Efeito das concentrações de presas e água salinizada no desenvolvimento inicial de Pyrrhulina brevis (Steindachner, 1876), um peixe ornamental da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5582Palavras-chave:
Desempenho produtivo; Ictiofauna da Amazônia; Manejo alimentar; Piscicultura ornamentalResumo
Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito de diferentes concentrações de presas (50; 100; 150 e 200 náuplios de artêmia pós-larva-1 dia-1) e água salinizada (0; 1 e 2 g L-1) na larvicultura de Pyrrhulina brevis, um peixe ornamental da Amazônia. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x3, com três repetições. Um total de 360 pós-larvas, foram distribuídas aleatoriamente em 36 aquários (1L), a 10 pós-larvas L-1. Ao final do período experimental (15 dias), as pós-larvas foram medidas, pesadas e contabilizadas. Não foi identificada interação entre as concentrações de presas e a água salinizada para todos os parâmetros avaliados. Os melhores resultados de crescimento, tanto em comprimento quanto em peso, foram observados nas pós-larvas que receberam 150 e 200 náuplios de artêmia pós-larva-1 dia-1, enquanto que a menor taxa de sobrevivência foi observada nas pós-larvas alimentadas com 50 e 100 náuplios de artêmia pós-larva-1 dia-1. O comprimento final e o ganho de comprimento foram maiores quando as pós-larvas foram criadas em água salinizada a 1 e 2 g L-1, enquanto que o peso final, o ganho de peso e a taxa de crescimento específico foram maiores nas pós-larvas submetidas a 1 g L-1 de água salinizada. A uniformidade do lote para peso e comprimento dos peixes não mostrou diferença significativa, independente das concentrações de presas e água salinizada utilizada. Dessa forma, recomenda-se o fornecimento de 150 náuplios de artêmia pós-larva-1 dia-1 em água salinizada a 1 g L-1 durante a primeira alimentação de Pyrrhulina brevis.
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