Alterações químicas e oxidativas dos óleos ultra processados por frituras de batatas do comércio central ambulante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5690

Palavras-chave:

Ácidos graxos; Batata; Óleo de frituras; Ácido 2-tiobarbitúrico; Peróxido.

Resumo

O objetivo deste trabalho é avaliar as características oxidativas dos óleos de frituras de batatas inglesa obtida do comércio ambulante de Teresina, Piauí. Visando determinar os parâmetros oleoquímicos de Índice de Acidez, Índice de Ácidos Graxos Livres, Índice Peróxido; Índice de Iodo e teste ácido 2-tiobarbitúrico. Foram coletados cinco lotes de frituras de batatas em diferentes locais. Analisou-se, 96 amostras de óleos de coco e de soja de cinco estabelecimentos comerciais de Teresina, Piauí, sendo 66 destinadas para as análises oleoquímicas e 12 para o teste ácido 2-tiobarbitúrico. As análises de parâmetros oleoquímicos foram realizadas segundo a American Oil Chemists' Society, enquanto que as análises oxidativas, pelo mesmo método, no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Piauí, Campus Teresina-Central.  Como resultado, a análise de índice de acidez mostrou valores em conformidade com a legislação internacional para óleos de frituras. Os percentuais de ácidos graxos livres e de índice de peróxido se apresentaram dentro os limites estabelecidos para óleo de frituras em relação à legislação. Os resultados do índice de iodo mostraram maior insaturação nas cadeias lipídicas nos lotes dois e três. O teste do ácido 2-tiobarbitúrico mostrou alterações oxidativas nos lotes quatro e cinco. Conclui-se que em todas as amostras de óleos foi evidenciado processos oxidativos, destacando-se o óleo de coco, que apresentou melhor estabilidade à oxidação em relação ao de soja.

Referências

Aladedunye, R., Przybylski, B., & Matthaus, P. (2017). Performance of antioxidative compounds under frying conditions: A review. Food Science and Nutrition, 57, 1539-1561.

American Oil Chemists' Society; Firestone, D. (2004). Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists' Society. Champaign, AOCS.

Brasil. (2005). Resolução RDC n. 270, de 22 de setembro de 2005. Dispõe sobre regulamento técnico para óleos vegetais, gorduras vegetais e creme vegetal. Brasília: ANVISA. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimento/informes> Acesso em: 10 jan 2020.

Brasil. (2004a). Resolução RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Brasília: Anvisa.

Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimento/informes> Acesso em: 10 jan 2020.

Brasil. (2004b). Informe técnico n. 11, de 5 de outubro de 2004. Dispõe sobre a utilização e descarte de óleos e gorduras utilizados para fritura. Brasília: Anvisa.

Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/alimento/informes> . Acesso em: 10 jan. 2020.

Borjes, L. C., Cecon, G., & Silva, A. P. B. (2014). Análise da degradação do óleo de fritura de

restaurantes comerciais do centro de Chapecó-SC. Demetra: Alimentação, nutrição & saúde, 9(3), 833-848.

Chiou, A., & Kalogeropoulos, N. (2017). Virgin olive oil as frying oil Comprehensive Reviews. Food Science and Food Safety, 16, 632-646.

Corsini, M. S., & Jorge, N. (2006). Estabilidade oxidativa de óleos vegetais utilizados em frituras de mandioca palito congelada. Food Science and Technology, 26(1), 27-32.

Costa, C. L., França, E. T. R., Santos, D. S., Costa, M. C. P., Barbosa, M. C. L., & Nascimento, M. D. S. B. (2015). Caracterização físico-química de óleos fixos artesanais do coco babaçu (Orbignya phalerata) de regiões ecológicas do estado do Maranhão, Brasil. Pesquisa em Foco, 20(1), 27-38.

Erdoğan, M., Ünal, E., Özkan Alkurt, F., Abdulkarim, Y., Deng, L., & Karaaslan, M. (2020). Determination of frying sunflower oil usage time for local potato samples by using microwave transmission line based sensors. Measurement, 163, p.108040.

Fernandes, J. C. B., & Draghi, P. F. (2016). Thermal Stability of Soybean Oil: When must we discard it?. Moj Food Processing & Technology, 2(5), 1-5.

Firestone, D. (2013) Worldwide regulation of frying fats and oils. Inform Food Technology., 4(12).

Freire, P. C. M., Mancini-Filho, J., & Ferreira, T. A. P.C. (2013). Principais alterações físico-químicas em óleos e gorduras submetidos ao processo de fritura por imersão: Regulamentação e efeitos na saúde. Revista Nutrição, 26(3), 353-368.

Food Chemicals Codex. Committee of Food Chemicals Codex, Food and Nutrition Board, Institute of Medicine, National Academy of Sciences. 4th ed. National Academy Press, Washington, D.C., 1996.

Ghobadi, S., Akhlaghi, M., & Shams, S. M. (2018). Mazloomi Acid and peroxide values and total polar compounds of frying oils in fast food restaurants of Shiraz, Southern Iran, International Journal of Nutrition Sciences, 3(1), 25-30.

Guillén, M. D., & Uriarte, P. S. (2012). Study by 1H NMR spectroscopy of the evolution of extra virgin olive oil composition submitted to frying temperature in an industrial fryer for a prolonged period of time. Food Chemistry, 134(1), 162-72.

Hosseini, H., Ghorbani, M., Meshginfar, N., & Mahoonak, A. S. (2016). A review on frying: procedure, fat, deterioration progress and health hazards, Journal of the American Oil Chemists’ Society, 93, 445-466.

