O ato transfusional e hemovigilância na Unidade de Pronto Atendimento de Icoaraci, Belém, Pará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45082Palavras-chave:
Transfusão de sangue; Hemovigilância; Assistência farmacêutica; Serviço farmacêutico; Farmacêutico.Resumo
Introdução: O sangue possui componentes essenciais à vida. A hemovigilância, a partir da hemoterapia, garante a segurança do doador e do receptor. Objetivo: Investigar o ato transfusional e a hemovigilância na Unidade de Pronto Atendimento de Icoaraci, Belém, Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, qualitativo e quantitativo, do tipo pesquisa-ação, utilizando-se de amostragem por conveniência, sendo retrospectivo no período de setembro a dezembro de 2022 e prospectivo para o período de janeiro a fevereiro de 2023, com a realização de diagnóstico situacional do serviço e proposição de um modelo de atuação do profissional farmacêutico no processo. Resultados: Registra-se que dezembro de 2022 apresentou o maior número de transfusões sanguíneas, sendo que fevereiro de 2023 apresentou o maior número de reações pós-transfusionais (10 casos). Dos pacientes transfundidos, constatou-se uma prevalência de pacientes do sexo feminino (55%), com uma média de idade de 42 anos. Dentre as manifestações clínicas, destacou-se o pico hipertensivo. O hemocomponente mais utilizado foi o concentrado de hemácias. Observou-se, também, não conformidades em relação aos regulamentos técnicos de procedimentos hemoterápicos. Por fim, utilizou-se de Educação Continuada para a orientação à correta realização do ato transfusional. Conclusão: Recomenda-se, uma reflexão sobre a importância da atuação do farmacêutico na hemoterapia; assim como, sua inserção na equipe multiprofissional responsável pela hemoterapia.
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