Caracterização e tendência temporal das notificações de violência sexual no Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5796Palavras-chave:
Estupro; Violência; Sistemas de informação em saúde; Estudos epidemiológicos.Resumo
Objetivo: Analisar a tendência temporal dos casos notificados de estupro registrados no estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2009 a 2017. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, por meio de dados secundários colhidos no DataSUS, por meio da seguinte estratégia: “Doenças epidemiológicas e morbidade”, com ênfase em “doenças e agravos de notificação – Violência doméstica, sexual e/ou outras violências”, com destaque para os casos de estupro. Utilizou-se recorte temporal de 2009 a 2017, no estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram apresentados por frequência relativa, absoluta e correlação de Pearson, por meio do programa SPSS versão 22.0. Resultados: As notificações para sexo feminino cresceram de forma significativa ao longo dos nove anos analisados (IC=0,683, p=0,042). Os casos notificados foram mais prevalentes para sexo feminino (83,71%), menores de 14 anos (64,37%), com ensino fundamental incompleto (46,79%) e de raça branca (74,26%). Conclusão: Mesmo com o aumento e a forte relação de gênero implicada nos casos de estupro no Rio Grande do Sul esses resultados revelam parte do problema, ainda muito subnotificados.
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