Atividade antimicrobiana e antibiofilme da Plantago major: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7495Palavras-chave:
Plantago major; Odontologia; Agentes anti-infecciosos.Resumo
A Plantago major (PM) é uma planta rica em compostos químicos que garantem a ela um amplo espectro de utilizações ao redor do mundo. Estudos recentes têm avançado ao estudar a relação da planta com atuações antimicrobiana e antibiofilme. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é avaliar a atividade antimicrobiana e antibiofilme da espécie Plantago major. Para isso, foi realizada uma busca na literatura nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, utilizando o termo “Plantago major” em combinação com os descritores MeSH e DeCS “Dentistry” e “Anti-infective agents”, associados entre si pelo operador booleano AND e adaptados para cada base de dados. Além disso, foi feita uma busca complementar no Google Acadêmico. Foi encontrado o total de 130 resultados. Após uma leitura crítica de títulos e resumos, foram selecionados 16 estudos. A revisão inclui estudos publicados nos últimos 20 anos e que abordassem sobre a espécie Plantago major com ação antimicrobiana e antibiofilme na odontologia. A PM apresenta componentes que atuam com potencial antimicrobiano e antibiofilme. O extrato da planta possui espectro de ação in vitro contra Streptococcus mutans, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis, Shigella dysenteriae e Lactobacillus acidophilus. Entretanto, não há um consenso na literatura sobre a ação da PM no crescimento de Candida albicans, Staphylococcus aureus, Porphyromonas gingivalis e Escherichia coli. Assim sendo, a PM apresenta uma boa atuação antimicrobiana in vitro, em bactérias do biofilme, porém são necessários mais estudos para elucidar a ação contra o outras bactérias e aplicabilidade clínica da mesma.
Referências
Adom, M. B., Taher, M., Mutalabisin, M. F., Amri, M. S., Abdul Kudos, M. B., Wan Sulaiman, M. W. A., Sengupta, P., & Susanti, D. (2017). Chemical constituents and medical benefits of Plantago major. Biomedicine and Pharmacotherapy, 96(May), 348–360. https://doi.org/10.1016/j.biopha.2017.09.152
Alvarado Villanueva, V., & Moromi Nakata, H. (2014). Plantas medicinales: Efecto antibacteriano in vitro de Plantago major L, Erythroxylum novogranatense, Plowman var truxillense y Camellia sinensis sobre bacterias de importancia estomatológica. Odontología Sanmarquina, 13(2), 21. https://doi.org/10.15381/os.v13i2.2853
Anushree, B., Fawaz, M. A., Narahari, R., Shahela, T., & Syed, A. (2015). Comparison of antimicrobial efficacy of triclosan-Containing, herbal and homeopathy toothpastes-An invitro study. Journal of Clinical and Diagnostic Research, 9(10), DC05–DC08. https://doi.org/10.7860/JCDR/2015/11984.6626
Bezerra, A. S., Stankievicz, S. A., & Uczay, J. (2017). Composição nutricional e atividade antioxidante de plantas alimentícias não convencionais da região sul do Brasil. Arquivos Brasileiros de Alimentação, 1(1), 182–188.
Bochner, R., Fiszon, J. T., Assis, M. A., & Avelar, K. E. S. (2012). Problemas associados ao uso de plantas medicinais comercializadas no mercadão de madureira, município do rio de janeiro, brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 14(3), 537–547. https://doi.org/10.1590/S1516-05722012000300017
BRASIL. (2014). Monografia da espécie Plantago major L. (Tanchagem). Ministério Da Saúde, 5, 78.
Buffon, M. D. C. M., Lima, M. L. D. C., Galarda, I., & Cogo, L. (2001). Avaliação da eficácia dos extratos de Malva sylvestris, Calêndula officinalis, Plantago major e Curcuma zedoarea no controle do crescimento das bactérias da placa dentária. Estudo “in vitro”. Visão Acadêmica, 2(1). https://doi.org/10.5380/acd.v2i1.485
Cândido, A. L., Tunon, I. L., Carneiro, M. R. P.(2009). Microbiologia Geral. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2009. Disponível em: <https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/10295504042012Microbiologia_Geral_Aula_1.pdf>. Acesso em: 7 jul 2020..
Calixto Cotos, M. R. (2006). Plantas medicinales utilizadas en odontología: parte I. Kiru, 3(Parte I), 80–85.
