Revisão sistemática: toxicidade do herbicida glifosato com contaminação in vivo em peixes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6711

Palavras-chave:

Herbicida; Agrotóxicos; Roundup®.

Resumo

A cada ano cresce a quantidade de agrotóxicos lançados no meio ambiente, contaminando principalmente o meio aquático. Sendo o glifosato o herbicida mais utilizado no mundo, muitos artigos buscam entender os riscos que esse composto pode proporcionar nessas áreas. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi caracterizar os métodos aplicados em estudos experimentais in vivo em peixes contaminados por glifosato e suas formulações comercias. Foram selecionados 5 artigos para uma análise exploratória e para a triagem foi utilizado o software StArt, sendo selecionados no total 3730 artigos, da plataforma ScienceDirect (n=1018), ScieLO (339) e Scopus (2373). Destes, foram aprovados 121 artigos para a busca das informações que melhor respondem o objetivo desse trabalho. O primeiro trabalho publicado sobre a contaminação in vivo em peixes foi em 1979. Desde então, foram utilizados cerca de 8163 espécimes de peixes, sendo a mais utilizada o Cyprinus carpio (n=1758) e entre os maiores valores de desvio padrão em relação a densidade de peixes por litros de água, peso e comprimento (n=10,54; 8,42; e 79,44 respectivamente). A concentração mais utilizada variou de 0.0007 a 975 mg/L e o herbicida mais utilizado foi o Roundup Original®. Foi observado a necessidade estudos mais detalhados em relação ao métodos aplicados em estudos in vivo, e direcionados para princípios ativos mais agressivos e comercializados, que são aplicados em grande escala no meio ambiente e que estudos voltados para sistematização de publicações são importantes para tomadas de decisão pelo poder público em avaliações  toxicológicas para registro ou reavaliações de agrotóxicos.

Referências

Akingbemi, B. T., Ge, R., Klinefelter, G. R., Zirkin, B. R., & Hardy, M. P. (2004). Phthalate-induced Leydig cell hyperplasia is associated with multiple endocrine disturbances. Proceedings of the National Academy of Sciences, 101(3), 775-780.

Antoniou, M., Habib, M. E. M., Howard, C. V., Jennings, R. C., Leifert, C., Nodari, R. O., & Fagan, J. (2012). Teratogenic effects of glyphosate-based herbicides: divergence of regulatory decisions from scientific evidence. Journal of Environmental & Analytical Toxicology, 4(6), 1-13.

Armiliato, N., Ammar, D., Nezzi, L., Straliotto, M., Muller, Y. M., & Nazari, E. M. (2014). Changes in ultrastructure and expression of steroidogenic factor-1 in ovaries of zebrafish Danio rerio exposed to glyphosate. Journal of Toxicology and Environmental Health, Part A, 77(7), 405-414.

Bogoni, J. A., Armiliato, N., Araldi-Favassa, C. T., & Techio, V. H. (2014). Genotoxicity in Astyanax bimaculatus (Twospot Astyanax) exposed to the waters of Engano River (Brazil) as determined by micronucleus tests in erythrocytes. Archives of environmental contamination and toxicology, 66(3), 441-449.

Copatti, C. E., Garcia, L. D. O., & Baldisserotto, B. (2009). Uma importante revisão sobre o impacto de agroquímicos da cultura de arroz em peixes. Biota Neotropica, 9(4), 235-242.

Costa, C. R., Olivi, P., Botta, C. M., & Espindola, E. L. (2008). A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, 31(7), 1820-1830.

Duke, S. O., & Powles, S. B. (2008). Glyphosate: a once‐in‐a‐century herbicide. Pest Management Science: formerly Pesticide Science, 64(4), 319-325.

Folmar, L. C., Sanders, H. O., & Julin, A. M. (1979). Toxicity of the herbicide glyphosate and several of its formulations to fish and aquatic invertebrates. Archives of Environmental Contamination and Toxicology, 8(1), 269-278.

Giesy, J. P., Dobson, S., & Solomon, K. R. (2000). Ecotoxicological risk assessment for Roundup® herbicide. In Reviews of environmental contamination and toxicology (pp. 35-120). Springer, New York, NY.

Graeff, A., & Pruner, E. N. (1999). Efeito da densidade de estocagem na produtividade final de carpas, Cyprinus carpio Linnaeus, 1758 (var. Specularis) na fase de engorda. Período-inverno. Ciência e Agrotecnologia, 23(4), 958-967.

