Gastrite e duodenite linfoplasmocíticas em cão: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44792Palavras-chave:
Doença inflamatória intestinal; Enteropatia inflamatória crônica; Disbiose; Gastrite hiperplásica linfoplasmocítica; Duodenite erosiva linfoplasmocítica.Resumo
A doença inflamatória intestinal (DII) ou enteropatia inflamatória crônica em cães, é caracterizada por alterações inflamatórias crônicas do trato grastrointestinal, das quais possuem etiologia multifatorial e difícil diagnóstico. Entre as principais causas da DII estão a predisposição genética, disbiose, aumento da permeabilidade intestinal e fatores ambientais. Os sinais clínicos são inespecíficos, recorrentes ou persistentes, incluindo vômitos, diarreia, perda de peso e alteração do apetite, por um período superior a três semanas. O diagnóstico costuma ser feito a partir da exclusão de patologias diferenciais, através da anamnese e exames complementares. O tratamento é baseado na modificação da dieta, utilização de corticosteroides, imunossupressores, antibióticos, além de terapia de suporte com nutracêuticos e tratamentos alternativos. O prognóstico da doença é variável, a depender do tipo de enteropatia e sua severidade. Este estudo tem como objetivo relatar o processo de investigação clínica, acerca de um caso de gastrite hiperplásica e duodenite erosiva linfoplasmocíticas, apresentadas em um canino, macho, da raça Dachshund, de 7 anos, com histórico de diarreia crônica e vômitos biliosos esporádicos. A metodologia utilizada no presente artigo refere-se a um estudo observacional descritivo do tipo relato de caso. Dessa forma, expõe a investigação dos sinais clínicos, onde foram descartados diagnósticos diferenciais, sugerindo-se o diagnóstico, tratamento e prognóstico pertinentes para doença inflamatória intestinal. Até o momento, o animal permanece em tratamento e estabilizado.
Referências
Allenspach, K. & Mochel, P. J. (2021). Current diagnostics for chronic enteropathies in dogs. Veterinary Clinical Pathology. 50, 18-28. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34699081/.
Artacho, S. N. & Silva, D. R. (2023). Doenças do intestino delgado: diarreias agudas. In: Jericó, M.M; Neto, A.P.J. & Kogika, M.M. Tratado de Medicina Interna de Cães e gatos. Guanabara Koogan, 1052-1055.
Artacho, S. N. & Silva, D. R. (2023). Doenças do intestino delgado: diarreias crônicas. In: Jericó, M.M; Neto, A.P.J. & Kogika, M.M. Tratado de Medicina Interna de Cães e gatos. Guanabara Koogan, 1056-1059.
Bastan, I., et al. (2017). Assessment of eosinophil peroxidase as a potential diagnostic and prognostic marker in dogs with inflammatory bowel disease. American Journal of Veterinary Research. 78(1), 36-41. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28029282/.
Bottero, E., et al. (2022). Clinical evaluation and microbiota analysis in 9 dogs with antibiotic-responsive enteropathy: A prospective comparison study. Journal of Veterinary Internal Medicine. 36(4), 1220-1228. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9308422/.
Cave, N. (2013). Gastrointestinal gas: Eructation, borborygmus and flatulence. In: Washabau, J.R.& Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 124 – 128.
Cerquetella, M., et al. (2010). Inflammation bowel disease in dog: differences and similarities with humans. World Journal of Gastroenterology. 16(9), 1050-1056. https://www.wjgnet.com/1007-9327/full/v16/i9/1050.htm.
Collins, T. M. (2013). Canine Inflammatory Bowel disease: Current and prospective Biomarkers for Diagnosis and Management. Compedium: Continuing Education for Veterinarians. 35. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23532922/.
Dandrieux, S. R. J. (2016). Inflammatory bowel disease versus chronic enteropathy in dogs: are they one and the same? Journal of Small Animal Practice. 57(11), 589-599. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jsap.12588.
Day, J. M. (2013). Gastrointestinal inflammation. In: Washabau, J. R. & Day, J. M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 54-59.
Duarte, R. (2020). Disbiose intestinal canina: diagnóstico e tratamento. Informativo técnico. PremieRvet. (3a ed.), 2-7. https://www.premierpet.com.br/wp-content/uploads/2020/11/Disbiose-intestinal-canina-Diagnostico-e-tratamento.pdf.
Erdmann, C. & Heilmann, M. R. (2017). Diagnostic and therapeutic approach to chronic inflammatory enteropathies in dogs. Tierarztl Prax Ausg K Kleintiere Heimtiere. 45, 317-327. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28933796/.
Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa. Editora Artes Médicas.
German, J. A. (2013). Small Intestine: inflammation. In: Washabau, J. R.& Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 669-678.