Chiang, L. C., Chiang, W., Chang, M. Y., & Lin, C. C. (2003). In vitro cytotoxic, antiviral and immunomodulatory effects of Plantago major and Plantago asiatica. American Journal of Chinese Medicine, 31(2), 225–234. https://doi.org/10.1142/S0192415X03000874
Cordeiro, C. H. G., Sacramento, L. V. S. do, Corrêa, M. A., Pizzolitto, A. C., & Bauab, T. M. (2006). Análise farmacognóstica e atividade antibacteriana de extratos vegetais empregados em formulação para a higiene bucal. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 42(3), 395–404. https://doi.org/10.1590/s1516-93322006000300008
Dahlen, G., Basico, A., Bylund, J. (2019). Importância dos fatores de virulência para a persistência de bactérias orais na fenda gengival inflamada e na patogênese da doença periodontal. Jornal de Medicina Clínica, 8(9), 1339-1342.
Fejerskov, O.; Kidd, E e Nyvad B (2017). Cárie Dentária - Fisiopatologia e Tratamento. Rio de Janeiro: San Saúde Profissional
Fransciso, K. S. F. (2010) Fitoterapia: Uma opção para o tratamento odontológico. Revista Saúde. 4(1),18-24.
Freitas, A. G., Costa, V., Farias, E. T., Lima, M. C. A., Sousa, I. A., & Ximenes, E. A. (2002). Atividade antiestafilocócica do Plantago major L. Revista Brasileira de Farmacognosia, 12, 64–65. https://doi.org/10.1590/s0102-695x2002000300031
Germano, V. E. et al.(2018). Microrganismos habitantes da cavidade oral e sua relação com patologias orais e sistêmicas: Revisão de Literatura. Revista de Ciências da Saúde de Nova Esperança. 15 (3), 91-99.
Gomez-Flores, R., Calderon, C. L., Scheibel, L. W., Tamez-Guerra, P., Rodriguez-Padilla, C., Tamez-Guerra, R., & Weber, R. J. (2000). Immunoenhancing properties of Plantago major leaf extract. Phytotherapy Research, 14(8), 617–622. https://doi.org/10.1002/1099-1573(200012)14:8<617::aid-ptr674>3.0.co;2-n
Gonçalves, M. A. P. (2014). Microbiota – implicações na imunidade e no metabolismo. 2014. 53p. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas). Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal, 2014. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4516/1/PPG_21951.pdf>. Acesso em: 7 jul 2020.
Haddadian, K., Haddadian, K., & Zahmatkash, M. (2014). A review of plantago plant. Indian Journal of Traditional Knowledge, 13(4), 681–685.
Holetz, F. B., Pessini, G. L., Sanches, N. R., Cortez, A. G., Nakamura, C. V., Prado, B., & Filho, D. (2002). Screening Pl Medicinais 2.Pdf. Mem Inst Oswaldo Cruz, 97(October), 1027–1031.
Ji, X., Hou, C., & Guo, X. (2019). Physicochemical properties, structures, bioactivities and future prospective for polysaccharides from Plantago L. (Plantaginaceae): A review. International Journal of Biological Macromolecules, 135, 637–646. https://doi.org/10.1016/j.ijbiomac.2019.05.211
Juiz, P. J. L., Alves, R. J. C., Barros, T. F. (2010). Uso de produtos naturais como coadjuvante no tratamento da doença periodontal. Revista brasileira de farmacognosia., 20(1), 134-139.
Leites, A. C. B. R., Pinto, M. B., Sousa, E. R. de S. (2006). Aspectos microbiológicos da cárie dental microbiological. Salusvita. 25(2), 135-148.
Luz, A. C., Pretti, I. R., Dutra, J. V. C., & Batitucci, M. C. P. (2012). Avaliação do potencial citotóxico e genotóxico de Plantago major L. Em sistemas teste in vivo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 14(4), 635–642. https://doi.org/10.1590/S1516-05722012000400010
Marcenes, W., Kassebaum, N.J., Bernabe, E. (2013). Global burden of oral conditions in 1990-2010: a systematic analysis. Journal of Dental Research. 92(7), 592-597.
Marsh, P., Martin, M.V.(2005). Microbiologia oral. São Paulo: Editora Santos.
Moreno, A. D. H., Possebon, L., Sant’ana, M., Ribeiro Souza, H., Pilon, M. M. I., & Girol, A. P. (2018). Avaliação da atividade antimicrobiana e citotoxicidade hemolítica em diferentes extratos vegetais. Arquivos de Ciências Da Saúde, 25(1), 11. https://doi.org/10.17696/2318-3691.25.1.2018.1172
Oliveira, F. Q., Gobira, B., Guimarães, C., Batista, J., Barreto, M., & Souza, M. (2007). Espécies vegetais indicadas na odontologia. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 17(3), 466–476. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2007000300022
Pensantes-Sangay, S. J., Calla-Poma, R. D., Requena-Mendizabal, M. F., Alvino-Vales, M. I., & Millones-Gómez, P. A. (2020). Chemical Composition and Antibacterial Effect of Plantago Major Extract on Periodontal Pathogens. Pesquisa Brasileira Em Odontopediatria e Clínica Integrada, 20, 1–10. https://doi.org/10.1590/pboci.2020.100
Pereira A.S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Samuelsen, A. B. (2000). The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. Journal of Ethnopharmacology, 71(1–2), 1–21. https://doi.org/10.1016/S0378-8741(00)00212-9
Samaranayake, L. (2012). Fundamentos de microbiologia e imunologia na odontologia. Rio de Janeiro: Elsevier.
Sharma, H., Yunus, G. Y., Mohapatra, A. K., Kulshrestha, R., Agrawal, R., & Kalra, M. (2016). Antimicrobial efficacy of three medicinal plants Glycyrrhiza glabra, Ficus religiosa, and Plantago major on inhibiting primary plaque colonizers and periodontal pathogens: An in vitro study. Indian Journal of Dental Research, 27(2), 200–204. https://doi.org/10.4103/0970-9290.183135
Shirley, K. P., Windsor, L. J., Eckert, G. J., & Gregory, R. L. (2017). In Vitro Effects of Plantago Major Extract, Aucubin, and Baicalein on Candida albicans Biofilm Formation, Metabolic Activity, and Cell Surface Hydrophobicity. Journal of Prosthodontics, 26(6), 508–515. https://doi.org/10.1111/jopr.12411
Teles, D. G., & Costa, M. M. (2014). Estudo da ação antimicrobiana conjunta de extratos aquosos de Tansagem (Plantago major l., Plantaginaceae) e Romã (Punica granatum l., Punicaceae) e interferência dos mesmos na ação da amoxicilina in vitro. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 16(2 SUPPL. 1), 323–328. https://doi.org/10.1590/1983-084X/11_123
Trindade, G. O., Alves, V.H., Marino, P.A., Maldaner, G, Menezes, A.P.S., Reis, R.O. (2018). Triagem fitoquímica e avaliação do potencial antibacteriano de extrato de folhas Plantago major L. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde. 9(1), 13-14.
Valverde, B., Carolina, V. (2017). Efecto inhibitorio del extracto de manzanilla (Matricaria Chamomilla), extracto de llantén (Plantágo major l.) y la combinación del extracto de manzanilla y llantén comparado con la clorhexidina sobre cepa de Porphyromona gingivalis. Trabalho de Conclusão de Curso. Quito: UCE.
Velasco-Lezama, R., Tapia-Aguilar, R., Román-Ramos, R., Vega-Avila, E., & Pérez-Gutiérrez, M. S. (2006). Effect of Plantago major on cell proliferation in vitro. Journal of Ethnopharmacology, 103(1), 36–42. https://doi.org/10.1016/j.jep.2005.05.050
Zelante, F., Ashcar, H., Piochi, B. J., Monson, C. A., Cunha, P. S. (1982). Staphylococcus aureus na boca e no nariz de indivíduos sãos: de identidade entre as cepas isoladas. Revista de Saúde Pública. 16(3); 92-96.
Zubair, M., Ekholm, A., Nybom, H., Renvert, S., Widen, C., & Rumpunen, K. (2012). Effects of Plantago major L. leaf extracts on oral epithelial cells in a scratch assay. Journal of Ethnopharmacology, 141(3), 825–830. https://doi.org/10.1016/j.jep.2012.03.016
Zubair, M., Nybom, H., Lindholm, C., Brandner, J. M., & Rumpunen, K. (2016). Promotion of wound healing by Plantago major L. leaf extracts - Ex-vivo experiments confirm experiences from traditional medicine. Natural Product Research, 30(5), 622–624. https://doi.org/10.1080/14786419.2015.1034714
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Mariana Sobreira Bezerra; Aline Sobreira Bezerra; Talita Arrais Daniel Mendes; Natália Franco Brum; Gabriela Scortegagna de Souza; Patricia Kolling Marquezan
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
