Mortalidade por câncer de colo de útero nas regiões brasileiras: Um estudo ecológico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44848Palavras-chave:
Brasil; Distribuição temporal; Mortalidade; Neoplasias do colo do útero.Resumo
Introdução: O câncer de colo de útero é o quarto mais comum entre as mulheres globalmente. Objetivo: Analisar a mortalidade por câncer de colo uterino (CCU) nas regiões brasileiras. Métodos: Estudo transversal, descritivo e quantitativo, com dados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM/SUS), vinculado ao DATASUS, analisando número de óbitos por CCU nas regiões brasileiras, de 2015 a 2023, abrangendo mulheres de 20 a 80 anos. Foi aplicada estatística descritiva com a utilização do Microsoft Office Excel. A análise incluiu cálculo de taxas de mortalidade com base na população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o uso da CID-10 para classificação da neoplasia. Resultados: De 2015 e 2021, houve 44.292 óbitos no Brasil, com Norte e Nordeste apresentando as taxas de mortalidade mais elevadas. A faixa etária de 50 a 59 anos registrou a maior frequência de mortalidade. Quanto à cor/raça, as regiões Norte (74,8%), Nordeste (66,20%) e Centro-Oeste (52,43%) registraram mais óbitos entre mulheres pardas, enquanto Sul (81,56%) e Sudeste (51,56%) predominaram mulheres brancas. A maioria das mulheres era solteira e tinham baixa escolaridade, com destaque para Nordeste e Sudeste. Conclusão: Os dados indicam aumento na taxa de mortalidade entre 2015 e 2018, seguido de redução após 2018. Este estudo possui limitações, como a subnotificação de óbitos e incapacidade de estabelecer associações causais. Desse modo, há necessidade de investigações adicionais para compreender a diminuição na taxa após 2018, e de políticas de promoção à saúde para ampliar a cobertura do exame citopatológico.
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