Perfil epidemiológico das internações pediátricas por epilepsia no Brasil no período entre 2012 e 2022
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i3.45203Palavras-chave:
Epilepsia; Convulsões; Hospitalização; Perfil de saúde.Resumo
Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico das internações pediátricas por epilepsia, nos anos de 2012 a 2022. Métodos: Estudo ecológico descritivo, do tipo série temporal, utilizando dados disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Resultados: Os dados são correspondentes ao período de 2012 a 2022, tendo sido registradas 231.450 internações relacionadas à epilepsia no Brasil, com a maioria ocorrendo na região Sudeste, seguida pelo Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. A faixa etária mais afetada foi de 1 a 4 anos, sendo que a maioria dos pacientes era do sexo masculino e de cor parda. A maior parte das internações ocorreu em caráter de urgência, com uma média de permanência de 4,9 dias. As internações eletivas tiveram uma média de permanência maior e acima da média geral. Durante o período do estudo, houve 1254 óbitos relacionados às internações por epilepsia na população pediátrica, sendo a maioria dos óbitos ocorrendo em internações de urgência. Conclusão: A epilepsia afeta principalmente crianças de países em desenvolvimento, causando descargas elétricas cerebrais anormais capazes de prejudicar o desenvolvimento e a qualidade de vida. Investigações e estudos, especialmente em crianças, são essenciais para estratégias de diagnóstico, tratamento e apoio eficazes, visando controlar e prevenir a doença, mitigando seu impacto na sociedade.
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