Aprender o ofício acadêmico: impressões etnográficas sobre espaços de formação profissional no Ensino Superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5555

Palavras-chave:

Etnografia; Formação profissional; Habitus; Métier; Ofício acadêmico; Ensino.

Resumo

Neste ensaio etnográfico discorremos quanto ao processo complexo de aprendizagem do ofício acadêmico, a partir de uma exemplificação com uma observação etnográfica, em que operou-se o exercício de estranhar o familiar para compreender e refletir sobre os modos como ocorrem os processos de interação, socialização e aprendizagem da profissionalidade docente no interior da instituição acadêmica com suas rotinas, eventos, processualidades, ritualidades etc., entendendo-a como uma comunidade de prática. Observar o familiar e refletir sobre nossos próprios processos de inserção acadêmica e profissional nos permite perceber que há instâncias de aprendizado que não se restringem ao espaço da sala de aula, embora este mesmo se configure como espaço primordial na formação docente, e, assim, valorizar e dar importância aos inúmeros eventos e atividades acadêmicas que compõem o cenário formativo dos professores, considerando que as “trocas” são reconhecidas como aprendizagem situada periférica a qualquer campo profissional.

Biografia do Autor

Daniel Machado da Conceição, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando em Educação - PPGE/UFSC
Mestre em Educação, Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais - UFSC

Cristiano Mezzaroba, Universidade Federal de Sergipe

Licenciado em Educação Física (2004) e Ciências Sociais (2012), ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC

Mestre em Educação Física (2008) pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC

Doutor em Educação (2018) pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC

Referências

Almeida, D. M., et al. (2015). A etnografia aplicada aos estudos de administração. Saber Humano: Revista Científica da Faculdade Antonio Meneghetti, 5(7), 70-88. Acesso 14 abril 2020, em https://saberhumano.emnuvens.com.br/sh/article/view/86

Arantes, A. A. (2000). A guerra dos lugares. Mapeando zonas de turbulência. In: Paisagens paulistanas: Transformações do espaço público. Campinas: Unicamp.

Aredes, J. S., et al. (2017). Reflexões sobre um fazer etnográfico no pronto-socorro. Cadernos de Saúde Pública, 33(9), 1-12. Acesso 14 abril 2020, em http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n9/1678-4464-csp-33-09-e00118016.pdf

Bourdieu, P. (2004). Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense.

Bourdieu, P. (2011). O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Bourdieu, P., & Passeron, J.-C. (2014). Os herdeiros: os estudantes e a cultura. Florianópolis: Ed. da UFSC.

Carvalho, M. (2011). Mau aluno, boa aluna? Como as professoras avaliam meninos e meninas. Revista de Estudos Feministas, 9(2), 554-574.

Certeau, M., & Giard, L., & Mayol, P. (2003). O bairro; a conveniência. In: A Invenção do Cotidiano 2. Morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 37-114.

Cohn, C. (2002). A criança, o aprendizado e a socialização na antropologia. In Criança indígena; ensaios antropológicos. São Paulo: Global/MARI-USP/FAPESP, 213-235.

Conceição, D. M. (2015). O estudante-atleta: desafios de uma conciliação. Dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação. Florianópolis: 2015.

Conceição, D. M. (2018). Uma tese para tessitura da tese. Tessituras, Pelotas 6(1) 139-147. Acesso 13 junho 2020, em https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/tessituras/article/view/13739/9038

Da Matta, R. (1986). A casa, a rua e o trabalho. In O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Editora Rocco.

Durkheim, É. (2001). A educação, a sua natureza e o seu papel. In Educação e Sociologia. Lisboa: Ed. 70.

Foucault, M. (1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes.

Foucault, M. (1999). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.

Freshe, F. (2008). Erving Goffman, sociólogo do espaço. RBCS, 23(68), 155-200.

Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.

Geertz, C. (1994). Conocimiento local: ensayos sobre la interpretación de las culturas. Barcelona, Bueno Aires: Paidós.

Goldenberg, M. (2000). A arte de pesquisa: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record.

