Linfo-Histiocitose Hemofagocítica Secundária associada à infecção por Epstein-Barr na população pediátrica: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i6.46064Palavras-chave:
Infecções EBV; Linfo-Histiocitose Hemofagocítica; Pediatria.Resumo
Introdução: A linfo-histiocitose hemofagocítica (LHH) é uma síndrome inflamatória rara que acomete, principalmente, crianças. Ela pode ser causada tanto por mutações genéticas quanto por causas externas, como a infecção por Epstein-Barr (EBV). O objetivo do trabalho é elucidar os aspectos já conhecidos dessa condição, bem como reforçar a necessidade de maiores estudos acerca de métodos diagnósticos e terapêuticos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa acerca da LHH secundária ao EBV. Utilizou-se dados das bases Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library of Medicine (SciELO) e National Library of Medicine (PubMed), a partir do cruzamento dos descritores “Infecções EBV”, “Linfo-Histiocitose Hemofagocítica” e “Pediatria” para responder à questão formulada através da estratégia PICO. Resultados e discussão: A LHH é dividida em primária, que está associada a mutações genéticas, e secundária, que depende de gatilhos, como infecções, autoimunidade e neoplasias. Dentre as LHH secundárias, destaca-se a LHH desencadeada por EBV, que geralmente é autolimitada, como uma mononucleose infecciosa, mas que pode levar à resposta imune descontrolada através da ativação de células T e do estímulo à produção de fatores pró-inflamatórios com repercussão sistêmica. A febre, associada a dor abdominal e a hiperferritinemia deve levantar a hipótese diagnóstica. Existem protocolos para o tratamento, porém novas drogas estão apresentando boas respostas, de acordo com a literatura. Conclusão: A LHH secundária ao EBV é uma condição rara e potencialmente fatal e representa um grande desafio para o diagnóstico. Novas pesquisas são essenciais para maior eficácia do diagnóstico, terapêutica e melhores prognósticos.
Referências
Canna, S., & Marsh, R. A. (2020). Pediatric Hemophagocytic Lymphohistiocytosis (HLH). Blood, 135(16). https://doi.org/10.1182/blood.2019000936
Chen, R., Lin, Q., Zhu, Y., Shen, Y., Xu, Q., Tang, H., Cui, N., Jiang, L., Dai, X., Chen, W., & Li, X.-Z. (2023). Sintilimab treatment for chronic active Epstein–Barr virus infection and Epstein–Barr virus-associated hemophagocytic lymphohistiocytosis in children. Orphanet Journal of Rare Diseases, 18(1). https://doi.org/10.1186/s13023-023-02861-9
Chinnici, A., Beneforti, L., Pegoraro, F., Trambusti, I., Tondo, A., Favre, C., Maria Luisa Coniglio, & Sieni, E. (2023). Approaching hemophagocytic lymphohistiocytosis. Frontiers in Immunology, 14. https://doi.org/10.3389/fimmu.2023.1210041
Cleves, D., Lotero, V., Medina, D., Perez, P. M., Patiño, J. A., Torres-Canchala, L., & Olaya, M. (2021). Pediatric hemophagocytic lymphohistiocytosis: A rarely diagnosed entity in a developing country. BMC Pediatrics, 21(1). https://doi.org/10.1186/s12887-021-02879-7
El‐Mallawany, N. K., Curry, C. V., & Allen, C. E. (2021). Haemophagocytic lymphohistiocytosis and Epstein–Barr virus: a complex relationship with diverse origins, expression and outcomes. British Journal of Haematology, 196(1), 31–44. https://doi.org/10.1111/bjh.17638
Imashuku, S., Morimoto, A., & Ishii, E. (2021). Virus‐triggered secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis. Acta Paediatrica, 110(10), 2729–2736. https://doi.org/10.1111/apa.15973
Ishii, E. (2016). Hemophagocytic Lymphohistiocytosis in Children: Pathogenesis and Treatment. Frontiers in Pediatrics, 4. https://doi.org/10.3389/fped.2016.00047
