Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com migrânea tratados na clínica de neurologia de um hospital universitário
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46753Palavras-chave:
Epidemiologia; Transtornos de enxaqueca; Dor crônica.Resumo
O presente estudo buscou avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com migrânea atendidos no ambulatório de neurologia de um Hospital Universitário. Tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo, observacional e retrospectivo com pacientes adultos diagnosticados com migrânea, atendidos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2021. Informações sociodemográficas e clínicas foram coletadas dos prontuários. Foram incluídos 247 pacientes, predominantemente mulheres (93,5%), com idade média de 43,7 anos, casados (48,6%), sem histórico familiar (56,0%) ou tratamento prévio (57,7%). Cerca de 74,9% relataram comorbidades, sendo HAS (26,2%) e transtornos psiquiátricos (12,6%) os mais prevalentes. Houve associação significativa entre a quantidade de dias de migrânea por mês e a presença de comorbidades (p< 0,05) e entre migrânea crônica e comorbidades (OR 2,65). Esta pesquisa caracterizou o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes, confirmando que comorbidades estão associadas à cronificação da migrânea e interferem nas atividades cotidianas.
Referências
Academia Brasileira de Neurologia, Departamento Científico de Cefaleia, Sociedade Brasileira de Cefaleia. (2018). Protocolo nacional para diagnóstico e manejo das cefaleias nas unidades de urgência do Brasil. Disponível em https://sbcefaleia.com.br/images/protocolo%20cefaleia%20urgencia.pdf
Ashina, M. (2020). Migraine. The New England Journal of Medicine, 383(19), 1866-1876.
Barbanti, P., Aurilia, C., Egeo, G., Fofi, L. (2010). Hypertension as a risk factor for migraine chronification. Neurol Sci, 31(1), S41-3.
Benatto, M. T., Florencio, L. L., Carvalho, G. F., Dach, F., Bigal, M. E., Chaves, T. C., Bevilaqua-Grossi, D. (2017). Cutaneous allodynia is more frequent in chronic migraine, and its presence and severity seems to be more associated with the duration of the disease. Arq Neuropsiquiatr, 75(3), 153-159.
Bo, D. E. B., & Rocha, E. de M. C. (2022). Comorbidity between chronic headache and depression treated with botulinum toxin: Literature review. Brazilian Journal of Pain, 5(2), 154–160.
Brasil. Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde. (2012). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: Conselho Nacional de Saúde. Recuperado em 25 de dezembro de 2022, de https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
Bron, C., Sutherland, H. G., & Griffiths, L. R. (2021). Exploring the hereditary nature of migraine. Neuropsychiatric Disease and Treatment, 17, 1183-1194.
Burch, R. C., Buse, D. C., & Lipton, R. B. (2019). Migraine: Epidemiology, burden, and comorbidity. Neurologic Clinics, 37(4), 631-649.
Charles, A. (2018). The pathophysiology of migraine: Implications for clinical management. The Lancet Neurology, 17(2), 174-182.
Cruz, M. C. da, Camargo, R. P. de, Cruz, L. C. da, Schiefelbein, N., Cruz, D. M. da, & Cruz, M. C. C. da. (2020). Migrânea: Revisão de literatura. Archives of Health Investigation, 10(2), 307-314.
Dantas, M. I. O., Pereira, T. A. B., & DeSantana, J. M. (2021). Chronic migraine patients have low level of knowledge about pain neurophysiology. Brazilian Journal of Pain, 4(4), 339–343.
Ferreira, K. S., Teixeira, C. T., Cáfaro, C., Oliver, G. Z., Carvalho, G. L. P., Carvalho, L. A. S. D., Silva, B. G., Haes, F. B. B., & Ciciarelli, M. C. (2018). Chronic migraine patients show cognitive impairment in an extended neuropsychological assessment. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 76(9), 582-587.
Goadsby, P. J., Holland, P. R., Martins-Oliveira, M., Hoffmann, J., Schankin, C., & Akerman, S. (2017). Pathophysiology of migraine: A disorder of sensory processing. Physiological Reviews, 97(2), 553-622.
Hauser, S. L., & Josephson, S. A. (2018). Neurologia clínica de Harrison (5th ed.). AMGH.