Guex, R. G. (2020) Helmintoses intestinais em caninos no Brasil – revisão de artigos publicados no período de 2013 a 2019. Revista Agrária Acadêmica. 3,(1). https://agrariacad.com/wp-content/uploads/2020/04/Rev-Agr-Acad-v3-n1-2020-p144-161-Helmintoses-intestinais-em-caninos-no-Brasil-%E2%80%93-revisao-de-artigos-publicados-no-periodo-de-2013-a-2019.pdf.
Hall, J. E. & German, J. A. (2008). Inflammatory Bowel Disease. In: Steiner, M. J. Small Animal Gastroenterology. Germany: Schlütersche, 2008. p. 312-327.
Heilmann, R., et al. (2018). Association of fecal calprotectin concentrations with disease severity, response to treatment, and other biomarkers in dogs with chronic inflammatory enteropathies. Journal of Veterinary Internal Medicine. 32, (2). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29460444.
Holmberg, J., et al. (2022). Chronic Enteropathy in dogs – Epidemiologic Aspects and Clinical characteristics of dogs presenting at two Swedish Animal Hospitals. Animals. 12(12), 1507. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35739843/.
Husnik, R. et al. (2022). Helicobacter Species and their association with Gastric Pathology in a Cohort of Dogs with Chronic Gastrointestinal signs. Animals. 12, (1254). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9137851/.
Jergens, E. A. & Heilmann, M. R. (2022). Canine chronic enteropathy – Current state-of-the-art and emerging concepts. Frontiers in Veterinary Science. vol.9. https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fvets.2022.923013/full.
Magalhães, P. L. M. T. (2008). Enterite linfoplasmocítica canina. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Universidade Técnica de Lisboa, p. 121. https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/947/1/Enterite%20Linfoplasmoc%C3%ADtica%20Canina.pdf.
Marks, L. S. (2013). Diarrhea. In: Washabau, J.R. & Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Missouri: Elsevier, 99-108.
Niina, A., et al. (2020). Fecal microbiota transplantation as a new treatment for canine inflammatory bowel disease. Bioscience of Microbiota, Food and Health. 40, (2), 98-154. https://www.jstage.jst.go.jp/article/bmfh/40/2/40_2020-049/_article.
Pappalardo, F. C. M & Auler, B. A. F. (2023). Doenças Gástricas. In: Jericó, M.M; Neto, A.P.J.& Kogika, M.M. Tratado de Medicina Interna de Cães e gatos. Guanabara Koogan, 1044-1051.
Perrucci, S., et al. (2020). Giardia duodenalis infection in dogs affected by primary chronic enteropathy. Open Veterinary Journal. 10, 74-79. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7193877/.
Sahoo, K. D., et al. (2022). Synbiotic-IgY Theraphy modulates the mucosal microbiome and inflammatory indices in dogs with Chronic Inflammatory Enteropathy: A randomized, double-blind, placebo-controlled study. Veterinary Sciences. 10, (1). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36669027/.
Siel, D., et al. (2022). Elucidating the role Innate and Adaptative immune responses in the pathogenesis of Canine Chronic Inflammatory Enteropathy – A search for potential biomarkers. Animals. 12, (13), 1645. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9264988/.
Silva, P. C. K. M., et al. (2022). Atividade cicatrizante e antioxidante da Maytenus ilicifolia (espinheira-santa): uma revisão. Research, Society and Development. 1, (14). https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/36604.
Simpson, W. K. (2013). Stomach: structure and function. In: Washabau, J.R.& Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 606-609.
Spohr, A. (2013). Stomach: diagnostic evaluation. In: Washabau, J.R.& Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Missouri: Elsevier, 609 – 615.
Suchodolski, S. J. (2016). Diagnosis and interpretation of intestinal dysbiosis in dogs and cats. The Veterinary Journal. 215, 30-37. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27160005/.
Suchodolski, S. J. (2013). Gastrointestinal microbiota. In: Washabau, J.R. & Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 32- 41.
Titmarsh, A. G., et al. (2015). Association of Vitamin D status and clinical outcome in dogs with chronic enteropathy. Journal of Veterinary Internal Medicine. 29, 1473-1478. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4895651/.
Washabau, J. R. (2013). Large Intestine. In: Washabau, J. R.& Day, J.M. Canine and Feline Gastroenterology. Elsevier, 729-744.
Westermarck, E. (2008). Chronic Diarrhea. In: Steiner, M. J. Small Animal Gastroenterology. Schlütersche, 132 -133.
WSAVA, World Small Animal Veterinary Association. (2010). Endoscopic, biopsy, and histopathologic guidelines for the avaluation of Gastrintestinal Inflamation in companion animals. Consensus Statements of the American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM). Journal of Veterinary Internal Medicine. 24. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1111/j.1939-1676.2009.0443.x.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Caroline Rodrigues de Oliveira; Fabiana Sperb Volkweis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.