Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade entre os profissionais de enfermagem devido a infecção pelo COVID-19 no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5896Palavras-chave:
Covid-19; Carga da doença; Enfermagem; Anos de vida ajustados pela incapacidade.Resumo
Introdução: A carga de doença atribuível a infecção pelo COVID-19 entre os profissionais de saúde na linha de frente do combate à doença, até então desconhecida, deve orientar as políticas para o enfrentamento da pandemia, considerando as particularidades de cada categoria profissional e as regionalidades. Objetivos: Estimar a carga da doença atribuível a infecção pelo COVID-19 entre os profissionais de enfermagem, estimar os Anos de Vida Perdidos devido a mortalidade prematura (YLL), estimar os Anos Perdidos por Incapacidade (YLD) e estimar os Anos de Vida Ajustados por Incapacidade (DALY) no período de vinte de março a 5 de maio de 2020. Método: Estudo ecológico. Foram utilizados dados de mortalidade, morbidade e expectativa por faixa-etária dos profissionais de enfermagem registrados no Observatório da Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O peso da doença foi extraído do Estudo de Carga de Doença Global (GBD) de 2017, considerando a infecção respiratória de vias inferiores moderada. A análise considerou a distribuição segundo categoria profissional, sexo e faixa-etária. Resultados: Foram analisados 81 óbitos e 6427 profissionais diagnosticados com COVID-19. A enfermagem Brasileira perdeu 562,51 DALY (IC95% 495,24 – 629,79). Destes, 88,35% foram por morte prematura. A taxa de DALY perdidos por 1000 profissionais padronizada por idade foi de 87,52. O DALY foi maior entre os profissionais de 31 – 40 anos de idade (926,12). Conclusão: Mais de 500 DALY foram perdidos no Brasil devido a infecção pelo COVID-19 entre os profissionais de enfermagem, essencialmente por mortalidade prematura.
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