Epúlide acantomatoso em cão da raça Rottweiler: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i5.48826Palavras-chave:
Benigno; Neoplasia; Oncologia; Tumor oral.Resumo
As neoplasias de cavidade oral em cães e gatos estão entre as quatro mais incidentes, correspondendo a 6% e 3% dos casos de tumores, respectivamente. O epúlide acantomatoso é um tumor epitelial de crescimento localmente agressivo, que afeta a região rostral da mandíbula, mas que não causa metástase O objetivo deste relato foi descrever um caso de epúlide acantomatoso em um cão da raça Rottweiler, submetido à exérese total da neoplasia. Um cão macho, castrado, da raça Rottweiler, de 8 anos e pesando 42,3 kg, foi atendido em uma clínica veterinária de Ariquemes, Rondônia. Exames hematológicos e bioquímicos indicaram que o animal estava apto para a cirurgia. A medicação pré-anestésica (MPA) consistiu em morfina na dose de 0,1 mg/kg, intramuscular, para sedação leve, seguida de indução com midazolam na dose de 0,2 mg/kg e propofol na dose de 3 ml, ambos por via intravenosa, com fluidoterapia de NaCl 9%. Para a intubação, foi utilizada uma sonda nº 8,5. Durante o transanestésico, foi mantido no isoflurano. No pós-operatório, foram prescritos azitromicina 10 mg/kg, dipirona 25 mg/kg, meloxicam 0,1 mg/kg e o antibiótico local Periovet®, além de alimentação úmida nos primeiros dias. A remoção cirúrgica completa é o principal tratamento para o epúlide acantomatoso. No caso descrito, o diagnóstico de epúlide acantomatoso foi baseado nos sinais clínicos e no exame citológico. A excisão cirúrgica da neoplasia se demonstrou satisfatória para a resolução da enfermidade.
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