Jokic, S., Sudar, R., Svilovic, S., Bilic, M., Velic, D., & Jurkovic, V. (2013). Fatty Acid Composition of Oil Obtained from Soybeans by Extraction with Supercritical Carbon Dioxide. Journal of Food Science, 31(2), 116–125.

Jorge, N., & Janiere, C. (2005). Avaliação do óleo de soja submetido ao processo de fritura de alimentos diversos. Ciência e agrotecnologia, 29(5), 1001-1007.

Jorge, N., Soares, B. B. P., Lunardi, V. M., & Malacrida, C. R. (2005). Alterações físico-químicas dos óleos de girassol, milho e soja em frituras. Quimica Nova, 28(6), 947-95.

Kalogianni, E. P., Karastogiannidou, C., & Karapantsios, T. D. (2010). Effect of potato presence on the degradation of extra virgin olive oil during frying. International Journal of Food Science & Technology, 45(4), 765–775.

Lehninger, A., Nielson, D. L., & Cox, M. M. (2014). Bioquímica, (4. ed.). New York.

Lopes, M. R. V., & Jorge, N. (2004). Testes rápidos utilizados na avaliação da qualidade de óleos e gorduras de fritadeira. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 63(1), 73-79.

Machado, E. R., García, M. C. D., & Abrantes, S. M. P. (2008). Alterações dos óleos de palma e de soja em fritura descontínua de batatas. Food Science and Technology, 28(4),786-792.

Martins, D. M. S., Broilo, M. C., & Zani, V. T. (2014). Óleos e gorduras utilizados em restaurantes. Revista Sociedade Brasileira de Alimentos e Nutrição, 39(1), 25-39.

Mudawi, H. A., Elhassan, M. S. M., & Sulieman, A. M. E. (2014). Effect of Frying Process on Physicochemical Characteristics of Corn and Sunflower Oils. Food and Public Health, 4(4), 181-184.

Nayak, P. K. (2016). Physio‐Chemical Changes During Repeated Frying of Cooked Oil: A Review. Journal of Food Biochemistry, 40(3), 371-390.

Osawa, C. C., Gonçalves, L. A. G., & Mendes, F. B. (2010). Avaliação dos óleos e gorduras de fritura de estabelecimentos comerciais da cidade de Campinas/SP. As boas práticas de fritura estão sendo atendidas? Alimentos e Nutrição, 21(1), 47-55.

Park, J. M., & Kim, J. M. (2016). Monitoring of used frying oils and frying times for frying chicken nuggets using peroxide value and acid value. Korean Journal for Food Science of Animal Resources, 36(5), 612-616.

Pereira, A. S., et al (2018). Methodology of cientific research. [e-Book]. Santa Maria City. UAB / NTE / UFSM Editors. Available at: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/ 1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Popovici, C., Alexe, P., & Deseatnicova, O. (2012). Oxidation of Walnut Oil (Juglans regia L.) at Heat Treatment: Primary and Secondary Oxidation Products Accumulation. Food Science, Engineering and Technologies, 59,362-367.

Prieto, T. A., Machado, T. L. S., Costa-Singh, T., Moreno, D. M., & Jorge, L. N. (2016). Avaliação da qualidade de óleos de fritura utilizados na cantina do IBILCE/UNESP. Revista Ciência em Extensão, 12(1), 41-51.

Ribeiro, I. S., et al. (2014). Evaluation of antioxidant activity of seaweed through accelerated oxidation methods. International Food Research Journal, 21(5), 2055–2059.

Rios, H. C. S., Pereira, I. R. O., & Abreu, S. E. (2013). Avaliação da oxidação de óleos, gorduras e azeites comestíveis em processo de fritura. Revista Ciência & Saúde, 6(2),118-126.

Santos, C. S. P., Molina-Garcia, L., Cunha, S. C., & Casal, S. (2018). Fried potatoes: Impact of prolonged frying in monounsaturated oils. Food Chemistry, 243, 192-201.

Santos., et al. (2020). Avaliação dos componentes lipídicos e antioxidantes do óleo de canola extraído à frio sob diferentes condições. Brazilian Applied Science, 4(3), 942-955.

Silva, I. B. R. A., & Ferreira, N. (2015). Avaliação da qualidade dos óleos de fritura usados em pastelarias de três regiões administrativas do Distrito Federal (DF). Revista Brasileira de Pesquisa em Ciência da Saúdes, 2(2), 41-50.

Tolentino, M. C., Kanumfre, F., Bersot, L. S., Nagata, N., Carneiro, P. I. B., & Rosso, N. D., (2014). Avaliação da estabilidade foto-oxidativa dos óleos de canola e de milho em presença de antioxidantes sintéticos. Ciência Rural, 44(4), 728-733.

USDA (2016). United States Department of Agriculture. Economics, Statistics and Market Information System. Disponível em:https://www.ers.usda.gov/data-products/oil-crops-yearbook/oil-crops-yearbook/#Vegetable%20Oils%20and%20Animal%20Fats. Acesso em: 20 maio. 2020.

Wrolstad., et al. (2005). Handbook of Food Analytical Chemistry.

Wu., et al. (2019). Phenolic compounds as stabilizers of oils and antioxidative mechanisms under frying conditions: A comprehensive review. Trends in food science & technology, 92, 33-45.

Downloads

Publicado

13/07/2020

Como Citar

MORAIS, G. B. T. D.; SILVA, V. R. da; SILVA, E. F. da; BERMÚDEZ, V. M. S.; NASCIMENTO, V. L. V. do. Alterações químicas e oxidativas dos óleos ultra processados por frituras de batatas do comércio central ambulante. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e452985690, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5690. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5690. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas