Situação socioeconômica e do bem-estar das mulheres extrativistas na Ilha de Marajó, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.5203

Palavras-chave:

Amazônia; Extrativismo vegetal; Relações de gênero; Trabalho feminino.

Resumo

Este estudo foi realizado com as extratoras de óleo de andiroba associadas à Cooperativa Ecológica de Mulheres Extrativistas da Ilha de Marajó-PA, a fim de determinar o perfil socioeconômico dessas trabalhadoras e a satisfação delas em relação aos atributos desse sistema cooperativo. A amostra foi composta de 26 mulheres de diferentes localidades da Ilha de Marajó: Ponta de Pedras, Jagarajó e Marajó Ité. A coleta de dados realizou-se por meio de formulários estruturados, posteriormente submetidos à estatística descritiva e cujas variáveis foram utilizadas para o cálculo do Índice de Avaliação das Cooperadas (IAC). Os resultados indicaram que essas mulheres, em sua maioria, têm baixa escolaridade. A pesca artesanal é praticada paralelamente ao trabalho tradicional de extração de óleo por grande parte das trabalhadoras que, juntamente com o Programa Bolsa Família, contribui para a complementação de renda mensal de 1 salário mínimo e, inclusive, essas mulheres manifestaram interesse em cursos profissionalizantes livres. Nenhuma cooperada recebe benefícios sociais da referida cooperativa. Além de que a infraestrutura local, a organização da cooperativa, a renda obtida pela comercialização do óleo vegetal e a atuação da liderança causam insatisfação nessas cooperadas, enquanto que o óleo de andiroba extraído foi avaliado positivamente, imprimindo nesse sistema cooperativo a avaliação razoável, segundo o IAC calculado. No mais, essas mulheres têm mostrado que é possível auferir renda com produtos da floresta, mas precisam de políticas públicas que assegurem condições mínimas de trabalho.

Biografia do Autor

Leila Cristina Ferreira Rocha, Universidade Federal do Pará

Turismóloga. Especialista em Educação Ambiental e Uso Sustentável de Recursos Naturais. Universidade Federal do Pará (UFPA).

Raynon Joel Monteiro Alves, Universidade do Estado do Pará

Biólogo. Mestre em Ciências Ambientais na Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Altem Nascimento Pontes, Universidade do Estado do Pará

Doutor em Ciências Físicas. Professor e Pesquisador do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Aliã Samai Barros Silva, Universidade Federal do Pará

Bacharel em Administração. Universidade Federal do Pará (UFPA).

Merilene do Socorro Silva Costa, Universidade Federal Rural da Amazônia

Engenheira Florestal. Doutora em Ciências Agrárias com ênfase em Geotecnologia. Docente da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Pedro Silvestre da Silva Campos, Universidade Federal Rural da Amazônia

Estatístico. Doutor em Ciências Agrárias. Docente da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Leidiane Ribeiro Medeiros, Universidade Federal do Pará

Engenheira Agrônoma. Especialista em Geoprocessamento Aplicado à Agroecologia e ao Uso de Recursos Naturais. Universidade Federal do Pará (UFPA).

Matheus Gabriel Lopes Botelho, Universidade do Estado do Pará

Engenheiro Agrônomo. Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Layse Gomes Furtado, Universidade do Estado do Pará

Graduada em Tecnologia em Geoprocessamento. Especialista em Geoprocessamento aplicado à Agroecologia e ao Uso de Recursos Naturais. Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

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Publicado

16/06/2020

Como Citar

ROCHA, L. C. F.; ALVES, R. J. M.; PONTES, A. N.; SILVA, A. S. B.; COSTA, M. do S. S.; CAMPOS, P. S. da S.; MEDEIROS, L. R.; BOTELHO, M. G. L.; FURTADO, L. G. Situação socioeconômica e do bem-estar das mulheres extrativistas na Ilha de Marajó, Brasil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e942975203, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.5203. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5203. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas