Malária em Moçambique: Das perceções ao registo de casos da doença no distrito de Govuro- uma realidade (in) contornável?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i6.45604Palavras-chave:
Malária; Percepções; Govuro; Moçambique.Resumo
A malária continua a ser um problema de saúde pública em Moçambique. Em 2015, foi responsável por 29% de todas as mortes hospitalares e 42% das mortes em crianças menores de 5 anos. A compreensão dos fatores que estão na origem dos casos de malária tem merecido debates em várias áreas do saber. No entanto, denota-se que existe uma lacuna crítica de informação relacionada com os fatores sociais e culturais, onde, as percepções que os atores sociais têm sobre a malária não fazem parte de uma agenda de pesquisas prioritárias. Tendo em conta este cenário, o presente estudo teve como objetivo descrever as perceções que o ator social de Govuro, na província de Inhambane tem sobre a malária e como estas influenciam no registo de casos desta doença. Para a coleta dos dados recorreu-se a entrevista aberta à 25 sujeitos da pesquisa selecionados intencionalmente e por conveniência. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa com base na fenomenologia. Os resultados mostram que a malária é percebida pelos atores sociais tal como é institucionalmente veiculada. No entanto, por conta da realidade económica, social bem como na crença de que a malária é uma fatalidade, não se verifica consentaneidade entre a maneira como é então percebida e a maneira como se age para fazer face a mesma, daí o registo de casos desta doença.
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