Estudo acerca do impacto da sonata K448 de Mozart na extinção da memória de medo em relação ao ambiente em camundongos fêmeas sem disbiose

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i6.46038

Palavras-chave:

Memória; Medo; Musicoterapia.

Resumo

A memória do medo é essencial para a sobrevivência, assim como a sua extinção é crucial para evitar fobias e transtorno de estresse pós-traumático. O objetivo do presente artigo é apresentar resultados de uma investigação sobre a interferência da Sonata K448 de Mozart na extinção da memória de medo ao ambiente aversivo contextualizado em camundongos fêmeas. Metodologia: para isso, foram utilizados 36 camundongos fêmeas da linhagem C57BL/6J, divididos aleatoriamente em três grupos: Mozart, Ambiente e Controle. Os animais do grupo Mozart foram expostos à música desde a gestação até a fase adulta, enquanto os outros grupos foram expostos apenas ao som ambiente. Procedimentos comportamentais incluíram exposição à música, habituação, treino de condicionamento som/choque, teste de extinção e teste de recordação. Os dados de comportamento foram analisados estatisticamente. Resultados: a diferença no comportamento de freezing entre os grupos no teste de recordação (t (9) = 0,874; p = 0,405) foi insignificante. A média percentual de congelamento foi de 13,11% ± 2,26% para o grupo Mozart e 9,67% ± 3,37% para o grupo Controle.  Conclusão: a partir dos resultados obtidos, é possível observar que os camundongos fêmeas expostos à Sonata K448 de Mozart comparado ao grupo Controle, não mostraram diferença na influência da música na recordação da memória de medo. Contudo, observa-se os limites do “efeito Mozart” e ressaltam a necessidade de considerar variáveis adicionais, como preferência musical e condições experimentais, ao investigar os efeitos terapêuticos da música.

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Publicado

13/06/2024

Como Citar

SILVA, A. C. M. da .; TRZESNIAK, C. .; MELO, M. F. M. de .; FARIA, R. S. . Estudo acerca do impacto da sonata K448 de Mozart na extinção da memória de medo em relação ao ambiente em camundongos fêmeas sem disbiose. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 6, p. e7213646038, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i6.46038. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/46038. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde