Medicina de Família e Comunidade e desafios no cuidado integral de populações migrantes: Um olhar para refugiados no contexto de populações vulnerabilizadas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47551Palavras-chave:
Migrantes; Medicina de Família e Comunidade; Atenção Primária; Refugiados.Resumo
O estudo de populações negligenciadas está diretamente associado a oportunidades e ao suporte social existente em territórios, possibilitando o acolhimento e a manutenção da vida mesmo na imersão em processos de opressão, violência e violação de direitos humanos. No Brasil, a garantia da saúde como um direito humano, e não como mercadoria, faz desse país uma das possibilidades de atração de populações que necessitam de refúgio, com um crescimento da procura alinhado à mudança de fluxos e processos migratórios globais. Porém, apesar de qualidades que atraem imigrantes de diversas regiões do mundo para o Brasil, o país ainda carece de políticas bem definidas e de planejamento para a capacitação de equipes, garantindo acesso, a busca ativa de casos complexo e o entendimento de questões culturais que deverão ser valorizadas para a assistência em saúde resolutiva. Tais competências são inerentes à formação da medicina de família e comunidade, direcionada para o trabalho no território utilizando o método clínico centrado na pessoa para o entendimento de manifestações de saúde e doença no contexto da multimorbidade física, mental e social, agravada pela situação de opressão, violência e estigma potencializadas sobre populações refugiadas, vítimas da marginalização e da violação de direitos humanos nos mais diversos países do mundo. O presente trabalho tem como objetivo, refletir por meio de uma análise da literatura sobre as relações de determinantes sociais na visão de saúde do refugiado e migrante, com um olhar de oportunidades do acolhimento deste paciente em uma visão intersetorial do trabalho em saúde pública.
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