Impactos socioambientais da construção de hidrelétricas: Uma revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.45992

Palavras-chave:

Impactos; Usinas hidrelétricas; Socioambiental; Saúde.

Resumo

Nesta revisão de literatura foi feita uma análise sistemática com o objetivo de identificar os principais impactos socioambientais advindos da construção de hidrelétricas. Apesar de sua importância para o abastecimento energético de toda a sociedade, os problemas gerados pela implantação de usinas hidrelétricas são enormes e além de afetarem a biodiversidade local, interferem também na saúde das populações que vivem nas áreas onde tais empreendimentos estão instalados. Com essa finalidade, realizou-se um levantamento bibliográfico de produções científicas por meio das interfaces CAPES, PubMed e SciELO. Foram encontrados 289 artigos e após a leitura, considerando os critérios de seleção definidos, 30 estudos foram selecionados para uma revisão mais explanada das usinas hidrelétricas e suas repercussões socioambientais. Como resultado da coleta de dados observou-se as seguintes categorias de análise: ambiente, sociedade e saúde, a fim de compreender os desafios em torno da construção das usinas hidrelétricas. A partir das informações analisadas pode-se concluir que se por um lado a energia produzida por uma usina hidrelétrica é considerada limpa, por outro possui uma gama de efeitos ambientais, sociais e sanitários expressivos, e que cabe aos gestores deste negócio, o uso racional dos recursos naturais envolvidos na implementação da hidrelétrica, pois somente planejamento e execução sustentáveis podem minimizar esses impactos.

Referências

Baron, S., & Etges, V. E. (2017). Hidronegócio em questão: empoderamento dos atores regionais no contexto da descentralização da geração e gestão da energia elétrica. Barbarói, 2 (50), 70-89. https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i0.11466.

Becker, B. K. (2012). Reflexões sobre hidrelétricas na Amazônia: água, energia e desenvolvimento. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, 7(3), 783-790. https://doi.org/10.1590/S1981-81222012000300011.

Birro, S. O. B., Ross, J. L., & Cabral, J. B. P. (2021). Analysis of environmental fragility in the area of direct influence of the espora hydroelectric power plant in Corrente River, Goiás, Brazil. GOT, 22, 140-163. https://doi.org/10.17127/got/2021.22.006.

Carvalho, T. P. de ., Malcher, J. A. S., & Brito, D. M. C.. (2023). The Socioenvironmental Perception Of The Ones Affected By The Hydroelectric Power Plants Along The Araguari River/Ap, Eastern Amazon. Ambiente & Sociedade, 26, e02162. https://doi.org/10.1590/1809-4422asoc20210216r2vu2023L1OA

Cavalcante, M. M. A., Costa, G. M., Silva, G. V. L., & Moret, A. S. (2021). Hidrelétricas e Unidade de Conservação na Amazônia. Mercator, 20, 1-12. https://doi.org/10.4215/rm2021.e20017.

Custódio, D., Lorusso, J., & Cavalcante, L., A. N. Lopes (2022). Usinas Hidrelétricas E Seus Impactos Ambientais. Anais da Exposição Anual de Tecnologia, Educação, Cultura, Ciências e Arte do Instituto Federal de São Paulo- Campus Guarulhos - v.2. https://revista.gru.ifsp.edu.br/exatecca/article/download/76/31.

Derrosso, G. S., & Ichikawa, E. Y. (2014). A construção de uma usina hidrelétrica e a reconfiguração das identidades dos ribeirinhos: um estudo em Salto Caxias, Paraná. Ambiente & Sociedade, 17(3), 97-114. https://doi.org/10.1590/S1414-753X2014000300007.

Ezcurra, E., Barrios, E., Ezcurra, P., Ezcurra, A., Vanderplank, S., Vidal, O., Villanueva-Almanza, L., & Aburto-Oropeza, O. (2019). A natural experiment reveals the impact of hydroelectric dams on the estuaries of tropical rivers. Science advances, 5(3), 1-9. https://doi.org/10.1126/sciadv.aau9875.

Ertzogue, M. H., Ferreira, D. T. A. M., & Marques, E. E. (2017). “É a morte do Rio Tocantins, eu sinto isso”: Desterritorialização e perdas simbólicas em comunidades tradicionais atingidas pela hidrelétrica de Estreito, TO. Sociedade e Natureza, 29(1), 53-62. http://dx.doi.org/10.1590/1982-451320170104.