Jurno, M. E., Felipe, B. L. de, Souza, M. G. da C., Matoso, A. A., Barreto, E. F., & Martins da Costa, M. C. M. (2016). Impacto da solicitação de tomografias computadorizadas cranianas na investigação diagnóstica da migrânea. HU Revista, 42(3), 185-190.
Kang, L. L., Chen, P. E., Tung, T. H., Chien, C. W. (2021). Association Between Asthma and Migraine: A Systematic Review and Meta-Analysis of Observational Studies. Front Allergy, 1;2,741135.
Lipton, R. B., Adams, A. M., Buse, D. C., Fanning, K. M., & Reed, M. L. (2016). A comparison of the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) Study and American Migraine Prevalence and Prevention (AMPP) Study: Demographics and headache-related disability. Headache, 56(8), 1280-1289.
Lipton, R. B., Fanning, K. M., Buse, D. C., Martin, V. T., Hohaia, L. B., Adams, A. M., Reed, M. L., & Goadsby, P. J. (2019). Migraine progression in subgroups of migraine based on comorbidities: Results of the CaMEO study. Neurology, 93(24), e2224-e2236.
Nedel, W. L., & Silveira, F. da. (2016). Os diferentes delineamentos de pesquisa e suas particularidades na terapia intensiva. Revista Brasileira De Terapia Intensiva, 28(3), 256–260.
Parreira, E., Luzeiro, I., & Monteiro, J. M. (2020). Chronic and refractory migraine: How to diagnose and treat. Acta Médica Portuguesa, 33(11), 753-760.
Radat, F. (2021). What is the link between migraine and psychiatric disorders? From epidemiology to therapeutics. Rev Neurol (Paris), 177(7), 821-826.
Rivera-Mancilla, E., Al-Hassany, L., Villalón, C. M., MaassenVanDenBrink, A. (2021). Metabolic Aspects of Migraine: Association With Obesity and Diabetes Mellitus. Front Neurol, 12, 686398.
Scher, A. I., Buse, D. C,. Fanning, K. M., Kelly, A. M, Franznick, D. A., Adams, A. M. & Lipton, R. B. (2017). Comorbid pain and migraine chronicity: The Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes Study. Neurology, 89(5), 461-468.
Scher, A. I., Wang, S. J., Katsarava, Z., Buse, D. C., Fanning, K. M., Adams, A. M., & Lipton, R. B. (2019). Epidemiology of migraine in men: Results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) study. Cephalalgia, 39(2), 296-305.
Silva, L. R., Santos, G. E. S., Neto, M. G. A., & Gonçalves, M. C. (2021). Frequência de cefaleia e atividade física na população dos povoados de Aranha e Bonfim do município de Arari-MA. Revista CEUMA Perspectivas, 37(2).
Steiner, T. J., Stovner, L. J., Vos, T., Jensen, R., & Katsarava, Z. (2018). Migraine is first cause of disability in under 50s: Will health politicians now take notice? The Journal of Headache and Pain, 19(1), 17.
World Health Organization. (2020). ATLAS of Headache Disorders and Resources in the World 2020. World Health Organization. Disponível em https://www.who.int/publications/i/item/9789240020294
Yu, S., Kim, B. K., Wang, H., Zhou, J., Wan, Q., Yu, T., Lian, Y., Arkuszewski, M., Ecochard, L., Wen, S., Yin, F., Li, Z., Su, W., & Wang, S. J. (2022). A phase 3, randomised, placebo-controlled study of erenumab for the prevention of chronic migraine in patients from Asia: The DRAGON study. The Journal of Headache and Pain, 23(1), 146.
Zampieri, M. A., Tognola, W. A., & Galego, J. C. (2014). Patients with chronic headache tend to have more psychological symptoms than those with sporadic episodes of pain. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 72(8), 598-602.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Marcello Holanda de Andrade; Raimundo Nonato Marques Filho; Saula Maria de Lira Ribeiro; Lucas Soares Brandão Barros; Danielle Barcellos Morais; Lucas Cavalcanti de Sá Roriz; Yasmin Lara Lopes de Moura; Michelly Gomes da Silva; Franciluz Morais Bispo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.