Perfil socioeconômico e odontológico de pacientes pré-transplante renal acompanhados em um centro médico de referência no Estado do Ceará
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.47935Palavras-chave:
Insuficiência renal crônica; Manifestações bucais; Saúde bucal.Resumo
O presente estudo visa levantar o perfil socioeconômico e odontológico de pacientes pré-transplante renal. Realizou-se um levantamento do perfil socioeconômico e odontológico de Doentes Renais Crônicos (DRC) do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) em agosto/2023, afim de caracterizar e coletar dados para auxílio em planejamento e otimização dos atendimentos. Incluiu-se maiores de 18 anos, excluiu-se aqueles com tratamento dentário prévio no HGF, portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) instáveis, hepatite B e C, gestantes, e que não assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Anamnese, exame clínico e hematológicos foram realizados em 30 pacientes, complementando-se com Escala BOAS-m (Escala de Avaliação Oral Beck Modificada) e índice CPOD (Dentes Cariados Perdidos e Obturados), usando-se nível de significância de 95%. Constatou-se 60% com evolução de 1 a 4 anos da doença, hemácias (43,3%) e hemoglobinas (46,7%) diminuídas, uréia (96,7%) e creatinina (100%) elevadas. Reabilitação dentária necessária em 83,3%, 53,4% tendo referido queixa de dor, estética, mastigação, sangramento e xerostomia, assim como 66,7% não ido ao dentista há mais de 1 ano e 26,7% sentido resistência no atendimento odontológico externo ao Hospital. O CPOD caracterizou-se muito alto (17.53 ± 8.09) e, a escala BOAS- m (8.60 ± 2.28), leve. Correlacionando-se as variáveis com a escala BOAS-m, não foram achados resultados estatisticamente relevantes que associassem as condições bucais com a anamnese realizada (p > 0,05). Os pacientes DRC apresentaram múltiplas necessidades ao chegarem no serviço de Odontologia, reiterando a importância da presença do cirurgião-dentista durante o pré e pós-operatório.
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