Fainguelernt, M. B. (2020). Impactos da Usina Hidrelétrica de Belo Monte: uma análise da visão das populações ribeirinhas das reservas extrativistas da Terra do Meio. Civitas-Revista de Ciências Sociais, 20 (1), 43-52. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2020.1.35906.

Ferreira, L. V., Cunha, D. A., Chaves, P. P, Matos, D. C .L., & Parolin, P. (2013). Impacts of hydroelectric dams on alluvial riparian plant communities in Eastern Brazilian Amazonian. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 85 (3), 1013-1023. https://doi.org/10.1590/S0001-37652013000300012.

Galbiatti-Silveira, P. (2018). Energia e mudanças climáticas: impactos socioambientais das hidrelétricas e diversificação da matriz energética brasileira. Opinión Jurídica, 17(33), 123-147. https://doi.org/10.22395/ojum.v17n33a5.

Galvão, M. C. B., & Ricarte, I. L. M. (2019). Revisão sistemática da literatura: conceituação, produção e publicação. Logeion: Filosofia da informação, 6(1), 57-73. https://doi.org/10.21728/logeion.2019v6n1.p57-73.

Giongo, C. R., Mendes, J. M. R., & Santos, F. K. (2015). Desenvolvimento, saúde e meio ambiente: contradições na construção de hidrelétricas. Serviço Social & Sociedade, 123, 501-522. https://doi.org/10.1590/0101-6628.034.

Grisotti, M. (2016). A construção das relações causais de saúde no contexto da barragem de Belo Monte. Ambiente & Sociedade, 19(2), 287-304. https://doi.org/10.1590/1809-4422ASOC0252V1922016.

Guerra, S. M. G., & Carvalho, A. V. D. (1995). Um paralelo entre os impactos das usinas hidrelétricas e termoelétricas. Revista de administração de empresas, 35 (4), 83-90. https://doi.org/10.1590/S0034-75901995000400010.

Jiao, N., Zhang, Y., Zeng, Y., Gardner, W. D., Mishonov, A. V., Richardson, M. J. Hong, N., Pan, D., Yan, X. H., Jo, Y. H., Chen, C. T., Wang, P., Chen, Y., Hong, H., Bai, Y., Chen, X., Huang, B., Deng, H., Shi, Y., & Yang, D. (2007). Ecological anomalies in the East China Sea: impacts of the Three Gorges Dam? Water research, 41(6), 1287-1293. https://doi.org/10.1016/j.watres.2006.11.053.

Junior, O. M. S., Santos, M. A., & Santos, L. S. (2018). Padrões espaço-temporais de desmatamento em resposta à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte na Bacia Amazônica. Interciência, 43(2), 80-84. https://www.redalyc.org/journal/339/33956916002/html/.

Junk, W. J., & Mello, J. A. S. (1990). Impactos ecológicos das represas hidrelétricas na bacia amazônica brasileira. Estudos avançados, 4(8), 126-143. https://doi.org/10.1590/S0103-40141990000100010.

Koifman, S. (2001). Geração e transmissão da energia elétrica: impacto sobre os povos indígenas no Brasil [Electric power generation and transmission: the impact on indigenous peoples in Brazil]. Cadernos de Saúde Pública, 17(2), 413-423. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2001000200016.

Marques, G. S., Giongo, C. R., Cruz, F. K. T., & Mendes, J. M. R. (2018). Deslocamento forçado e saúde mental: o caso da hidrelétrica de Itá. Revista de Estudios Sociales, 66, 30-41. https://doi.org/10.7440/res66.2018.04.

Moran, E. F. (2020). Changing how we build hydropower infrastructure for the common good: lessons from the Brazilian Amazon. Civitas-Revista de Ciências Sociais, 20(1), 5-15. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2020.1.34643.