Howe, C. M., Berrill, M., Pauli, B. D., Helbing, C. C., Werry, K., & Veldhoen, N. (2004). Toxicity of glyphosate‐based pesticides to four North American frog species. Environmental Toxicology and Chemistry: An International Journal, 23(8), 1928-1938.

Lanzarin, G. A., Félix, L. M., Santos, D., Venâncio, C. A., & Monteiro, S. M. (2019). Dose-dependent effects of a glyphosate commercial formulation–Roundup® UltraMax-on the early zebrafish embryogenesis. Chemosphere, 223, 514-522.

Lins, J. A. P. N., Kirschnik, P. G., da Silva Queiroz, V., & Cirio, S. M. (2010). Uso de peixes como biomarcadores para monitoramento ambiental aquático. Revista Acadêmica Ciência Animal, 8(4), 469-484.

Maskey, E., Crotty, H., Wooten, T., & Khan, I. A. (2019). Disruption of oocyte maturation by selected environmental chemicals in zebrafish. Toxicology In Vitro, 54, 123-129.

Modesto, K. A. & Martinez, C. B. R. (2010). Roundup® causes oxidative stress in liver and inhibits acetylcholinesterase in muscle and brain of the fish Prochilodus lineatus. Chemosphere, 78(3), 294-299.

Mostafalou, S. & Abdollahi, M. (2013). Pesticides and human chronic diseases: evidences, mechanisms, and perspectives. Toxicology and applied pharmacology. 268(2), p.157-77.

Mulrow, C. D. (1994). Systematic reviews: rationale for systematic reviews. Bmj, 309(6954), 597-599.

Paganelli, A., Gnazzo, V., Acosta, H., López, S. L., & Carrasco, A. E. (2010). Glyphosate-based herbicides produce teratogenic effects on vertebrates by impairing retinoic acid signaling. Chemical research in toxicology, 23(10), 1586-1595.

Panetto, O. S., Gomes, H. F., Gomes, D. S. F., Campos, E., Romeiro, N. C., Costa, E. P., & Moraes, J. (2019). The effects of Roundup® in embryo development and energy metabolism of the zebrafish (Danio rerio). Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Toxicology & Pharmacology, 222, 74-81.

Pereira, P. V., Batista, C. M., & Salomão, P. E. A. (2020). Study on glyphosate consumption in the theory of Teófilo Otoni in 2017 and 2018. Research, Society and Development, 9(2), 89922069.

Rand, G. M., Petrocelli, S. R. (1985). Fundamentals of aquatic toxicology: methods and applications. Hemisphere Publishing Corporation, Washington.

Rebelo, R. M., Vasconcelos, R. A., Buys, B. D. M. C., Rezende, J. A., Moraes, K. O. C., & Oliveira, R. P. (2010). Produtos agrotóxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental. Brasília: Ibama.

Sánchez, J. A. A., da Costa Klosterhoff, M., Romano, L. A., & Martins, C. D. M. G. (2019). Histological evaluation of vital organs of the livebearer Jenynsia multidentata (Jenyns, 1842) exposed to glyphosate: a comparative analysis of Roundup® formulations. Chemosphere, 217, 914-924.

Smith, C. M., Vera, M. K., & Bhandari, R. K. (2019). Developmental and epigenetic effects of Roundup and glyphosate exposure on Japanese medaka (Oryzias latipes). Aquatic Toxicology, 210, 215-226.

Weisbrod, A. V., Burkhard, L. P., Arnot, J., Mekenyan, O., Howard, P. H., Russom, C., & Lutz, C. (2007). Workgroup report: review of fish bioaccumulation databases used to identify persistent, bioaccumulative, toxic substances. Environmental Health Perspectives, 115(2), 255-261.

Williams, A. L., Watson, R. E., & DeSesso, J. M. (2012). Developmental and reproductive outcomes in humans and animals after glyphosate exposure: a critical analysis. Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, 15(1), 39-96.

Downloads

Publicado

13/08/2020

Como Citar

SILVA, L. N. L.; MUNIZ, C. C.; OLIVEIRA JUNIOR, E. S.; IGNÁCIO, Áurea R. A. Revisão sistemática: toxicidade do herbicida glifosato com contaminação in vivo em peixes. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e98996711, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.6711. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6711. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão