Comportamento do bullying e atividade física acumulada em adolescentes escolarizados brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7289

Palavras-chave:

Bullying escolar; Atividade física; Crianças; Adolescentes.

Resumo

O presente estudo tem como objetivo avaliar a associação entre o comportamento do bullying, variáveis sociodemográficas e a atividade física acumulada em adolescentes escolarizados brasileiros. Trata-se de um estudo com dados secundários, utilizando dados da Amostra 2, da PeNSE 2015 (n = 10926). Para a análise de dados foi utilizada a regressão logística binária para estimar a chance de ocorrência do fenômeno do bullying na forma de Odds Ratio (OR) bruta e ajustada. Para a verificação dos fatores associados ao bullying em adolescentes brasileiros a amostra foi estratificada em “ativos” e “insuficientemente ativos”, de forma a entender o comportamento do bullying entre cada estrato. Observou-se que o sexo masculino apresentou duas vezes mais chances (OR = 1,99; IC95% 1,80 – 2,19) de apresentar este comportamento de bullying quando comparado com o sexo feminino. Verificou-se para o estrato “ativos”, associação entre perpetrar bullying e o sexo masculino (OR = 2,21; IC95% 1,82 - 2,67) e sofrer bullying enquanto auto percepção (OR = 2,45; IC95% 2,05 - 2,93). Para os “insuficientemente ativos”, percebeu-se associação no modelo ajustado entre “perpetrar bullying” e sexo masculino (OR = 1,88; IC95% 1,65 - 2,13). Notou-se que os adolescentes do sexo masculino, que sofriam bullying, tinham mais chance de praticar bullying. Os resultados sugerem ainda que, tanto no grupo “ativo” quanto no grupo de “insuficientemente ativo”, quem perpetra bullying tem mais chance de ter sofrido bullying, sugerindo que o comportamento do bullying é anterior à prática de atividade física.

Biografia do Autor

Mona Gizelle Dreger de Oliveira, Universidade Estadual de Feira de Santana

Aluna do doutorado em Saúde Coletiva na Universidade Estadual de Feira de Santana. Mestre em Educação Física na Universidade Federal de Sergipe, ex-bolsista FAPITEC/UFS. Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Feira de Santana/BA. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade Nobre (FAN), Feira de Santana/BA, Instrutora de Pilates pela Active Pilates/BA. Pesquisadora integrante do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades em Saúde (NUDES/UEFS) e do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho de Sergipe (NUPAFISE/UFS). Experiência na área de Saúde Coletiva pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Violência e Saúde (NIEVS) em crianças e adolescentes e ex-bolsista de Iniciação Científica PROBIC/UEFS. Áreas de interesse: saúde pública, estudos epidemiológicos, saúde da criança e do adolescente, desigualdades em saúde, vulnerabilidade, violência, comportamento de risco à saúde do adolescente.

Felipe Souza Nery, Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor Auxiliar A da Universidade Estadual de Feira de Santana. Doutor em Ciência pelo programa Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), Fiocruz, Rio de Janeiro/RJ e coordenador/pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades em Saúde (NUDES/UEFS). Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Mestrado em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (UEFS). Atua principalmente nos seguintes temas: mortalidade geral e específica, saúde trabalho e ambiente, violência, homicídios, feminicídios, impunidade e populações vulneráveis.

Kenia Rejane de Oliveira Batista, Universidade Federal de Sergipe

Possui Mestrado em Educação Física, com a linha de pesquisa de Atividade Física Relacionada a Saúde e Qualidade de Vida, pela Universidade Federal de Sergipe, concluído em Abril/2018. Possui graduação em Educação Física Licenciatura pela Universidade Tiradentes (2008) e graduação em Educação Física Bacharelado pela Universidade Tiradentes (2010). Atua como Superintendente, Coordenadora Acadêmica (Educação Física Licenciatura, Educação Física Bacharelado, Fisioterapia e Pedagogia) e docente (Educação Física Licenciatura, Educação Física Bacharelado, Fisioterapia e Pedagogia) na Faculdade Regional Brasileira (FARB/UNIRB), na Unidade de Maceió/AL. 

