Análise dos impactos do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) e do programa Mais Médicos nas internações e mortes por insuficiência cardíaca no Pará entre 1984 e 2022
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i5.48761Palavras-chave:
Insuficiência Cardíaca; SUS; Atenção Primária; Hipertensão; Diabetes Mellitus.Resumo
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crônica prevalente e um desafio relevante de saúde pública, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficaz. O presente estudo possui o objetivo de analisar os impactos no SUS (Sistema Único de Saúde), do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) e do programa Mais Médicos em relação aos índices de internações e mortalidade por insuficiência cardíaca no estado do Pará, no período de 1984 a 2022. A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto porta de entrada preferencial do SUS, é fundamental para a detecção precoce de fatores de risco, o acompanhamento contínuo e a prevenção de complicações. O programa HIPERDIA, implantado em 2002, visa o controle de hipertensão arterial e diabetes, com forte impacto na prevenção da IC. O programa Mais Médicos, criado em 2013, ampliou a cobertura da APS em regiões remotas da Amazônia. Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo e quantitativo com dados de 1984 a 2022. Observou-se queda significativa da mortalidade por IC, de 15,51 para menos de 10 óbitos por 100.000 habitantes, além da estabilização das internações abaixo de 100 por 100.000 a partir de 2008. Apesar disso, os óbitos absolutos subiram de 664 (2013) para 844 (2022). Conclui-se que o fortalecimento da APS contribui para o manejo precoce da IC, redução de internações e melhora da qualidade de vida dos pacientes.
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