Morais, L; Martins, I; Barbosa, J. E. L; Molozzi, J; Anacléto, M. J; Callisto, M. Bioindicadores bentônicos de qualidade ambiental em reservatórios da CEMIG. In: Callisto, M; Alves, C. B. M; Lopes, J. M; & Castro, M. A. (org.) (2014). Condições Ecológicas em Bacias Hidrográficas de empreendimentos hidrelétricos. Belo Horizonte: Companhia Energética de Minas Gerais, v. 1, 161-184, 2014 (Série Peixe Vivo, 2). https://www.cemig.com.br/wp-content/uploads/2020/07/Indice_de_Integridade_Biotica.pdf

Moret, A. S., Santos, C. M., Andrade, R. A. O., Simão, B. P., & Barba, C. H. (2021). Expandindo a concepção de atingidos por UHE: Assentamentos Vila Jirau e Vila da Penha - Rondônia. (2021). Ambiente & Sociedade, 24, 1-17. https://doi.org/10.1590/1809-4422asoc20200132r2vu2021L3DAO.

Moscoso Marín, L. B., & Montealegre Torres, J. L. (2013). Impactos en la flora terrestre por la implementación de pequeñas centrales hidroeléctricas en Alejandría, Antioquia. Producción+ Limpia, 8(2), 85-93. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1909-04552013000200009&lang=en.

Oliveski, M. C., & Siena, O. (2022). Principais Conclusões Dos Trabalhos Científicos Produzidos Sobre O Complexo Hidrelétrico Do Rio Madeira. Revista Foco, v15n4-006. https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/469/412.

Pase, H. L., Rocha, H. J. D., Santos, E. R. D., & Patella, A. P. D. (2016). The sociopolitical conflict in hydroelectric enterprises. Ambiente & Sociedade, 19(2), 45-66. https://doi.org/10.1590/1809-4422ASOC135480V1922016.

Pitombeira Carvalho, G. D. A., & Sieben, A. (2019). Da ilha de São José ao reassentamento coletivo Baixão em Babaçulândia (TO): efeitos da Usina Hidrelétrica de Estreito na Amazônia. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía, 28(1), 175-191. https://doi.org/10.15446/rcdg.v28n1.73572.

Pimenta, S. M., Peña, A. P., & Gomes, P. S. (2009). Aplicação de métodos físicos, químicos e biológicos na avaliação da qualidade das águas em áreas de aproveitamento hidroelétrico da bacia do rio São Tomás, município de Rio Verde-Goiás. Sociedade & Natureza, 21(3), 393-412. https://doi.org/10.1590/S1982-45132009000300013.

Queiroz, A. R., & Motta-Veiga, M. (2012). Análise dos impactos sociais e à saúde de grandes empreendimentos hidrelétricos: lições para uma gestão energética sustentável [Analysis of the social and health impacts of large hydroelectric plants: lessons for a sustainable energy management]. Ciência & Saúde Coletiva, 17(6), 1387-1398. https://doi.org/10.1590/s1413-81232012000600002.

Roquetti, D. R., Moretto, E., Pulice, S., & Paiva, M. (2017). Deslocamento forçado por barragem e resiliência socioecológica: a hidrelétrica de Barra Grande no Sul do Brasil. Ambiente & Sociedade, 20(3), 115-134. https://doi.org/10.1590/1809-4422ASOC153R2V2032017.

Serra, J. P., & de Oliveira, T. A. (2020). Impactos ambientais decorrentes da construção de barragens de usinas hidrelétricas: reflexões e desdobramentos físico-naturais. Carmino hayashi diego de souza sardinha, 64. https://www.researchgate.net/publication/344503533.

Sevá Filho, A., & Kalinowski, L. M. (2012). Transposição e hidrelétricas: o desconhecido Vale do Ribeira (PR-SP). Estudos avançados, 26 (74), 269-286. https://doi.org/10.1590/S0103-40142012000100019.

Tur, A. A., García-Andreu, H., Ortiz, G., & Dominguez-Gómez, J. A. (2018). Discourse Analysis of the Debate on Hydroelectric Dam Building in Brazil. Water Alternatives, 11(1), 125-141.

https://www.researchgate.net/publication/322978402_Discourse_Analysis_of_the_Debate_on_Hydroelectric_Dam_Building_in_Brazil.

Downloads

Publicado

26/09/2024

Como Citar

FERREIRA, H. S. .; SANTOS, G. S. da S. .; SANTOS, E. R. dos .; SANTANA, G. de M. .; CARLETTO, L. D. .; TAVEIRA, T. de S. . Impactos socioambientais da construção de hidrelétricas: Uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 9, p. e9813945992, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i9.45992. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/45992. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão