Cuidados paliativos e Medicina de Família e Comunidade: Perspectivas da abordagem familiar em desafios da finitude de vida
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47830Palavras-chave:
Cuidados Paliativos; Atenção Primária à Saúde; Medicina de Família e Comunidade; Morte; Bioética; Tanatologia.Resumo
Tendo como centro de valores de formação a visão humanística, o cuidado centrado na pessoa, habilidades de gerenciamento populacionais e o acompanhamento longitudinal em trabalho com diferentes ciclos vitais, a medicina de família e comunidade é uma especialidade médica responsável pela abordagem do sofrimento e do entendimento do impacto de determinantes sociais no comportamento de relações interpessoais e familiares, associada a manifestações e agravamentos de patologias, nas diferentes fases de transição da vida. Dentro dessa abordagem, a especialidade possui em sua formação o desenvolvimento de habilidades de comunicação que fortalecem questões como empatia e compaixão na essência da prática diária da medicina, utilizando instrumentos familiares de forma a aproximar famílias do processo decisório e de cuidados com o paciente em um forma horizontal e participativa. Assim, a medicina de família e comunidade se desenvolve como uma especialidade estratégica para o trabalho inserido no alívio da dor, cuidado integral individual e familiar, assim como no acompanhamento longitudinal de doenças ameaçadoras à vida e de pessoas em fase de finitude da vida, inseridos no contexto dos cuidados paliativos, desde a atenção primária até a assistência em ambiente hospitalar. O presente artigo objetiva discutir com base na literatura, sobre oportunidades da visão biopsicossocial da medicina de família em uma perspectiva de necessidades e potencialidades de ampliação dos cuidados paliativos.
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