Transtorno afetivo bipolar e transtorno de personalidade Borderline: Avaliação do diagnóstico diferencial
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i5.48894Palavras-chave:
Transtorno Bipolar, Transtorno da Personalidade Borderline, Diagnóstico Diferencial.Resumo
Introdução: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) compartilham características clínicas, como instabilidade emocional, impulsividade e episódios depressivos, dificultando o diagnóstico diferencial. Essa sobreposição pode levar a tratamentos inadequados, aumentando o risco de cronicidade e prejuízo funcional. Objetivo: Este estudo objetivou apresentar as principais distinções clínicas e psicopatológicas entre o TAB e o TPB, com base em evidências atualizadas, visando aprimorar o diagnóstico diferencial. Materiais e Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em bases de dados indexadas como PubMed MEDLINE, SCIELO, Ebscohost, Google Scholar e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) utilizando os descritores "Transtorno Bipolar", "Transtorno de Personalidade Borderline" e "Diagnóstico Diferencial". Foram selecionados artigos publicados entre 2014 e 2024, priorizando estudos clínicos, revisões sistemáticas e diretrizes internacionais, com dados analisados criticamente, focando a apresentação clínica, diagnóstico e estratégias terapêuticas. Resultados e Discussão: A revisão demonstrou que o TAB é caracterizado por episódios de humor bem delimitados, enquanto o TPB envolve um padrão persistente de instabilidade afetiva e interpessoal. A impulsividade e o comportamento suicida são comuns em ambos, mas ocorrem de forma mais reativa e crônica no TPB. O histórico familiar de transtornos do humor e a resposta a estabilizadores do humor favorecem o diagnóstico de TAB. A avaliação longitudinal e o uso de entrevistas estruturadas são fundamentais para o diagnóstico preciso. Conclusão: Diferenciar TAB e TPB é essencial para um manejo terapêutico eficaz. A compreensão das particularidades clínicas de cada transtorno permite intervenções mais direcionadas e melhora os desfechos em saúde mental.
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