O tempo de tela na infância e suas implicações para a saúde física e mental: Revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i7.46333Palavras-chave:
Tempo de tela; Saúde mental; Desenvolvimento infantil; Ciência, tecnologia e sociedade; Ensino.Resumo
Introdução: A internet tornou a tecnologia onipresente. Crianças têm acesso crescente às telas, podendo afetar seu desenvolvimento físico, mental e emocional. O tempo excessivo de tela está relacionado ao sedentarismo, distúrbios do sono e dependência digital. Esse estudo tem como objetivo identificar e avaliar de forma criteriosa as publicações e evidências científicas relacionadas ao tempo de tela na infância e suas implicações para a saúde física e mental do indivíduo. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com a questão norteadora: “Quais são as implicações do tempo de tela na infância para a saúde física e mental das crianças?”. Os dados foram coletados nas bases PubMed, Scielo e Sciencedirect, utilizando os descritores: "tempo de tela", "infância" e "saúde mental". Resultados: Analisou-se o impacto do tempo de tela na saúde das crianças, reunindo 20 artigos de diversos países. Desvantagens incluem atrasos cognitivos, problemas de concentração e comportamento, e excesso de peso. Vantagens destacam estímulos na linguagem e melhoria de sintomas comportamentais com conteúdo educativo. Mediação parental é crucial para minimizar efeitos negativos. Discussão: Mais de 45% das crianças ultrapassam o tempo de tela recomendado pela OMS, afetando vocabulário, interação social e sono. Entretanto, a cognição, linguagem e desenvolvimento motor fino podem ser beneficiados pelo uso consciente das tecnologias. Conclusão: A intervenção dos responsáveis é determinante nos impactos ao desenvolvimento. Limitação do tempo de tela, atenção dos cuidadores, atividades socioeducativas e interação social são ações que indicam um balanço benéfico. Estudos futuros devem elucidar as dúvidas restantes.
Referências
Alroqui, H., Serratrice, L., & Cameron-Faulkner, T. (2022). The association between screen media quantity, content, and context and language development. Journal of Child Language, 50(5), 1–29. https://doi.org/10.1017/s0305000922000265.
American Academy of Pediatrics. (2016). Media and young minds. Pediatrics, 138(5). https://doi.org/10.1542/peds.2016-2591
Anderson, D. R., & Subrahmanyam, K. (2017) Digital Screen Media and Cognitive Development. Pediatrics. 140(2), S57–61. https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/140/Supplement_2/S57.full.pdf.
Brzozowska, I., & Sikorska, I. (2016). Potential effects of screen media on cognitive development among children under 3 years old: review of literature. Developmental Period Medicine, 20(1), 75–81. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27416629/.
Canuto, L. T., & Oliveira, A. A. S. de. (2020). Métodos De Revisão Bibliográfica Nos Estudos Científicos. Psicologia Em Revista, 26(1), 83–102. https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2020v26n1p82-100.
Dadson, P., Brown, T., & Stagnitti, K. (2020). Relationship between screen‐time and hand function, play and sensory processing in children without disabilities aged 4–7 years: A exploratory study. Australian Occupational Therapy Journal, 67(4), 297–308. https://doi.org/10.1111/1440-1630.12650.
Janssen, X., Martin, A., Hughes, A. R., Hill, C. M., Kotronoulas, G., & Hesketh, K. R. (2019). Associations of Screen Time, Sedentary Time and Physical Activity with Sleep in Under 5s: A Systematic Review and meta-analysis. Sleep Medicine Reviews, 49, 101226. https://doi.org/10.1016/j.smrv.2019.101226.
Jing, M., Ye, T., Kirkorian, H. L., & Mares, M.-L. (2023). Screen media exposure and young children’s vocabulary learning and development: A meta-analysis. Child Development, 94(5). https://doi.org/10.1111/cdev.13927.
Jones, A., Armstrong, B., Weaver, R. G., Parker, H., von Klinggraeff, L., & Beets, M. W. (2021). Identifying effective intervention strategies to reduce children’s screen time: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 18(1). https://doi.org/10.1186/s12966-021-01189-6.
Lin, L.-Y., Cherng, R.-J., & Chen, Y.-J. (2017). Effect of Touch Screen Tablet Use on Fine Motor Development of Young Children. Physical & Occupational Therapy in Pediatrics, 37(5), 457–467. https://doi.org/10.1080/01942638.2016.1255290.
Lin, L.-Y., Cherng, R.-J., Chen, Y.-J., Chen, Y.-J., & Yang, H.-M. (2015). Effects of television exposure on developmental skills among young children. Infant Behavior and Development, 38(38), 20–26. https://doi.org/10.1016/j.infbeh.2014.12.005.