Jordan, M. B., Allen, C. E., Greenberg, J., Henry, M., Hermiston, M. L., Kumar, A., Hines, M., Eckstein, O., Ladisch, S., Nichols, K. E., Rodriguez-Galindo, C., Wistinghausen, B., & McClain, K. L. (2019). Challenges in the diagnosis of hemophagocytic lymphohistiocytosis: Recommendations from the North American Consortium for Histiocytosis (NACHO). Pediatric Blood & Cancer, 66(11), e27929. https://doi.org/10.1002/pbc.27929
Kaçar, A. G., & Celkan, T. T. (2022). Hemophagocytic Lymphohistiocytosis. Balkan Medical Journal/Balkan Medical Journal, 39(5), 309–317. https://doi.org/10.4274/balkanmedj.galenos.2022.2022-4-83
Keenan, C., Nichols, K. E., & Albeituni, S. (2021). Use of the JAK Inhibitor Ruxolitinib in the Treatment of Hemophagocytic Lymphohistiocytosis. Frontiers in Immunology, 12. https://doi.org/10.3389/fimmu.2021.614704
Li, X., Luo, T., Yan, H., Xie, L., Yang, Y., Gong, L., Tang, Z., Tang, M., Zhang, X., Huang, J., Zheng, M., Yao, Z., Zang, P., Zhu, D., Xiao, Z., & Lu, X. (2023). Proteomic Analysis of Pediatric Hemophagocytic Lymphohistiocytosis: a Comparative Study with Healthy Controls, Sepsis, Critical Ill, and Active Epstein-Barr virus Infection to Identify Altered Pathways and Candidate Biomarkers. Journal of Clinical Immunology, 43(8), 1997–2010. https://doi.org/10.1007/s10875-023-01573-w
Liu, Q., Chen, L., Li, S., Shao, M., Zhou, L., Chen, Y., & HU, S. (2023) Stevens-Johnson Syndrome complicated by Epstein-Barr virus-associated hemophagocytic lymphohistiocytosis in a child. Minerva Medica, 114(5):747-9. https://doi.org/10.23736/S0026-4806.23.08608-1
Mărginean, M. O., Molnar, E., & Chinceşan, M. I. (2020). Epstein–Barr virus-associated hemophagocytic lymphohistiocytosis in a small child. Medicine, 99(3), e18759. https://doi.org/10.1097/md.0000000000018759
Nikiforow, S., & Berliner, N. (2015). The unique aspects of presentation and diagnosis of hemophagocytic lymphohistiocytosis in adults. Hematology, 2015(1), 183–189. https://doi.org/10.1182/asheducation-2015.1.183
Pan, H., Wang, G., Guan, E., Song, L., Song, A., Liu, X., Yi, Z., & Sun, L. (2020). Treatment outcomes and prognostic factors for non- malignancy associated secondary hemophagocytic lymphohistiocytosis in children. BMC Pediatrics, 20(1). https://doi.org/10.1186/s12887-020-02178-7
Ponnatt, T. S., Lilley, C. M., & Mirza, K. M. (2021). Hemophagocytic Lymphohistiocytosis. Archives of Pathology & Laboratory Medicine. https://doi.org/10.5858/arpa.2020-0802-ra
Sabrin Albeituni. (2024). Editorial: Towards a better understanding of hemophagocytic lymphohistiocytosis. Frontiers in Immunology, 15. https://doi.org/10.3389/fimmu.2024.1385487
Shi, J., Chu, C., Yu, M., Zhang, D., Li, Y., Fan, Y., Yu, Y., Luo, Y., & Zhou, W. (2021). Clinical warning of hemophagocytic syndrome caused by Epstein-Barr virus. Italian Journal of Pediatrics, 47(1). https://doi.org/10.1186/s13052-020-00949-7
Souza, M. T. de, Silva, M. D. da, & Carvalho, R. de. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), 8(1), 102-106. https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134
Zhang, Q., Zhao, Y.-Z., Ma, H.-H., Wang, D., Cui, L., Li, W.-J., Wei, A., Wang, C.-J., Wang, T.-Y., Li, Z.-G., & Zhang, R. (2022). A study of ruxolitinib response–based stratified treatment for pediatric hemophagocytic lymphohistiocytosis. Blood, 139(24), 3493–3504. https://doi.org/10.1182/blood.2021014860
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Maíra Guimarães Daher Resende; Luíza Maria de Almeida Sousa; Camila Martins da Silva; Pedro Mendes de Andrade; Thiago Magalhães de Aroeira Salles
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.