Gomes, A. M. R., & Faria, E. L. (2015). Etnografia e aprendizagem na prática: explorando caminhos a partir do futebol no Brasil. Educ. Pesqui., São Paulo, 41(núm. especial), 1213-1228, Acesso 13 abril 2020, em http://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201508144867

Ingold, T. (2016). Chega de etnografia! A educação da atenção como propósito da Antropologia. Rev. Educação. Porto Alegre, 39(3), 404-411, Acesso 13 abril 2020, em http://dx.doi.org/10.15448/1981-2582.2016.3.21690

Lave, J., & Wenger, E. (1991). Aprendizaje situado: participación periférica legítima. New York: Cambridge University Press.

Lave, J. (2015). Aprendizagem como/na prática. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 21(44), 37-47, Acesso 13 abril 2020, em http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832015000200003

Magnani, J. G. C. (2002). De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, 17(49), 11-29.

Martins, S., et al. (2019). A etnografia como método de pesquisa em Informática na Educação: revisão sistemática de literatura. Informática na Educação: teoria & prática, 22(2), 92-109, Acesso 14 abril 2020, em https://www.seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/viewFile/87356/54532

Mattos, C. L. G. (2011). A abordagem etnográfica na investigação científica. In Etnografia e educação: conceitos e usos. Campina Grande: EDUEPB.

Mezzaroba, C. (2018). A formação e constituição de um subcampo acadêmico: a mídia-educação na Educação Física – configurações, perspectivas e inflexões. Tese de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Miraglia, P. (2005). Aprendendo a lição: uma etnografia das Varas Especiais da Infância e da Juventude. Novos estudos CEBRAP, São Paulo, 72, 79-98, Acesso 14 abril 2020, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010133002005000200005&lng=en&nrm=iso

Nakamura, E. (2011). O método etnográfico em pesquisas na área da saúde: uma reflexão antropológica. Saúde e Sociedade, São Paulo, 20(1), 90-103, Acesso 14 abril 2020, em http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v20n1/12.pdf

Oliveira, A. (2013). Por que etnografia no sentido estrito e não estudos do tipo etnográfico em educação? Revista FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, 22(40), 69-81.

Oliveira, A., & Boin, F., & Búrigo, B. D. (2018). Quem tem medo de etnografia? Revista Contemporânea de Educação, 13(26), Acesso 13 abril 2020, em http://dx.doi.org/10.20500/rce.v13i26.12243

Oliveira, R. C. (2000). O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. In O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: UNESP.

Pacheco, A. C., & Silveira, R., & Stigger, M. P. (2020). Etnografias: notas sobre percursos teórico-metodológicos de produção de conhecimento na Educação Física. Motrivivência, Florianópolis, 32(61), 1-15, Acesso 14 abril 2020, em https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2020e61637

Pais, J. M. (2015). Sociologia da vida quotidiana: teorias, métodos e estudos de caso. Lisboa: ICS.

Pereira, A. S., & Shitsuka, D. M., & Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Pires, F. F. (2011). Roteiro sentimental para o trabalho de campo. Cadernos de Campo, São Paulo, 20, 143-148.

Rabelo, M. C. M. (2015). Aprender a ver no candomblé. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 21(44), 229-251.

Seeger, A. (1980). Pesquisa de campo: uma criança no mundo. In Os índios e nós: estudos sobre sociedades tribais brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 25-40.

Silva, V. G., (2000). O antropólogo e sua magia: trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre religiões afro-brasileiras. São Paulo: USP.

Simmel, G. (2005). As grandes cidades e a vida do espírito. Mana, 11(2), 577-597.

Tassinari, A. (2008). Antropologia, Educação e Diversidade. In Diálogos Transversais em Antropologia. Florianópolis: UFSC/PPGAS, 161-176.

Turner, V. W. (1974). O processo ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes.

Velho, G. (1999). Projeto e Metamorfose. Antropologia das Sociedades Complexas. Rio de Janeiro: Zahar.

Velho, G. (1997). Observando o familiar. In Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 123-132.

Velho, G. (2003). O desafio da proximidade. In Pesquisas urbanas: desafios do trabalho antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 11-18.

Downloads

Publicado

27/06/2020

Como Citar

CONCEIÇÃO, D. M. da; MEZZAROBA, C. Aprender o ofício acadêmico: impressões etnográficas sobre espaços de formação profissional no Ensino Superior. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e132985555, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5555. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5555. Acesso em: 25 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais