O uso do Canabidiol como Terapia Não Convencional no controle de crises epilépticas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47614Palavras-chave:
Canabidiol; Epilepsia; Anticonvulsivantes; Maconha medicinal; Uso terapêutico.Resumo
O canabidiol (CBD) ou cannabis medicinal é utilizado como terapia não convencional na epilepsia, uma vez que o tratamento com fármacos anticonvulsivantes e suas associações não têm a eficácia necessária, pois estes sozinhos não controlam as crises convulsivas. A epilepsia é dada por uma modificação temporária e reversível do cérebro, e é classificada em: generalizada, focal, focal combinada e epilepsia desconhecida. O tratamento com diversas medicações não resulta no controle das convulsões, conhecida como TRE (Epilepsia Resistente ao Tratamento), portanto, outras possibilidades foram surgindo, como é o caso do CBD. O objetivo desta revisão é conduzir conhecimento sobre a utilização da cannabis medicinal como terapia integrativa na epilepsia, com base em estudos e ensaios já pré-estabelecidos em pacientes epilépticos tratados com o CBD, seus efeitos adversos, eficácia e segurança. Proveniente da planta Cannabis sativa L., é possível extrair o canabidiol e o tetra-hidrocanabinol (THC), o primeiro não possui ação psicoativa, enquanto o segundo possui ação alucinógena, portanto, é permitido em formulações farmacêuticas apenas concentrações inferiores de 0,2% de THC, por se tratar de uma substância estimulante, tendo como seus principais efeitos: sensação de relaxamento, euforia, desconfiguração da percepção do tempo; além das alterações físicas, entre elas: olhos vermelhos, aumento do apetite.
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