Benefícios da prática de atividade física para crianças com Transtorno do Espectro do Autismo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i7.46235Palavras-chave:
Autismo; Atividade física; Habilidade motora; Intervenção familiar; Tratamento.Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental complexa que afeta a interação social, comunicação e comportamento. Dada a prevalência crescente e o impacto significativo no desenvolvimento infantil, o presente estudo analisa como a prática de atividade física pode auxiliar no desenvolvimento de crianças com TEA. O objetivo principal é investigar os benefícios específicos da atividade física, identificar atividades eficazes para esse grupo e discutir a sua integração no cotidiano das crianças com TEA. Utilizando uma abordagem quali-quantitativa e uma revisão sistemática da literatura, foram analisados estudos recentes que abordam intervenções de atividade física aplicadas a crianças com TEA. Os critérios de inclusão envolveram artigos publicados nos últimos cinco anos em inglês, focados em intervenções como controle postural, educação física adaptada, regulação do sono e programas mediadores pelos pais. A busca eletrônica foi conduzida em bases como MEDLINE/PubMed, Science Direct e SciELO, utilizando descritores como < autism >, < Autism disorder > e < physical activity >. Dos 1636 estudos inicialmente identificados, 586 foram considerados relevantes após triagem, e quatro atenderam aos critérios finais. Os resultados indicam que a prática regular de atividade física traz múltiplos benefícios para crianças com TEA, como melhorias nas habilidades motoras, redução da ansiedade e aprimoramento da qualidade do sono. Programas estruturados de exercícios físicos, tanto tradicionais quanto exergames, mostraram-se eficazes no desenvolvimento das habilidades motoras e funções executivas dessas crianças. Intervenções mediadas pelos pais também foram benéficas, destacando a importância do envolvimento familiar. Concluímos que a atividade física é uma intervenção valiosa e de baixo risco que contribui significativamente para o desenvolvimento de crianças com TEA. No entanto, a implementação eficaz requer planejamento adequado e suporte profissional especializado. Ainda há uma necessidade de mais estudos clínicos detalhados para validar essas intervenções a longo prazo. Portanto, promover a capacitação de profissionais e o engajamento familiar são essenciais para maximizar os benefícios da atividade física em crianças autistas.
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