Perfil epidemiológico dos casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave com ênfase em COVD-19 no Estado de Minas Gerais Brasil 2021 a 2023
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i7.46349Palavras-chave:
COVID-19; Síndrome respiratória aguda grave; Estudo descritivo; SIVEP-Gripe; Minas Gerais.Resumo
A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, é um sério problema de saúde em escala global. O propósito da pesquisa foi analisar o perfil epidemiológico dos casos e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com foco na COVID-19, em Minas Gerais durante o período de 2021 a 2023. Foi realizado um estudo descritivo e quantitativo, utilizando dados secundários, com o cálculo de frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e dispersão, taxas de incidência e letalidade. No ano de 2021 foram notificados 65.535 casos de SRAG no sistema SIVEP_Gripe, dos quais 42.926 (65,5%) foram confirmados como COVID-19, resultando em 13.317 óbitos. Em 2022, foram registrados 61.712 casos de SRAG, sendo 28.108 (45,4%) confirmados como COVID-19, com 7.487 óbitos. Já em 2023, houve 63.184 casos de SRAG, dos quais 11.909 (18,9%) foram confirmados como COVID-19, resultando em óbitos. A incidência foi de 209/100.000, 137/100.000 e 58/100.000, com taxas de letalidade de 31,0%, 28,0% e 18,6% para os anos de 2021, 2022 e 2023, respectivamente. A prevalência foi maior no sexo masculino em 2021 e 2023 e no feminino em 2022, com médias de idade de 58, 70 e 68 para casos e 67, 77 e 76 para óbitos nos anos de 2021, 2022 e 2023. Houve um predomínio da raça/cor branca, presente em 38,6% a 51,0% dos casos e 44,3% a 52,6% dos óbitos no mesmo período, além da presença de comorbidades em 67,6% e 86,6% dos casos e óbitos, respectivamente. A taxa de internação foi de 98,0% e 95,2% para casos e óbitos, com 64,3% dos pacientes não necessitando de UTI e 58,3% dos óbitos permanecendo em terapia intensiva. Além disso, 45,6% e 42,4% dos casos e óbitos receberam suporte ventilatório não invasivo, com 78,8% e 87,3% vacinados contra COVID-19. Destaca-se a importância de identificar grupos prioritários, compreender o comportamento do vírus no estado e implementar políticas públicas voltadas para essa população específica.
Referências
Antunes, F. A., Favero, A. P., Scherer, J. de S., Berlese, D. B., & Bueno, A. L. M. (2023). Perfil epidemiológico da síndrome respiratória aguda grave por COVID-19 em idosos. Revista Recien - Revista Científica De Enfermagem, 13(41): 3–12. https://doi.org/10.24276/rrecien2023.13.41.3-12.
Batella, W., & Koiti, M.V. (2020). Relações entre rede urbana e COVID-19 em Minas Gerais. Hygeia., 102–110. https://doi.org/10.14393/Hygeia0054622
Brasil. Ministério da Saúde (2021). Informações da COVID-19. Brasília: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus.
Brasil. Ministério da Saúde (2022). Nota Informativa no 6/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS. Dispõe sobre as orientações técnicas relativas a continuidade da Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/covid-19/notas-informativas/2021/nota-informativa-no-6-2021-cgpni-deidt-svs-ms.pdf/view.
Brasil. Ministério da Saúde (2024). Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Brasília: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view.
Brasil. Ministério da Saúde (2022). Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica: emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019 – COVID-19. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/covid-19/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view.
Brasil. Ministério da Saúde (2022). SIVEP-Gripe - Sistema De Informação Da Vigilância Epidemiológica Da Gripe Ficha De Registro Individual - Casos De Síndrome Respiratória Aguda Grave Hospitalizado. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/2021/ficha_srag_hospitalizado_21.02.2022.pdf.
Brito, S.B.P., Braga, I.O., Cunha, C. C., Palácio, M. A. V. (2020). Pandemia da COVID-19: o maior desafio do século XXI. Vigilância Sanitária Em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia, 8(2): 54–63.
