Epilepsia Rolândica: Uma revisão bibliográfica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45079Palavras-chave:
Epilepsia Rolândica; Neurodesenvolvimento infantil; Crises convulsivas; Eletroencefalograma; Antiepilépticos; Epilepsia infantil; Pediatria.Resumo
A epilepsia é uma condição médica em que há perturbação da atividade cerebral, caracterizada por crises convulsivas focais, não provocadas ou reflexas. Objetivou-se discorrer acerca do diagnóstico e evolução da Epilepsia Rolândica na infância, características sindrômicas e opções teraupêuticas farmacológicas. Material e método: revisão integrativa de literatura junto às bases de dados SCIELO, PUBMED e UPTODATE, entre 2012 e 2022. Identificaram-se 69 artigos, sendo 22 utilizados na elaboração do trabalho. Os resultados mostram que a Epilepsia Rolândica é o distúrbio neurológico mais comum na infância, entre as demais síndromes epilépticas, o sexo masculino é o mais prevalente e a primeira manifestação, geralmente ocorre antes da puberdade, entre os sete e nove anos de idade. A evolução da história clínica auxilia no diagnóstico precoce que representa a melhor estratégia para indicar o tratamento correto e evitar futuras complicações do neurodesenvolvimento infantil. Para isso, o exame específico é o eletroencefalograma cujo resultado revela anormalidades evidentes como ondas centrotemporais agudas e achados morfológicos anormais. O prognóstico da Epilepsia Rolândica é favorável, devido a característica autolimitada da doença, na maioria dos casos ocorre remissão das crises antes da idade adulta sem que haja grandes prejuízos no desenvolvimento neurológico da criança.
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