Concepções da sociedade acerca dos agrotóxicos: um olhar para a participação social
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5848Palavras-chave:
Concepções; Agrotóxicos; Sociedade; PLACTS; Cultura do silêncio; Cultura da participação; Ensino.Resumo
O uso de agrotóxicos tem se configurado como um problema global, sendo o Brasil o país líder no emprego desses insumos no mundo. Considerado um tema controverso, o emprego de agrotóxicos tem suscitado debates sob o enfoque Ciência Tecnologia Sociedade (CTS). Para além das salas de aula, essas discussões, devem estar presentes na sociedade favorecendo os processos de participação social. Diante deste contexto, este estudo investigou as concepções de diferentes atores da sociedade acerca dos agrotóxicos e da sua utilização. A pesquisa do tipo qualitativa foi concebida por meio de um questionário semiestruturado, composto por nove perguntas, desenvolvido em uma plataforma on-line e compartilhado em diferentes redes sociais. As respostas foram analisadas de acordo com a metodologia de Análise de Conteúdo. Os resultados evidenciaram que grande parte dos participantes se posiciona contra a utilização dos agrotóxicos, mas entendem que esses ainda são essenciais. Em contrapartida, a produção de orgânicos foi enfatizada como alternativa com potencial para transformar essa realidade. Em conclusão, os participantes deste estudo têm acesso à informação, no entanto, ainda não se percebem enquanto sujeitos participantes deste processo, capazes de transformarem sua realidade. Assim, o encorajamento dos sujeitos para a participação social por meio da discussão acerca de temas controversos, articulados e em sintonia com o PLACTS, dentro dos mais diversos espaços de educação se mostra imperativo a fim de superar uma cultura do silêncio, dando voz a sujeitos que tão pouco sabem do poder político que têm em suas mãos.
Referências
Auler, D. (2007). Articulação Entre Pressupostos do Educador Paulo Freire e do Movimento CTS: Novos Caminhos Para a Educação em Ciências. Contexto e Educação, 1(1), 167-88.
Auler, D., & Delizoicov, D. (2015). Investigação de temas CTS no contexto do pensamento latino-americano. Linhas Críticas, 21(45), 275-96.
Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Brasil. (2016). Relatório Final Pesquisa Brasileira de Mídia - PBM 2016. Secretaria Especial de Comunicação Social. Acesso em 03 de junho de 2020 em http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-quantitativas-e-qualitativas-de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-2016.pdf/view.
Câmara, R. H. (2013). Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas sociais aplicadas às organizações. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6(2), 179-191.
Carvalho, M. M. X., Nodari, E. S., & Nodari, R. O. (2017). “Defensivos” ou “agrotóxicos”? História do uso e da percepção dos agrotóxicos no estado de Santa Catarina, Brasil, 1950-2002. História, Ciências, Saúde, 24(1), 75-91.
Centa, G. F. (2015). “Arroio Cadena: Cartão Postal de Santa Maria?”: Possibilidades e Desafios em uma Reorientação Curricular na perspectiva da Abordagem Temática. 2015. Dissertação de Mestrado em Educação Matemática e Ensino de Física – Universidade Federal de Santa Maria.
Fernandes, C. S., & Stuani, G. M. (2015). Agrotóxicos no Ensino de Ciências: uma pesquisa na educação do campo. Educação & Realidade, 40(3), 745-762.
Freire, P. (1981). Ação cultural para a liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Freire, P. (2013). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Lima, F. O., Montagner, G. F. F. S., Bezerra, A. S., Reinehr., & Bellinaso, M. L. (2013). Exposição a agrotóxicos e radiação UV como fatores de risco ao trabalhador rural. Revista Contexto & Saúde, 13(24/25), 37-45.
Ministério da Saúde/Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). (2018). Nota pública acerca do posicionamento do Instituto Nacional de Câncer sobre o projeto de LEI Nº 6.299/2002. Acesso em 03 de junho de 2020 em https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//nota-publica-inca-pl-6299-2002-11-de-maio-de-2018.pdf.
Miranda, A. C., Moreira, J. C., Carvalho, R., & Peres, F. (2007). Neoliberalismo, uso de agrotóxicos e a crise da soberania alimentar no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 12(1), 7-14.
Moreira, M. A. (2003). Pesquisa em ensino: aspectos metodológicos. Actas del PIDEC: textos de apoio do Programa Internacional de Doutorado em Ensino de Ciências da Universidade de Burgos. Porto Alegre.
Rodríguez, A, S. M., & Del Pino, J. C. (2017). Abordagem ciência, tecnologia e sociedade (CTS): perspectivas teóricas sobre educação científica e desenvolvimento na América Latina. (2017) # Tear: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, 6(2), 1-21.
Santos, T. M. M., Silva, I. S., Guilherme, M. F. S., Costa, V. F., Oliveira, H. M., Guedes, C. S., & Silva, R. (2017). Pesquisas sobre agrotóxicos no contexto da educação ambiental. Educação Ambiental em Ação, XVI(61).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Laura Oestreich, Karla Mendonça Menezes, Rosiele Oliveira da Encarnação, Vanessa Klein, Cristiane Muenchen
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.