Josiene de Oliveira Couto, Universidade Federal de Sergipe

Graduada em Educação Física (Bacharel) pela Universidade Federal de Sergipe, sendo bolsista do Projeto de extensão "UFS em Movimento" e de Iniciação Científica pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Atualmente é aluna do Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Integrante do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho de Sergipe (NUPAFISE)

Davi Pereira Monte Oliveira, Universidade Federal de Sergipe

Graduando em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Bolsista de iniciação científica do CNPq. Foi integrante voluntário do Programa de Educação pelo trabalho na Saúde PET/SUS Interprofissionalidade. Integrante do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho de Sergipe (NUPAFISE).

Victor Matheus dos Santos Nascimento, Universidade Federal de Sergipe

Mestrando em Educação Física (UFS). Integrante do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho de Sergipe (NUPAFISE).

Raphael Henrique de Oliveira Araujo, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2018), sendo bolsista de Monitoria e de Extensão. Obteve o grau de mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe (2020), atuando como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Atualmente participa do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho Físico de Sergipe (NUPAFISE).

Cristiane Kelly Aquino dos Santos, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Educação Física Licenciatura pela Universidade Federal de Alagoas e Bacharelado pela Universidade Tiradentes. Técnica em esportes aquáticos, Especialização em Saúde da Família HU/UFS Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe.Doutoranda em Saúde e Ambiente UNT/SE. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Esportes Aquáticos, Dança, Medidas e Avaliação em educação Física, Atividade Física relacionada à saúde e a Qualidade de Vida, Epidemiologia, Bioestatística, Tecnologia da Informação em Saúde, Metodologia do Ensino da Dança, Educação Física e Esportes Adaptados e Metodologia do ensino da Pesquisa Cientifica, atuando principalmente nos seguintes temas: Natação, Atividades Aquáticas relacionadas à saúde, Atividades Aquáticas Adaptadas, Atividade Física e Promoção da Saúde em escolares; Comportamentos de Risco em crianças e adolescentes; Atividade Física e Envelhecimento; Dança e promoção da saúde; trabalho multiprofissional em saúde; Programas Comunitários de Atividade Física; Bioestatística Aplicada à Atividade Física e Saúde; Tecnologia da Informação em saúde, geoprocessamento em saúde, utilização dos Exergames como atividade física e promoção da saúde; e para o ensino da dança.

Roberto Jerônimo dos Santos Silva, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe (1997), Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002) e Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe (2012). É professor Associado do Curso de Bacharelado em Educação Física e do Mestrado em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe. Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Aptidão Física, Saúde e Desempenho Físico de Sergipe (NUPAFISE). É Tutor da Residência Multiprofissional em Saúde da Família (UFS). Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Cineantropometria e Atividade Física relacionada à saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: Atividade Física e Promoção da Saúde; Comportamentos de Risco e qualidade de vida em crianças e adolescentes, Qualidade de Vida no Idoso, Educação e promoção da saúde, Epidemiologia da Atividade Física.

Referências

Best, K., Ball, K., Zarnowiecki, D., Stanley, R., & Dollman, J. (2017). In search of consistent predictors of children’s physical activity. International Journal of Environmental Research and Public Health, 14(10).

Blosnich, J., & Bossarte, R. (2011). Low-Level Violence in Schools: Is There an Association Between School Safety Measures and Peer Victimization? Journal of School Health, 81(2), 107–113.

Cabrera, A. F., Guerrero, A. J. M., Sánchez, J. S. P., & Rodríguez-García, M. (2019). Bullying among Teens: Are Ethnicity and Race Risk Factors for Victimization? A Bibliometric Research. Education Sciences, 9(3), 220.

Chad, D. J., Christopher, C. C., & Alison, R. E. (2014). Associations Between Teasing, Quality of Life, and Physical Activity Among Preadolescent Children. Journal of Pediatric Psychology, 39(1).

Cozma, I., Kukaswadia, A., Janssen, I., Craig, W., & Pickett, W. (2015). Active transportation and bullying in Canadian schoolchildren: A cross-sectional study. BMC Public Health, 15(1).

da Silva, J. L., de Mello, F. C. M., de Oliveira, W. A., do Prado, R. R., Silva, M. A. I., & Malta, D. C. (2018). Bullying victimization among Brazilian students: Results of the national survey of school health (PENSE). Texto e Contexto Enfermagem, 27(3).

de Oliveira, W. A., Angélica, M., Silva, I., Luiz Da Silva, J., Carvalho Malta De Mello, F., Ruscitto Do Prado B E, R., & Carvalho Malta, D. (2016). Associations between the practice of bullying and individual and contextual variables from the aggressors’ perspective. Jornal de Pediatria (Versão Em Português), 92(1), 32–39.