Candido, D.S., et al. (2020). Evolution and epidemic spread of SARS-CoV-2 in Brazil. Science, 369(6508): 1255–1260. https://doi.org/10.1126/science.abd2161
Carmo, E. H., & Teixeira, M. G. (2021). Vigilância em saúde: preparação, resposta às emergências de saúde pública e o enfrentamento da COVID-19 no Brasil. In C. M. de Freitas (Ed.), COVID-19 no Brasil: cenários epidemiológicos e vigilância em saúde. Série Informação para ação na COVID-19. Fiocruz. https://doi.org/10.7476/9786557081211.0018.
Conselho Nacional de Saúde (CNS). Brasil. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf.
De Paiva, C. I., et al. (2020). Perfil epidemiológico da COVID-19 no Estado do Paraná. Revista de Saúde Pública Do Paraná. https://doi.org/10.32811/25954482-2020v3sup1p39.
De Souza G., & Barcelos, C. G. (2021). Incremento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave e a sua relação com a COVID-19. Revista Interdisciplinar Ciências Médicas. https://revista.fcmmg.br/index.php/RICM/article/view/121/117.
De Sousa, E. L., et al. (2022). Profile of hospital admissions and deaths due to severe acute respiratory syndrome caused by COVID-19in Piauí, Brazil: a descriptive study, 2020-2021. Epidemiologia e Servicos de Saude : Revista Do Sistema Unico de Saude Do Brasil, 31(1). doi.org/10.1590/S1679-49742022000100009.
De Souza, I.V., Scodro, R. B. L., Siqueira, V. L. D., Cardoso, R. F. & Caleffi-Ferraciolli K. R. (2021). Comorbidades e óbitos por COVID-19 no Brasil. Revista Uningá, 58. doi.org/10.46311/2318-0579.58.eUJ4054.
Dias, J. (2020). COVID-19: relatório apresenta estimativa de infecção pelo vírus no país e os impactos no SUS. Agência Fiocruz de Notícias. https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-relatorio-apresenta-estimativa-de-infeccao-pelo-virus-no-pais-e-os-impactos-no-sus
https://www.scielo.br/j/rsp/a/798jKxCNGhB85QBJXdK6h9z/?lang=pt#ModalHowcite.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2023). Mapas municipais estatísticos das estimativas populacionais: por cidades e estados. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg.html.
Merchán-Haman, E. & Tauil, P. L. (2021). Proposta de classificação dos diferentes tipos de estudos epidemiológicos descritivos. Epidemiol. Serv. Saúde. 30 (1) https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000100026.
Moura, E. C. et al. (2022). Covid-19: temporal evolution and immunization in the three epidemiological waves, Brazil, 2020–2022. Revista de Saúde Pública, 56(105).
Nico, D., & Maia, L. C. R. (2020). Coronavírus. Arquivos Brasileiros de Medicina Naval, 81(1). https://www.sumarios.org/artigo/coronav%C3%ADrus-hist%C3%B3rico-e-potenciais-vacinas.
Nunes, B. P., et al. (2020). Multimorbidity and population at risk for severe COVID-19 in the Brazilian Longitudinal Study of Aging. Cadernos de Saude Publica, 36(12). https://doi.org/10.1590/0102-311X00129620.
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). (2020). Informe epidemiológico coronavírus. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. https://coronavirus.saude.mg.gov.br/boletim2020.
Silva, G. A. E., Jardim, B. C., & Lotufo, P. A. (2021). Age-adjusted COVID-19 mortality in state capitals in different regions of Brazil. Cadernos de Saude Pública, 37(6). doi.org/10.1590/0102-311X00039221.
Yang J., et al. (2023). Burden of COVID-19 during the omicron predominance in Brazil: a nationwide retrospective database study. J Med Econ., 26(1):1201-1211. doi:10.1080/13696998.2023.2262323.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Deise Aparecida dos Santos; Daniela Aparecida de Faria; Guilherme Pereira Ribeiro; Letícia Aparecida Luciano; Maria Emanuele Azevedo Cirino da Silva; Stefany Cristina dos Santos; Débora Campos Soares Araújo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.