Fatores que influenciam o manejo inadequado da anafilaxia em emergências pediátricas: Revisão integrativa da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i11.47459Palavras-chave:
Revisão; Anafilaxia; Alergia; Emergência Pediátrica; Epinefrina.Resumo
Ainda na contemporaneidade, mesmo com protocolos bem estabelecidos para o manejo da anafilaxia em emergências pediátricas, os pacientes frequentemente são tratados com medicações de segunda linha, principalmente devido ao receio dos profissionais de saúde em administrar epinefrina. Ademais, essa condição é frequentemente subdiagnosticada, dada a possibilidade de uma apresentação clínica atípica na faixa etária infantil e a dificuldade dos pacientes, família e profissionais de saúde em reconhecer os sintomas. A subnotificação também persiste como uma realidade, o que dificulta a obtenção de dados precisos sobre a prevalência desta condição. O objetivo deste estudo é identificar os fatores que contribuem para o manejo inadequado da anafilaxia na faixa etária pediátrica e delinear as condutas necessárias para reverter esta situação. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida de acordo com a metodologia PRISMA, utilizando as plataformas de artigos PubMed e SciELO, com data de publicação limitada aos últimos 5 anos, buscando artigos de estudos realizados tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, com as palavras-chave “anafilaxia”, “emergência” e “pediatria” em português e inglês. Constatou-se que, na população pediátrica, os principais fatores predisponentes do manejo inadequado desta afecção incluem principalmente o subdiagnóstico e o uso preferencial de medicações comprovadamente de segunda linha. Parte deste problema advém do não reconhecimento da condição clínica e outra parte do receio médico em relação aos possíveis efeitos colaterais da epinefrina.
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