Demissie, Z., Lowry, R., Eaton, D. K., Hertz, M. F., & Lee, S. M. (2014). Associations of school violence with physical activity among U.S. high school students. Journal of Physical Activity and Health, 11(4), 705–711.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, editor. Pesquisa nacional de saúde do escolar, 2015. (2016). Rio de Janeiro: IBGE; 126 p.

Jachyra, P., & Gibson, B. E. (2016). Boys, transitions, and physical (in)activity: Exploring the socio-behavioural mediators of participation. Physiotherapy Canada, 68(1), 81–89.

Malta, D. C., Prado, R. R. do, Dias, A. J. R., Mello, F. C. M., Silva, M. A. I., Costa, M. R. da, & Caiaffa, W. T. (2014). Bullying and associated factors among Brazilian adolescents: analysis of the National Adolescent School-based Health Survey (PeNSE 2012). Revista Brasileira de Epidemiologia, 17(suppl 1), 131–145.

Malta, D. C., Silva, M. A. I., de Mello, F. C. M., Monteiro, R. A., Sardinha, L. M. V., Crespo, C., de Carvalho, M. G. O., da Silva, M. M. A., & Porto, D. L. (2010). Bullying in Brazilian schools: Results from the national school-based health survey (PeNSE), 2009. Ciencia e Saude Coletiva, 15(SUPPL. 2), 3065–3075.

Mello, F. C. M., da Silva, J. L., de Oliveira, W. A., do Prado, R. R., Malta, D. C., & Silva, M. A. I. (2017). A prática de bullying entre escolares brasileiros e fatores associados, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. Ciência e Saude Coletiva, 22(9), 2939–2948.

Mello, F. C. M., Malta, D. C., Santos, M. G., da Silva, M. M. A., & Silva, M. A. I. (2018). Evolution of the report of suffering bullying among Brazilian schoolchildren: National scholl health Survey - 2009 to 2015. Revista Brasileira de Epidemiologia, 21.

Melzer, W., & Schubarth, W. (2016). Gewalt in der Schule und die Gesundheit von Schülerinnen und Schülern. Bundesgesundheitsblatt - Gesundheitsforschung - Gesundheitsschutz, 59(1), 66–72.

Méndez, I., Ruiz-Esteban, C., & Ortega, E. (2019). Impact of the physical activity on bullying. Frontiers in Psychology, 10(JULY).

Merrill, R. M., & Hanson, C. L. (2016). Risk and protective factors associated with being bullied on school property compared with cyberbullied. BMC Public Health, 16(1).

Nomelini, Q. S. S., Cunha, N. S. de S., Fernandes, R. M., Oliveira, R. R. de, Santos, C. C. R., & Aguena, M. S. (2020). Bullying e a percepção dos estudantes Mato-Grossenses. Research, Society and Development, 9(7), e272973865. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3865

Olweus, D. (2013). School Bullying: Development and Some Important Challenges. Annual Review of Clinical Psychology, 9(1), 751–780.

Sibold, J., Edwards, E. M., O’Neil, L., Murray-Close, D., & Hudziak, J. J. (2020). Bullying Environment Moderates the Relationship Between Exercise and Mental Health in Bullied US Children. Journal of School Health, 90(3), 194–199.

Silva, R. A. da, Cardoso, T. de A., Jansen, K., Souza, L. D. de M., Godoy, R. V., Cruzeiro, A. L. S., Horta, B. L., & Pinheiro, R. T. (2012). Bullying and associated factors in adolescents aged 11 to 15 years. Trends in Psychiatry and Psychotherapy, 34(1), 19–24.

Downloads

Publicado

20/08/2020

Como Citar

OLIVEIRA, M. G. D. de; NERY, F. S.; BATISTA, K. R. de O.; COUTO, J. de O.; OLIVEIRA, D. P. M.; NASCIMENTO, V. M. dos S.; ARAUJO, R. H. de O.; SANTOS, C. K. A. dos; SILVA, R. J. dos S. Comportamento do bullying e atividade física acumulada em adolescentes escolarizados brasileiros. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e320997289, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.7289. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/7289. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde