Alterações nas enzimas hepáticas em pacientes infectados com o vírus da dengue

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i11.47400

Palavras-chave:

Dengue; Fígado; Aspartato Aminotransferase; Alanina Aminotransferase; Gama-Glutamiltransferase.

Resumo

Este estudo tem como objetivo apresentar os resultados de uma investigação sobre a análise de alterações nas enzimas hepáticas AST, ALT e GGT em pacientes com dengue internados em um hospital escola na região oeste do Paraná. Realizou-se uma análise retrospectiva dos prontuários eletrônicos de pacientes internados entre janeiro de 2023 e junho de 2024, onde foram coletados os resultados das dosagens hepáticas, juntamente com algumas variáveis. As elevações das enzimas distribuíram-se de forma semelhante entre os sexos, sem uma predominância clara. A análise por faixa etária apontou aumento de ALT especialmente em adultos, enquanto AST elevou-se majoritariamente em crianças e idosos. A classificação em grupos de risco revelou aumento progressivo de AST e ALT nos grupos mais graves, com destaque para os grupos C e D, que incluíram pacientes em UTI e casos que evoluíram para óbito. Entre os 310 pacientes analisados, 80,32% apresentaram AST elevada, sem significância estatística para gravidade (p = 0,14), enquanto 36,77% mostraram ALT acima dos valores de referência, correlacionada significativamente com maior gravidade (p < 0,001). A GGT teve uma amostragem limitada, mas mostrou-se aumentada em 61,11% dos casos avaliados. Esses resultados sustentam a hipótese de que há alterações nas enzimas hepáticas em pacientes infectados pelo vírus da dengue internados no hospital escola. A elevação significativa de ALT, especialmente, sugere sua utilidade como um marcador de gravidade da infecção, enquanto AST e GGT requerem investigações adicionais para elucidar plenamente seu papel nas complicações hepáticas associadas à dengue.

Referências

Beckman Coulter Inc. (2018a). Alanina Aminotransferase (ALT): Instruções de uso (Rev. BAOSR6X07 09). Beckman Coulter, Inc.

Beckman Coulter Inc. (2018b). Aspartato Aminotransferase (AST): Instruções de uso (Rev. BAOSR6X09 07). Beckman Coulter, Inc.

Beckman Coulter Inc. (2018c). Gama Glutamil Transferase (GGT): Instruções de uso (Rev. BAOSR6X19 06). Beckman Coulter, Inc.

Brennan, P. N., Dillon, J. F., & Tapper, E. B. (2021). Gamma‐Glutamyl Transferase (γ‐GT) – an old dog with new tricks? Liver International, 42(1), 9–15. https://socgastro.org.br/novo/wp-content/uploads/2022/01/Liver-International-2021-Brennan-Gamma%E2%80%90Glutamyl-Transferase-%E2%80%90GT-an-old-dog-with-new-tricks.pdf

Fernando, S., Hettiarachchi, D., & Malavige, G. N. (2016). The relationship between levels of serum IL-10, IL-17, and liver involvement in dengue. BMC Infectious Diseases, 16, 131. https://doi.org/10.1186/s12879-016-1656-2

Kalluru, A. B., Kala, M. P., & Rathore, S. (2023). Aminotransferases in relation to the severity of dengue: A systematic review. Cureus, 15(2), e12345. https://doi.org/10.7759/cureus.12345

Khan, E., Arshad, H., Zia, M. A., Satti, H. M., & Khattak, M. N. (2020). The clinical features of co-circulating dengue viruses and the absence of dengue hemorrhagic fever in Pakistan. Frontiers in Public Health, 8, Article 1–8.

Leowattana, W., & Leowattana, T. (2021). Dengue hemorrhagic fever and the liver. World Journal of Hepatology, 13(12), 1968–1976. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8727196/

Malavige, G. N., Wijewickrama, A., Fernando, S., & Ogg, G. S. (2023). Dengue viral infections. Nature Reviews Disease Primers, 9(1), 30. https://doi.org/10.1038/s41572-023-00383-2.

