Algoritmo de redução de ruído em aparelhos de amplificação sonora individual: influência no reconhecimento de sentenças no ruído
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8352Palavras-chave:
Auxiliares de Audição; Perda Auditiva; Audiologia; Audiometria da Fala; Testes de discriminação da fala.Resumo
Objetivo: verificar a influência do algoritmo de redução de ruído no reconhecimento de fala no ruído em adultos e idosos, usuários de AASI. Método: Estudo transversal realizado com indivíduos de 18 anos ou mais, com perda auditiva neurossensorial, encaminhados para protetização. Para a avaliação utilizou-se o teste Lista de Sentenças em Português, em cabine acusticamente tratada, em duas condições: com o algoritmo de redução de ruído ligado e desligado. Resultados: A amostra é composta por 38 indivíduos. Observou-se uma melhora da relação sinal-ruído na condição do redutor de ruído ligado comparado ao desligado (p = 0,043). Quanto ao Índice Percentual de Reconhecimento de Sentenças no Ruído, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Foram definidas duas variáveis: ΔS/R e ΔIPRSR. O ΔS/R é a diferença entre a relação sinal ruído com o redutor de ruído desligado e ligado, já o ΔIPRSR é a diferença entre o Índice Percentual de Reconhecimento de Sentenças no Ruído com redutor de ruído ligado e desligado. Observou-se que um aumento no ΔS/R está relacionado a uma piora do ΔIPRSR. Conclusão: A relação Sinal-Ruído apresentou melhora com a utilização do algoritmo, no entanto, o mesmo não foi verificado para o Índice Percentual de Reconhecimento de Sentenças no Ruído. Além disso, foi observada uma relação inversa entre ΔS/R e ΔIPRSR, indicando que maiores relações Sinal-Ruído podem comprometer o reconhecimento de sentenças no ruído.
Referências
Baraldi, G. S., Almeida, L. C., & Borges, A. C. C. (2007). Evolução da perda auditiva no decorrer do envelhecimento. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 73(1), 64–70. https://doi.org/10.1590/s0034-72992007000100010
Bentler, R., Wu, Y. H., Kettel, J., & Hurtig, R. (2008). Digital noise reduction: Outcomes from laboratory and field studies. International Journal of Audiology, 47(8), 447–460. https://doi.org/10.1080/14992020802033091
Bertozzo, M. C., & Blasca, W. Q. (2019). Análise comparativa dos métodos prescritivos NAL-NL2 e DSL v5.0a na adaptação do AASI em idosos. CoDAS, 31(4). https://doi.org/10.1590/2317-1782/20192018171
Brons, I., Houben, R., & Dreschler, W. A. (2014). Effects of noise reduction on speech intelligibility, perceived listening effort, and personal preference in hearing-impaired listeners. Trends in Hearing, 18. https://doi.org/10.1177/2331216514553924
Canzi, P., Manfrin, M., Locatelli, G., Nopp, P., Perotti, M., & Benazzo, M. (2016). Development of a novel Italian speech-in-noise test using a roving-level adaptive method: adult population-based normative data. Acta Otorhinolaryngologica Italica : Organo Ufficiale Della Societa Italiana Di Otorinolaringologia e Chirurgia Cervico-Facciale, 36(6), 506–512. https://doi.org/10.14639/0392-100X-1133
Chung, K. (2004). Challenges and Recent Developments in Hearing Aids: Part I. Speech Understanding in Noise, Microphone Technologies and Noise Reduction Algorithms. Trends in Amplification, 8(3), 83–124. https://doi.org/10.1177/108471380400800302
Cooper, J. C., & Cutts, B. P. (1971). Speech discrimination in noise. Journal of Speech and Hearing Research, 14(2), 332–337. https://doi.org/10.1044/jshr.1402.332
Costa, M. J. (1998). Listas de sentenças em português: apresentação & estratégias de aplicação na audiologia. Santa Maria: Pallotti.
Costa, M. J., Daniel, R. C., & Neujahr, S. dos S. (2011). Sentence recognition in quiet and in noise on earphones: reference benchmarks. In Revista CEFAC (Vol. 13).
da Silva, A. P. R. (2014). A seleção do AASI no deficiente auditivo idoso, comparando o desempenho entre a programação padrão e a programação individualizada. Universidade de São Paulo.
Davis, H., & Silverman, S. R. (1966). Hearing and Deafness. In Hearing and Deafness (3rd ed). New York: Holt, Rinehart and Winston.
de Oliveira, J. R. M., Lopes, E. S., & Alves, A. F. (2010). Speech perception of hearing impaired people using a hearing aid with noise supression algorithms. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 76(1), 14–17. https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000100003
Desjardins, J. L., & Doherty, K. A. (2014). The effect of hearing aid noise reduction on listening effort in hearing-impaired adults. Ear and Hearing, 35(6), 600–610.
https://doi.org/10.1097/AUD.0000000000000028
Dworsack-Dodge, M. (2013). The Devil is in the Fitting Details. Retrieved August 12, 2020, from AudiologyOnline website: https://www.audiologyonline.com/articles/devil-in-fitting-details-11566
Ferreira, G. C., Santos, S. N. dos, & Costa, M. J. (2017). Fatores de influência na percepção de fala em idosos usuários de próteses auditivas. Distúrbios Da Comunicação, 29(3), 405. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i3p405-415
Guijo, L. M., Horiuti, M. B., & Cardoso, A. C. V. (2019). Mensuração do esforço auditivo com o uso de um paradigma de tarefa dupla do Português Brasileiro: estudo-piloto. CoDAS, 31(4). https://doi.org/10.1590/2317-1782/20192018181
Henriques, M. O., Miranda, E. C. de, & Costa, M. (2008). Limiares de reconhecimento de sentenças no ruído, em campo livre: valores de referência para adultos normo-ouvintes. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 74(2), 188–192.
Hilkhuysen, G., Gaubitch, N., Brookes, M., & Huckvale, M. (2012). Effects of noise suppression on intelligibility: Dependency on signal-to-noise ratios. The Journal of the Acoustical Society of America, 131(1), 531–539. https://doi.org/10.1121/1.3665996
Holube, I., Puder, H., & Velde, T. M. (2014). DSP Hearing aids. In M. J. METZ (Ed.), Sandlin’s Textbook of Hearing Aid Amplification: Technical and Clinical Considerations. (pp. 221–294).
Hopkins, K. (2015). Deafness in cochlear and auditory nerve disorders. In Handbook of Clinical Neurology (Vol. 129, pp. 479–494). https://doi.org/10.1016/B978-0-444-62630-1.00027-5
Hu, Y., & Loizou, P. C. (2007). A comparative intelligibility study of single-microphone noise reduction algorithms. Journal of the Acoustical Society of America, 122(3), 1777–1786. https://doi.org/10.1121/1.2766778
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2013). Pesquisa Nacional de Saúde - Pessoas com deficiência auditiva, total, percentual e coeficiente de variação, por sexo e situação do domicílio. Retrieved September 21, 2019, from https://sidra.ibge.gov.br/tabela/5719
Keidser, G., Dillon, H. R., Flax, M., Ching, T., & Brewer, S. (2011). The NAL-NL2 prescription procedure. Audiology Research, 1(1S). https://doi.org/10.4081/audiores.2011.e24
Melo, R., Menezes, D., & Pacífico, F. (2017). Brazilian Portuguese Hearing in Noise Test (HINT): different interpretation criteria for individuals’ responses. CoDAS, 29(1). https://doi.org/10.1590/2317-1782/20172016082
Nordrum, S., Erler, S., Garstecki, D., & Dhar, S. (2006). Comparison of performance on the hearing in noise test using directional microphones and digital noise reduction algorithms. American Journal of Audiology, 15(1), 81–91. https://doi.org/10.1044/1059-0889(2006/010)
Oliveira, J. R. M., Lopes, E. S., & Alves, A. F. (2010). Percepção de fala dos deficientes auditivos usando aparelho de amplificação com algoritmo de redução de ruído. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, 76(1), 14–17. https://doi.org/10.1590/s1808-86942010000100003
OMS - Organização Mundial de Saúde. (2018). World hearing day infographic. Retrieved from https://www.who.int/deafness/world-hearing-day/WorldHearing-Day-Infographic-EN.pdf?ua=1
Plomp, R. (1994). Noise, amplification, and compression: considerations of three main issues in hearing aid design. Ear and Hearing, 15(1), 2–12. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8194676
Plomp, R., & Mimpen, A. M. (1979). Speech-reception threshold for sentences as a function of age and noise level. The Journal of the Acoustical Society of America, 66(5), 1333–1342. https://doi.org/10.1121/1.383554
Ricketts, T. A., & Hornsby, B. W. Y. (2005). Sound quality measures for speech in noise through a commercial hearing aid implementing “digital noise reduction.” Journal of the American Academy of Audiology, 16(5), 270–277. https://doi.org/10.3766/jaaa.16.5.2
Santos, S. N., & Costa, M. J. (2016). Percepção de fala no ruído em idosos usuários de próteses auditivas com diferentes microfones e algoritmo de redução de ruído. Audiology - Communication Research, 21(0). https://doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1607
Smaldino, J., Kreisman, B., & John, A. (2014). Sandlin’s textbook of hearing aid amplification. In M. Metz (Ed.), Sandlin’s textbook of hearing aid amplification (3rd ed, pp. 629–658). San Diego: Plurall.
Wu, Y.-H., Stangl, E., Chipara, O., Hasan, S. S., DeVries, S., & Oleson, J. (2019). Efficacy and Effectiveness of Advanced Hearing Aid Directional and Noise Reduction Technologies for Older Adults With Mild to Moderate Hearing Loss. Ear and Hearing, 40(4), 805–822. https://doi.org/10.1097/AUD.0000000000000672
Yumba, W. (2019). Selected Cognitive Factors Associated with Individual Variability in Clinical Measures of Speech Recognition in Noise Amplified by Fast-Acting Compression Among Hearing Aid Users. Noise
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Sabrina Nuñes Gonçalves; Adriana Laybauer Silveira; Adriane Ribeiro Teixeira
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.