Perfil clínico – epidemiológico de pessoas com transtorno bipolar em internação psiquiátrica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7282Palavras-chave:
Transtorno bipolar; Enfermagem psiquiátrica; Hospitais psiquiátricos; Hospitalização.Resumo
Introdução: O transtorno bipolar é uma alteração do humor que varia de um estado de depressão maior a uma euforia extrema (hipomania e mania), separado por períodos de estabilidade. Contudo, há casos onde é necessário internação hospitalar psiquiátrica, após esgotados todos os recursos extra hospitalares. Objetivo: Identificar o perfil clínico-epidemiológico de pessoas com transtorno bipolar em internação psiquiátrica. Metodologia: Análise documental, retrospectiva, quantitativa, desenvolvida em um hospital de Saúde Mental em Fortaleza-Ceará, entre março e julho de 2017. Os dados foram coletados nos prontuários dos pacientes internados entre janeiro a agosto de 2016 com diagnóstico de transtorno bipolar por meio de instrumento previamente elaborado, analisados por meio de estatística descritiva simples e discutidos com base na literatura pertinente. Resultados e Discussões: Analisaram-se 100 registros, observando-se perfil majoritário de mulheres (70%), solteiras (61%), faixa etária entre 26 e 35 anos (28%) e com ensino fundamental (43%); 86% das internações foram involuntárias, motivadas por atentado à própria vida (37%) e a consulta de Enfermagem identificou como principais alterações insônia, desorientação e alucinação auditiva. As internações apresentaram duração média de 16 a 30 dias e os medicamentos mais utilizados neste período foram o haloperidol, combinado com prometazina, e o lítio. Após a alta, 95% dos pacientes foram encaminhados para Centros de Atenção Psicossocial. Conclusão: O transtorno bipolar é uma doença crônica que demanda cuidado individualizado e direcionado à prevenção de novas hospitalizações e à promoção da Saúde Mental em seu continuum.
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