A experiência da narrativa nos espaços de escuta como potencializadora dos processos de autonomia do adolescente no âmbito das práticas da saúde mental na Atenção Primária
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.44924Palavras-chave:
Adolescente; Atenção primária; Saúde mental; História oral de vida; Narrativa.Resumo
Este artigo é fruto da pesquisa realizada no contexto da atenção primária no município de Osasco com adolescentes que buscam o serviço de saúde mental com queixas diversas, tais quais automutilação, depressão, ansiedade, dificuldade de relacionamento, isolamento, dentre outras. A partir do acolhimento em saúde mental são propostos atendimentos terapêuticos em grupo, em cujas sessões são estimulados a construírem narrativas orais sobre suas vidas, seus sofrimentos e suas experiências. Além de refletirem sobre suas falas, vocabulário e organização do discurso, vivenciam a experiência de serem escutados e de escutarem outros adolescentes também com suas histórias e sofrimentos. A metodologia utilizada pertence ao campo da abordagem qualitativa e teve como ferramentas as entrevistas semiestruturadas. Quatro adolescentes que já participavam do grupo oferecido pelos profissionais da saúde mental na atenção primária aceitaram contar suas histórias de vidas em entrevistas individuais. A partir dessas narrativas foi possível fazer a discussão de temas importantes, revelando a potência das narrativas no processo de autonomia e saúde mental. Ao analisar as narrativas produzidas, podem-se observar questões de gênero, religiosidade e medicalização. Tais tópicos foram confrontados com a literatura, revelando a consonância destes achados com as pesquisas referenciadas. O objetivo da pesquisa foi analisar como a experiência de narrar sua história pode contribuir para a educação em saúde e a autonomia do usuário, numa reflexão em relação ao cuidado em saúde mental de adolescentes sob o princípio da integralidade e da promoção de saúde, numa perspectiva de humanização do cuidado.
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