Lin, Y.-C., Tsai, M.-C., Strong, C., Hsieh, Y.-P., Lin, C.-Y., & Lee, C. S. C. (2020). Exploring Mediation Roles of Child Screen-Viewing between Parental Factors and Child Overweight in Taiwan. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(6), 1878. https://doi.org/10.3390/ijerph17061878.
Lissak, G. (2018). Adverse physiological and psychological effects of screen time on children and adolescents: Literature review and case study. Environmental Research, 164(1), 149–157. https://doi.org/10.1016/j.envres.2018.01.015.
Madigan, S., Browne, D., Racine, N., Mori, C., & Tough, S. (2019). Association between screen time and children’s performance on a developmental screening test. JAMA Pediatrics, 173(3), 244. https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2018.5056
Massaroni, V., Delle Donne, V., Marra, C., Arcangeli, V., & Chieffo, D. P. R. (2024). The Relationship between Language and Technology: How Screen Time Affects Language Development in Early Life—A Systematic Review. Brain Sciences, 14(1), 27. https://doi.org/10.3390/brainsci14010027.
Mattos, P.C. (2015). Tipos de Revisão de Literatura. Unesp. https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.
Narueporn Likhitweerawong, Nonglak Boonchooduang, Jiraporn Khorana, Phichayut Phinyo, Jayanton Patumanond, & Orawan Louthrenoo. (2024). Executive dysfunction as a possible mediator for the association between excessive screen time and problematic behaviors in preschoolers. PloS One, 19(4), e0298189–e0298189. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0298189.
Nobre, J. N. P., Santos, J. N., Santos, L. R., Guedes, S. da C., Pereira, L., Costa, J. M., & Morais, R. L. de S. (2021). Fatores determinantes no tempo de tela de crianças na primeir4ca infância. Ciência & Saúde Coletiva, 26(3), 1127–1136. https://doi.org/10.1590/1413-81232021263.00602019.
Paiva, F. (2022, November 3). Crianças brasileiras passam quase 4 horas por dia com smartphone - Mobile Time. https://www.mobiletime.com.br/noticias/03/11/2022/criancas-brasileiras-passam-quase-4-horas-por-dia-com-smartphone
Radesky, J. S., Schumacher, J., & Zuckerman, B. (2014). Mobile and Interactive Media Use by Young Children: The Good, the Bad, and the Unknown. PEDIATRICS, 135(1), 1–3. https://doi.org/10.1542/peds.2014-2251
Rai, J., Predy, M., Wiebe, S. A., Rinaldi, C., Zheng, Y., & Carson, V. (2023). Patterns of preschool children’s screen time, parent–child interactions, and cognitive development in early childhood: a pilot study. Pilot and Feasibility Studies, 9(1). https://doi.org/10.1186/s40814-023-01266-6.
Robidoux, H., Ellington, E., & Lauerer, J. (2019). Screen Time: The Impact of Digital Technology on Children and Strategies in Care. Journal of Psychosocial Nursing and Mental Health Services, 57(11), 15–20. https://doi.org/10.3928/02793695-20191016-0
Sacramento, J. T., Menezes, C. S. A. de, Brandão, M. D., Broilo, M. C., Vinholes, D. B., & Raimundo, F. V. (2023). Association between time of exposure to screens and food consumption of children aged 2 to 9 years during the COVID-19 pandemic. Revista Paulista de Pediatria, 41. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2023/41/20212.
Sundqvist, A., Barr, R., Heimann, M., Ulrika Birberg Thornberg, & Koch, F. (2023). A longitudinal study of the relationship between children’s exposure to screen media and vocabulary development. Acta Paediatrica. https://doi.org/10.1111/apa.17047
Tu, K., Shen, C., Luo, Y., Mo, Y., Jian, L., Mei, X., Zhang, Q., Jin, L., & Qin, H. (2024). The relationships between screen exposure, parent-child interactions and com prehension in 8-month-old infants: The mediating role of shared viewing and parent-child conversation. PloS One, 19(1), e0296356. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0296356.
Yamamoto, M., Mezawa, H., Sakurai, K., Mori, C., & Japan Environment and Children’s Study Group. (2023). Screen Time and Developmental Performance Among Children at 1-3 Years of Age in the Japan Environment and Children’s Study. JAMA Pediatrics, 177(11). https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2023.3643
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Bárbara Santos Chaves; Cássia Francisca Silva de Castro; Isadora Ferreira Souza de Azevedo; Ívina Lorena Gê Negreiros; Maria Gabrielle Correia Rêgo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.