Geologia do Parque Natural do Areão em João Monlevade (MG) sob perspectiva da geoconservação do quadrilátero ferrífero
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5300Palavras-chave:
Areão; Geoconservação; Geologia; Quadrilátero ferrífero.Resumo
O nome do parque natural do “Areão” remete à intensiva extração de areia, iniciada em meados da década de 60 e finalizada nos anos 90 do século XX. No entanto, somente em 2012, foi criado o Parque Natural Municipal do Areão com área de 24,4 hectares, em João Monlevade, Minas Gerais. O intuito básico da pesquisa foi conhecer a natureza geológica local do parque em escala de detalhe. As informações geradas poderão ser utilizadas a posteriori para tomadas de decisão que tenham como objetivo a geoconservação e gestão de atividades de cunho sustentável na região do parque (educação ambiental, divulgação geocientífica, geoturismo etc). Buscou-se compreender a realidade dos fenômenos, com base em dados qualitativos, ou seja, descritivos. O trabalho foi delineado em quatro fases: Pesquisa bibliográfica; reconhecimentos de campo; análise petrográfica (composição mineralógica, textura, etc) em laboratório e por último, a fase interpretativa que permitiu inferir o enquadramento estratigráfico do parque na geologia do quadrilátero ferrífero. A litologia que predomina nos afloramentos dos paredões centrais do parque é um quartzito sericítico, que tende a ficar mais ferruginoso próximo às cotas mais elevadas. Subjacente aos quartzitos aparece uma camada de muscovita-xisto relativamente alterada. Essas rochas metasedimentares são correlacionáveis ao Supergrupo Minas, característico do quadrilátero. Conclui-se que o parque corresponde sim a uma importante unidade de geoconservação representativa do quadrilátero ferrífero. Em sua diversidade geológica é possível interpretar estruturas e fácies de deposição, eventos de deformação e outras feições típicas do quadrilátero. Nesse contexto, o reconhecimento da geológica pode se tornar uma importante via de aproximação para a sustentabilidade.
Referências
Alkmim, F. F., & Marshak, S. (1998).Transamazonian orogeny in the southern saofrancisco craton region, minas gerais, brazil: evidence for paleoproterozoic collision and collapse in the quadriláteroferrıfero. Precambrian Research, Elsevier, 90(1-2), 29–58.
Azevedo, Ú. R. (2007). Patrimônio Geológico e Geoconservação no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais: Potencial para a Criação de um Geoparque da UNESCO. Belo Horizonte.
Chemale, F. Jr., Rosière, C. A., & Endo, I. (1994). The tectonic evolution of the QuadriláteroFerrífero, Minas Gerais, Brazil.Precambrian Research, 6591): 25 – 54.
Chemale, Jr. F., Quade, H., & Van Schmus, W. R. (1997). Petrography, geochemistry and geochronology of the Borrachudo and Santa Barbara metagranites. Quadrilátero Ferrífero, Brazil: Zentralblatt für Geologie und Paläontologie, 1, 739-750..
Davis, G. H., Reynolds, S. J., & Kluth, C. F. (2011). Structural geology of rocks and regions. John Wiley & Sons.
Dorr, J. V. N. (1969). Physiographic, stratigraphic, and structural development of the Quadrilatero Ferrifero, Minas Gerais, Brazil (No. 641-A, pp. A1-A110). US Government Printing Office.
Endo, I., & Machado, R. (1997). Regimes tectônicos do Arqueano e Proterozóico no interior da Placa Sanfranciscana: Quadrilátero Ferrífero e áreas adjacentes.
Farina, F., Albert, C., Dopico, C. M., Gil, C. A., Moreira, H., Hippertt, J. P., ... & Lana, C. (2016). The Archean–Paleoproterozoic evolution of the Quadrilátero Ferrífero (Brasil): Current models and open questions. Journal of South American Earth Sciences, 68, 4-21.
Gallego, E., & García, A. (1996). En: El patrimonio geológico, Bases para su valoración, protección, conservación y utilización (p. 13). Ministerio de Obras Públicas, Transportes y Medio Ambiente (MOPTMA), Madrid.
Grossi Sad, J. H., & Magalhães, J. M. M. (1989). Reconhecimento geológico do Alto e Médio Vales do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. DOCEGEO - Rio Doce Geologia e Mineração SA / GEOSOL - Geologia e Sondagens Ltda. Relatório Interno, 154 p.
Lobato, L. M., Baltazar, O. F., Reis, L. B., Achtschin, A. B., Baars, F. J., Timbó, M. A., ... & Ferreira, D. V. (2005). Projeto Geologia do Quadrilátero Ferrífero-integração e correção cartográfica em SIG com nota explicativa. Belo Horizonte: CODEMIG, 1.
Machado, M. M. M. (2009). Construindo a imagem geológica do Quadrilátero Ferrífero: conceitos e representações.
Padilha, A. V., Vieira, V. S., & Bruno, E. M. (2000). Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil; Carta Geológica, Carta Metalogenética/Previsional-Escala 1: 100.000 (Folha SE. 23-ZD-IV Itabira) Estado de Minas Gerais.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence1
Pereira, H. J. R. (2004). Contribuição para a valorização, geoconservação e gestão da jazida fossilífera de Cacela (Parque Natural da Ria Formosa, Algarve, Portugal) (Doctoral dissertation).
Reeves, R. G. (1966). Geology and mineral resources of the Monlevade and Rio Piracicaba quadrangles, Minas Gerais, Brazil. US Govt. Print. Off..
Rodrigues, J. E. R., & Adorno, R. D. C. F. (2002). Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC): uma análise à luz da legislação vigente (lei federal 9.985 de 18 de julho de 2000).
Santos, E. B. A. C. (2016) Relatório técnico parque ecológico do Areão. [S.l.].
Sharples, C. (2002). Concepts and principles of geoconservation. Tasmanian Parks & Wildlife Service website. http://www. dpiw. tas. gov. au/inter. nsf/Attachments/SJON-57W3YM/$ FILE/geoconservation. pdf.
Silva, L. C. D., Armstrong, R., Noce, C. M., Carneiro, M. A., Pimentel, M., SOARES, A. C. P., ... & Cardoso Filho, J. M. (2002). Reavaliação da evolução geológica em terrenos pré-cambrianos brasileiros com base em novos dados U-Pb SHRIMP, parte II: Orógeno Araçuaí, Cinturão Mineiro e Cráton São Francisco Meridional.
Silva, F. R. (2007). A paisagem do Quadrilátero Ferrífero, MG: potencial para o uso turístico da sua geologia e geomorfologia. M. Sc., Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.