose. Paciente foi tratado com Anfotericina B lipossomal evoluindo com melhora clínica e possibilitando alta médica com retorno ambulatorial. Apesar do paciente não ter ser da faixa etária comumente acometida, o mesmo apresentou história positiva de exposição rural e sintomas clínicos altamente sugestivos. O caso teve múltiplas correlações com a revisão bibliográfica realizada, comprovando que o serviço realizou condutas corretamente. Conclusão: Conclui-se que é necessário conhecer a doença para investigar a mesma dentro das doenças infectocontagiosas, bem como a importância do registro de casos para organização de políticas públicas adequadas.
Referências
Bernard G., & Mendes-giannini, M. J. S. (2009). Paracoccidioidomycosis. In: Textbook of pediatric infectious diseases (p.2762-76). Elsevier Science (6a ed.).
Bernard G., Romano C. C., Cacere C. R., Juvenale M., Mendes-giannini M. J., & Duarte A. J. (2001). Imbalance of IL-2, IFN-gamma and IL-10 secretion in the immunosuppression associated with human paracoccidioidomycosis. Cytokine. 13(4):248-52. 10.1006/cyto.2000.0824.
Bertoni T. A., Takao E. K. H., Dias J. R. C., & Svidzinski T. I. E.(2010). Paracoccidioidomicose e tuberculose: diagnostico diferencial. J Bras Patol Med Lab, 46(1), 17-22. https://www.scielo.br/j/jbpml/a/KJbvM8dcvfBXjkTycPs6kRP/?format=pdf&lang=pt
Brum A. V., Brum V. L., & Brum T. L. (2010). Comprometimento do sistema nervoso central na paracoccidioidomicose em paciente imunocompetente. Relato de caso. Rev Bras Clin Med, 8(1):83-5. http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2010/v8n1/a017.pdf
Costa A. N., Benard G., Albuquerque A. L., Fujita C. L., Magri A. S., & Salge J. M. (2013). The lung in paracoccidioidomycosis: new insights into old problems. Clinics, 68(4):441-8. doi: 10.6061/clinics/2013(04)02.
De Macedo P. M., Almeida-paes R., Freitas D. F., Varon A. G., Paixão A. G., & Romão A. R. (2017). Acute juvenile Paracoccidioidomycosis: a 9-year cohort study in the endemic area of Rio de Janeiro, Brazil. PLoS Negl Trop Dis, 11:e0005500. 10.1371/journal.pntd.0005500.
Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas
Ferreira M. S. Paracoccidioidomycosis (2009). Pediatr Respir Ver,10(4):161-5. 10.1016/j.prrv.2009.08.001.
Franco M, Bagagli E, Scapolio S, & Da Silva Lacaz C. (2000). A critical analysis of isolation of Paracoccidioides brasiliensis from soil. Med Mycol, 38:185–91. 10.1080/mmy.38.3.185.191.
Maeda L., Hara M. H., SAbedotti I. F., MOntandon C., Torriani M., & Nanni L.(1999). Paracoccidioidomicose óssea associada à síndrome da imunodeficiência adquirida: relato de um caso. Rev Imagem, 21(1):21-4. http://revodonto.bvsalud.org/pdf/occ/v15n1/a10v15n1.pdf
Martinez R., & Moya M. J. (2009). Complexo primário da paracoccidiodomicose e hiperesofinofilia. J Bras Pneumol, 35(12):1259-1262. 10.1590/S1806-37132009001200016
Marques S. A. (2013). Paracoccidioidomycosis: epidemiological, clinical,diagnostic and treatment up-dating. An Bras Dermatol, 88(5):700-11. 10.1590/abd1806-4841.20132463
Marques S. A. (2008). Paracoccidioidomicose: centenário do primeiro relato de caso. An Bras Dermatol, 83(3):271-3. 10.1590/S0365-05962008000300014
Moreira A. P. V. (2008). Paracoccidioidomicose: histórico, etiología, epidemiologia, patogênese, formas clínicas, diagnóstico laboratorial e antígenos. Bol Epidemiol Paul, 5(51):11-24. https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/issue/view/2411/229
Moreto T. C., Marques M. E. A., Oliveira M. L. S. C., Moris D. V., Carvalho L. R., & Mendes R. P.(2011). Accuracy of routine diagnostic tests used in paracoccidioidomycosis patients at a university hospital. Trans R Soc Trop Med Hyg, 105(8):473-8. 10.1016/j.trstmh.2011.03.001.
Nogueira M. G., & Andrade G. M. (2015). Paracoccidioidomycosis in children and adolescents. Rev Médica Minas Gerais, 25:260-8. 10.5935/2238-3182.20150046
Oliveira S. J., Mamoni R. L., Musatti C. C., Papaiordanou P. M., & Blotta M. H. (2002). Cytokines and lymphocyte proliferation in juvenile and adult forms of paracoccidioidomycosis: comparison with infected and non-infected controls. Microbes Infect, 4(2):139-44. 10.1016/s1286-4579(01)01521-0
Palheta-neto F. X., Moreira J. S., Martins A. C., Cruz f. J., Gomes E. R., & Pezzin-palheta A. C. (2003). Estudo de 26 casos de Paracoccidioidomicose avaliados no Serviço de Otorrinolaringologia da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Rev Bras Otorrinolaringol, 69:622-7. doi: 10.1590/S0034-72992003000500006
Palmeiro M., Cherubini K., & Yurgel L. S. (2005). Paracoccidioidomicose – Revisão da Literatura. Scientia Med, 15(4):274-8.
SES (Secretaria de Saude do Estado de Mato Grosso do Sul). (2021). Nota técnica Paracoccidiodomicose. https://www.vs.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2021/08/Nota-tecnica-paracoccidiodomicose.pdf.
Shikanai-yasuda M. A., Mendes R. P., Colombo A. L., Moretti M. L., Queiroz-Telles F., & Kono A. S. (2017). Brazilian guidelines for the clinical management of paracoccidioidomycosis. Rev Soc Bras Med Trop, 50 (5), 715-740. 10.1590/0037-8682-0230-2017
Shikanai-yasuda M. A., MEndes R. P., Colombo A. L., Moretti M. L., Queiroz-Telles F., & Kono A. S. (2018). II Consenso Brasileiro em Paracoccidioidomicose - 2017. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 27, n spe, e0500001. 10.5123/S1679-49742018000500001
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ana Carolina Cordera; Alecsander Silva de Alexandre
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
