Parâmetros produtivos e de qualidade de cultivares de cafeeiros na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6681Palavras-chave:
Coffea arabica L.; Material genético; Produtividade; Análise sensorial.Resumo
A escolha da cultivar a ser implantada em uma lavoura cafeeira deve ser baseada na produtividade, qualidade e tamanho dos grãos, visando agregação de valor ao produto. Neste contexto, objetivou-se avaliar os parâmetros produtivos e de qualidade de cultivares de cafeeiros na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais. O experimento foi realizado na Universidade Federal de Uberlândia, Campus Monte Carmelo, no delineamento em blocos casualizados (DBC), com cinco blocos e oito tratamentos representados por cultivares de Coffea arabica L. Em julho de 2019, foi realizada a colheita por meio de derriça manual no pano, sendo avaliadas as seguintes características: produtividade (sacas beneficiadas de 60 kg ha-1), percentual de frutos verde, verde cana, cereja, passa e seco, rendimento (L de “café da roça” para compor uma saca de 60 kg de café beneficiado), renda (relação entre o peso do café beneficiado e o de café seco em coco, em porcentagem), análise sensorial de acordo com o protocolo da Specialty Coffee Association of America (SCAA) e classificação quanto ao tamanho e formato de grãos. As cultivares Acaiá Cerrado MG-1474, Mundo Novo IAC 379-19, Catuaí Vermelho IAC 99 e Topázio MG-1190 se destacaram por apresentarem maiores produtividades e renda. Não houve diferença significativa entre as cultivares para rendimento, obtendo-se média de 380,6 L de “café da roça” para compor uma saca de 60 kg beneficiada. O maior percentual de frutos cerejas, passas e secos foram detectados, respectivamente, nas cultivares Mundo Novo IAC 379-19, Bourbon Amarelo IAC J10 e Acauã Novo (média de 7,78%), Mundo Novo IAC 379-19 e Bourbon Amarelo IAC J10 (média de 21,9%) e Acaiá Cerrado MG-1474, Catuaí Vermelho IAC 99, Topázio MG-1190, IAC 125 RN e Paraíso MG H 419-1 (média de 91,2%). Todas as cultivares apresentam pontuação de bebida entre 79 e 81 pontos. A cultivar IAC 125 RN obteve maior percentual de grãos de peneira alta, enquanto as cultivares Topázio MG-1190 e Acauã Novo apresentaram maior quantidade de grãos moca miúdo.
Referências
Botelho, C. E., Rezende, J. C., Carvalho, G. R., Carvalho, A. M., Andrade, V. T. & Barbosa, C. R. (2010). Adaptabilidade e estabilidade fenotípica de cultivares de café arábica em Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 45(12), 1404-1411.
Carvalho, A. M., Cardoso, D. A., Carvalho, G. R., Carvalho, V. L., Pereira, A. A., Ferreira, A. D. & Carneiro, L. F. (2017). Comportamento de cultivares de cafeeiro sob a incidência das doenças da ferrugem e cercosporiose em dois ambientes de cultivo. Coffee Science, 12, 100-107.
Carvalho, A. M., Mendes, A. N. G., Carvalho, R. C., Botelho, C. E., Gonçalves, F. M. A. & Ferreira, A. D. (2010). Correlação entre crescimento e produtividade de cultivares de café em diferentes regiões de Minas Gerais, Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 45(3), 269-275.
Carvalho, A. M., Mendes, A. N. G., Botelho, C. E., Oliveira, A. C. B., Rezende, J. C. & Rezende, R. M. (2013). Desempenho agronômico de cultivares de café resistentes à ferrugem no estado de Minas Gerais, Brasil. Bragantia, 71(4), 481-487. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S0006-87052013005000007.
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. (2020, dezembro). Acompanhamento da safra brasileira de café - Primeiro levantamento. Recuperado de https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/cafe.
Dardengo, M. C. J. D., Sant’ana, B. T. & Pereira, L. R. (2013). Secagem e qualidade do cafeeiro Conilon em terreiro de saibrocimento, concreto e suspenso. Enciclopédia Biosfera, 9(17), 2348-2357.
