Influência das Células da Glia na patogênese e progressão da Doença de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.45475Palavras-chave:
Neuroglia; Células da Glia; Doença de Alzheimer.Resumo
A doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa devastadora que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, apresentando déficits cognitivos progressivos, comprometimento funcional e alterações comportamentais. Nos últimos anos, o papel das células gliais na patogênese e progressão da DA tem sido cada vez mais reconhecido. Astrócitos, microglias e oligodendrócitos, células essenciais do sistema nervoso central, desempenham funções fundamentais na regulação do ambiente neural e na resposta a estímulos patológicos. No entanto, sua disfunção está implicada na neuroinflamação, perda neuronal e progressão dos sintomas da DA. Esta revisão de literatura tem como objetivo avaliar criticamente a influência das células da glia na patogênese e progressão da DA, utilizando uma abordagem rigorosa e sistemática, dos últimos 20 anos, a partir de alguns estudos primários, incluindo ensaios clínicos, meta-análises, ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas. Além disso, foi apresentado e analisado estratégias terapêuticas inovadoras, como imunoterapias direcionadas a astrócitos e microglias, que demonstraram potencial na redução da carga de beta-amiloide e melhoria dos resultados cognitivos em modelos animais de DA. No entanto, desafios significativos, como heterogeneidade das células gliais e necessidade de biomarcadores mais específicos, precisam ser superados para traduzir esses avanços para a prática clínica. Em suma, esta revisão destaca o papel crítico das células gliais na patogênese da DA e identifica áreas de pesquisa futura essenciais para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas para essa doença neurodegenerativa.
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