Cachaças armazenadas em amburana: Análise e avaliação quantitativa dos congêneres por um período de 180 dias
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46754Palavras-chave:
Cachaça; Amburana; Análises físico-químicas; Análises cromatográficas; Composição fenólica.Resumo
A cachaça, bebida genuinamente brasileira, é considerada patrimônio nacional e é produzida em várias regiões do país. Derivada do caldo de cana-de-açúcar, passando pelo processo de fermentação, destilação e envase para comercialização. Para agregar valor, produtores têm envelhecido a cachaça em diferentes tonéis de madeiras brasileiras, buscando alternativas ao carvalho, amplamente usado no envelhecimento de bebidas. O armazenamento/envelhecimento não só melhora os aspectos sensoriais, conferindo sabores especiais, como também torna o produto mais competitivo. O objetivo do trabalho foi analisar os parâmetros físico-químicos e a composição fenólica total de cachaças armazenadas em barris de Amburana (Amburana Cearensis) por um período de 180 dias em intervalos bimestrais. Os parâmetros físico-químicos foram determinados conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária, e as análises cromatográficas e de fenólicos totais seguiram metodologias propostas na literatura. Os resultados mostraram aumentos em ésteres, acidez volátil, extrato seco e furfural, enquanto a graduação alcoólica e o teor de cobre diminuíram durante o envelhecimento. O teor de fenólicos totais aumentou, confirmando mudanças na coloração e aroma. Conclui-se que o envelhecimento altera os parâmetros físico-químicos e cromatográficos da cachaça, valorizando o produto final devido às interações entre a madeira e a bebida.
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