Fazuoli, L. C., Braghini, M. T., Silvarolla, M. B., Gonçalves, W., Mistro, J. C. & Gallo, P. B. (2018). IAC 125 RN - A dwarf coffee cultivar resistant to leaf rust and root-knot nematode. Crop Breeding and Applied Biotechnology, 18, 237-240.
Graciano, P.D., Siquieroli, A. C. S., Assis, G. A., Junior, L. D. F., Fernandes, M. Y. S. & Paiva, C. R. (2019). Estádios de maturação de cultivares de Coffea arabica L. em Monte Carmelo-MG e suas características sensoriais. Ciência Agrícola, 17(3), 7-14.
Guerreiro Filho, O., Fazuoli, L. C. & Gonçalves, W. (2013, janeiro-julho). Seleção aumenta resistência de cultivar a doenças, pragas e nematoides. Visão agrícola, 12, 06-09.
Laviola, B. G., Mauri, A. L., Martinez, H. E. P., Araujo, E. F. & Neves, Y. P. (2006). Influência da adubação na formação de grãos moca e no tamanho de grãos de café (Coffea arabica L.). Coffee Science, 1(1), 36-42.
Melo, B., Marcuzzo, K. V., Teodoro, R. E. F., Carvalho, H. P. & Fernandes, D. L. (2005) Avaliação de cultivares de cafeeiro com irrigação, em diferentes espaçamentos na linha de plantio. Revista Ceres, 52(300), 245-253.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. (2003). Instrução Normativa nº 8, de 11 de Junho de 2003. Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade para a Classificação do Café Beneficiado Grão Cru. Recuperado de http://www.ministerio.gov.br.
Moura, W. M., Lima, P. C., Fazuoli, L. C., Conde, A. B. T. & Silva, T. C. (2013). Desempenho de Cultivares de Café em sistema de cultivo orgânico na zona da mata mineira. Coffee Science, 8, 256-264.
Nagai, D. K., Pigatto, G. A. & Lourenzani, A. E. B. S. (2016). Formas de inovação na agricultura: O caso da denominação de origem protegida na produção de café de Cerrado Mineiro. Revista Espacios. 37(09). 4.
Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. (1.ed). Santa Maria, RS: UFSM, NTE. Recuperado de https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Pimenta, C. J., Chagas, S. J. R. & Costa, L. (1997). Polifenoloxidase, lixiviação de potássio e qualidade de bebida do café colhido em quatro estádios de maturação. Pesquisa Agropecuária Brasileira. 32(02), 171-177.
Ribeiro, B. B., Mendes, A. N. G., Caralho, A. M., Camara, F. M. M. & Lima, R. R. (2020). Sensory evaluation of coffee cultivars in the Campo das Vertentes Mesoregion, Minas Gerais. African Journal of Agricultural Research, 15,179-186.
Santos, H. F., Salgado, S. M., Mendes, A. N. G., Carvalho, A. M., Botelho, C.E. & Andrade, V.T. (2018). Inicial productive performance of coffee progenies in an area infested by Meloidogyne paranaesnsis. Coffee Science, 13, 530-538.
Silva, C. A., Teodoro, R. E. F. & Melo, B. (2008). Produtividade e rendimento do cafeeiro submetido a lâminas de irrigação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 43, 387-394.
Silva, V., Rezende, J. C., Carvalho, A. M., Carvalho, G. R., Rezende, T. T. & Ferreira, A. D. (2016). Recuperação de cultivares de café submetidas ao esqueletamento aos quatro anos e meio de idade. Coffee Science, 11(1), 55-64.
Suplicy, E. M. (2013, janeiro-julho). Brasil se consolida na tradição de grande produtor mundial de café. Visão agrícola, 12, 124-126.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Marco Iony dos Santos Fernandes, Gleice Aparecida de Assis, Leticia Gonçalves do Nascimento, Bruno Amâncio da Cunha, Ana Laura Campos Airão, Deyvid da Silva Gallet
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.