Perfil epidemiológico dos traumatismos crânio encefálicos em um hospital pediátrico da Serra Catarinense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5715

Palavras-chave:

Trauma cranioencefálico; Trauma; Pediatria.

Resumo

Introdução: o traumatismo craniano encefálico (TCE) na infância é causa frequente de atendimento nas emergências do Brasil e do mundo. Reconhecer precocemente a gravidade dele e oferecer o manejo adequado reduz, de forma acentuada, a morbimortalidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define TCE como qualquer agressão capaz de provocar lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. Objetivos: traçar o perfil epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de TCE na infância. Métodos: estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo a partir da avaliação dos prontuários dos pacientes internados em um hospital de médio porte da serra catarinense com alta complexidade em urgência e emergência no ano de 2017 com diagnóstico de traumatismo crânio encefálico. As variáveis coletadas foram: idade, sexo, mês da ocorrência, procedência (cidade), local do acidente, mecanismo do acidente, transporte pré-hospitalar, escala de coma de Glasgow (ECG), tipo de lesão, exames de imagem, internação em Unidade de terapia intensiva (UTI), necessidade de neurocirurgia, necessidade de transferência inter-hospitalar, tempo de permanência hospitalar. Resultados: dos 50 prontuários analisados houve um predomínio de TCE no sexo masculino (53%), na faixa etária entre 6 e 10 anos (33%), no mês de abril (18%), em ambiente domiciliar (52%), por queda da própria altura (24%) e procedência de Lages (62%). A maioria foi classificado como TCE leve (72%), realizaram tomografia computadorizada de crânio (80%) e receberam apenas tratamento clínico (98%). O tempo médio de internação hospitalar foi de 1 a 3 dias (80%). Destes 2% dos pacientes foram a óbito. Conclusões: o perfil desses pacientes aponta para a necessidade de implantação de medidas de prevenção como a retirada dos fatores de risco e a elaboração de um protocolo mais atualizado de atendimento aos pacientes vítimas desse agravo.

 

Biografia do Autor

Frederico Manoel Marques, Hospital Infantil Seara do Bem

Pediatra do Hospital Tereza Ramos, Professor Titular da UNIPLAC e Pediatra do Hospital Infantil Seara do Bem, Coordenador da Residência Médica (COREME) em Pediatria do Hospital Infantil Seara do Bem - Lages-SC

Jarbas Franceschi, Universidade do Planalto Catarinense

Acadêmico do curso de medicina da Universidade do Planalto Catarinense - Lages - SC

Patrícia Alves de Souza, Universidade do Planalto Catarinense

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996), mestrado em Saúde Pública pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003) e doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Estadual de Campinas (2010). Atualmente é farmacêutica - Secretaria do Estado de Saúde, professora da Universidade do Planalto Catarinense e preceptora - Programa de Residência Médica em Pediatria Hospital Infantil Seara do Bem. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Farmácia, atuando principalmente nos seguintes temas: violência contra a mulher, mulher, fitoterápicos, epistemologia e álcool.

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Publicado

17/07/2020

Como Citar

SIMAS, L. I. P. de; MARQUES, F. M.; FRANCESCHI, J.; SOUZA, P. A. de. Perfil epidemiológico dos traumatismos crânio encefálicos em um hospital pediátrico da Serra Catarinense. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e584985715, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5715. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5715. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde