Análise da assistência em infecções sexualmente transmissíveis na atenção primária
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8009Palavras-chave:
Gênero e Saúde; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Atenção Primária à SaúdeResumo
Objetivou-se avaliar a assistência em infecções sexualmente transmissíveis prestada na atenção primária à saúde por enfermeiras(os) e médicas(os) sob a perspectiva de gênero. Tratou-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 32 enfermeiras(os) e 32 médicas(os) de Unidades de Saúde da Família, entre janeiro e junho de 2016. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário. Os dados foram tabulados e analisados com o software Epi infoTM7. Os resultados referentes às atividades clínicas desenvolvidas identificaram a prevalência em profissionais enfermeiros realizarem atendimento ginecológico, exames físico e clínico das mamas em pessoas do sexo feminino. Em oposição, as(os) profissionais médicas(os) predominaram na realização de exames físico e genital em sujeitos masculinos. Quanto às percepções das(os) profissionais acerca dos aspectos influenciadores na transmissão das infecções sexualmente transmissíveis destacou-se: imunidade, promiscuidade, machismo, periferia e baixa escolaridade. Os resultados demostraram a presença de aspectos que reforçam padrões normativos influenciadores na assistência em infecções sexualmente transmissíveis. Ademais, a visão restritiva acerca dos grupos de risco, incluídas as barreiras de gênero, podem dificultar a realização de atividades de prevenção e abordagens nos atendimentos das(os) usuárias(os).
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