Martins, G. A. & Domingues, O. (2017). Estatística geral de aplicada. 6ed. Ed. Atlas.

Ministério da Saúde. (2024a). Dengue - Classificação de risco e manejo do paciente. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/dengue/dengue_classificacao_risco_manejo_paciente.pdf/view

Ministério da Saúde. (2024b). Dengue. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue

Ministério da Saúde. (2024c). Dengue: Diagnóstico e manejo clínico: Adulto e criança (6ª ed.). https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/dengue/dengue-diagnostico-e-manejo-clinico-adulto-e-crianca

Monica Palanichamy Kala, St, A. L., & Rathore, S. (2023). Dengue: Update on clinically relevant therapeutic strategies and vaccines. Dengue: Update on Clinically Relevant Therapeutic Strategies and Vaccines, 15(2), 27–52. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10111087/

Newsome, P. N., Cramb, R., Davison, S. M., Dillon, J. F., Foulerton, M., Godfrey, E. M., ... & Yeoman, A. (2017). Guidelines on the management of abnormal liver blood tests. Gut. https://gut.bmj.com/content/early

Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde. (2024). Alerta epidemiológico: Dengue na região das Américas. https://www.paho.org/en/documents/epidemiological-alert-increase-dengue-cases-region-americas-16-february-2024

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.

Rao, P., Yadav, P., Yadav, S. P., & Sinha, S. (2020). Correlation of clinical severity and laboratory parameters with various serotypes in dengue virus: A hospital-based study. International Journal of Microbiology, 2020, Article 1–6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7803134/

Secretaria de Estado de Saúde do Paraná. (2024). Informe epidemiológico da dengue n° 31/2023-2024, SE 31 a 14. https://www.dengue.pr.gov.br/Pagina/Boletins-da-Dengue

Sousa, D. F. de, Abrahão, F. S., & Almeida, M. L. (2021). Alterações hepáticas em decorrência da infecção pelo vírus da dengue. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 92–106. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/alteracoes-hepaticas

Stahl, H. C., Butenschoen, V. M., Tran, H. T., Gozzer, E., Skewes, R., Mahendradhata, Y., ... & Farlow, A. (2013). Cost of dengue outbreaks: Literature review and country case studies. BMC Public Health, 13, 1048. https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1048

Teerasarntipan, T., Poonkodi, S., & Suwanpradid, J. (2020). Acute liver failure and death predictors in patients with dengue-induced severe hepatitis. World Journal of Gastroenterology, 26(33), 4983–4995. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7476175/.

Toassi, R. F. C. & Petry, P. C. (2021). Metodologia científica aplicada à área da Saúde. 2ed. Editora da UFRGS.

Trung, D. T., Ha, T. Q., & Vu, T. L. (2010). Liver involvement associated with dengue infection in adults in Vietnam. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 83(4), 774–780. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2946741/

Vasconcelos, R. B. de. (2022). Função hepática: Marcadores bioquímicos da função hepática. https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/1205/1/Fun%C3%A7%C3%A3o%20hep%C3%A1tica%20-%20marcadores%20bioqu%C3%ADmicos%20da%20fun%C3%A7%C3%A3o%20hep%C3%A1tica.pdf.

Vieira, S. (2021). Introdução à bioestatística. Ed. GEN/Guanabara Koogan.

Wang, W.-H., Liu, Y.-L., & Wu, S. (2020). Dengue hemorrhagic fever – A systemic literature review of current perspectives on pathogenesis, prevention and control. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, 53(6), 924–931.

World Health Organization. (2023). Adolescent health. https://www.who.int/health-topics/adolescent-health#tab=tab_1

World Health Organization. (2024). Ageing and health. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/ageing-and-health

Downloads

Publicado

17/11/2024

Como Citar

PAVÃO, L. E. S. .; SILVA, C. M. da . Alterações nas enzimas hepáticas em pacientes infectados com o vírus da dengue. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 11, p. e109131147400, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i11.47400. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/47400. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde