Diagnóstico da degradação ambiental de um trecho do Rio do Peixe rm Itabira (MG) e proposição de medidas para a sua restauração
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i3.843Palavras-chave:
Bioengenharia; Impactos ambientais; Mata ciliar; Restauração fluvial.Resumo
As atividades antrópicas próximas aos cursos hídricos causam impactos ambientais negativos nestes, podendo resultar em alterações morfológicas, ecológicas e hidrológicas, irreversíveis. Para a restauração do equilíbrio ecológico de um curso hídrico é necessário determinar o seu nível de degradação e potencial de restauração fluvial, considerando seus aspectos físicos, funcionais e ambientais. Assim, esta pesquisa objetivou a elaboração de um diagnóstico das condições ambientais e fluviais de um trecho do Rio do Peixe, localizado em Itabira (MG), visando a proposição de alternativas de intervenção para a restauração do ambiente. Para tal, utilizou-se pesquisa de campo, análise de dados referentes à qualidade da água e observação. O trecho do Rio de Peixe analisado, situado a jusante da barragem homônima, possui 880 m de extensão. Destaca-se que em função dos indicadores referentes à diversidade de habitat, áreas verdes adjacentes e qualidade da água este trecho foi subdivido em oito sub-trechos homogêneos. De modo geral, o nível de degradação foi considerado médio, visto que apesar da baixa degradação dos aspectos físicos representados pela seção tranversal, regime hidrológico e qualidade da água, a ausência de vegetação nativa resultou em uma degradação muito alta quanto à dimensão ambiental. Por outro lado, verificou-se um potencial de restauração alto. Assim, propõem-se as técnicas de restauração relacionadas à bioengenharia, como aplicação de biomantas, faxinas, galhos de árvore, supressão da vegetação exótica e plantio de mudas nativas. Salienta-se, contudo que, além da restauração, é importante que sejam realizados o monitoramento contínuo e desenvolvidos programas de educação ambiental voltados à população residente nas proximidades dos cursos hídricos.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Metadados Bacia Rio Doce. 2017. Disponível em: <http://metadados.ana.gov.br/geonetwork/srv/pt/main.home>. Acesso em: 05 mai. 2018.
ART, H. W. (Editor Geral). Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais. 2. ed. São Paulo: UNESP/Melhoramentos, 2001. 584 p.
BAPTISTA, M; PÁDUA V. L. Restauração de Sistemas Fluviais. 1º ed. Barueri SP: Editora Manole Ltda, 2016.
BARROS, C. J. Deserto Verde - Os impactos do cultivo de eucalipto e pinus no Brasil. Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina, p.5, 2011.
BONFIM, A. C. F; PEREIRA, P. H. R; PERDIGÃO, L. S; VIEIRA, E.M. Análise do aporte de ferro solúvel na sub-bacia hidrográfica do rio do Peixe por meio do SWAT. Anais... XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p1010.pdf> Acesso em: 13 fev. 2018.
BOTELHO, M. J. CRUZ, G. A. V. Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013, 131p.
BOTELHO, S. A.; DAVIDE, A. C. Métodos silviculturais para recuperação de nascentes e recomposição de matas ciliares. 2002. Anais... Simpósio Nacional sobre Recuperação de Áreas Degradadas, 5. 2002, Belo Horizonte. Água e biodiversidade: palestras. [Belo Horizonte: SOBRADE], 2002.
CANEPPELE, G. B. Sistema de custos e análise de preços para uma indústria de confecções. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e Da Comunicação Curso De Ciências Contábeis, Três Passos, 2012.
CARDOSO, A. S. Proposta de metodologia para orientação de processos decisórios relativos a intervenções em cursos de água em áreas urbanas. Tese (Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) - Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2012. Disponível em: <http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/499D.PDF>. Acesso em 10 fev. 2018.
CARPANEZZI, A. A. Benefícios indiretos da floresta. In: GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais: um guia para ações municipais e regionais. Colombo: Embrapa Florestas, 2000, p. 19-55.
COELHO, A. L. N. Geomorfologia fluvial de rios Impactados por barragens. Universidade Federal de Uberlândia Programa de Pós-Graduação em Geografia Caminhos de Geografia, Uberlândia, 2008.
GOOGLE. Google Earth. Versão 7.1.5.1557. 2017. Nota (Município de Itabira - MG). Disponível em: <http://www.google.com/earth/download/ge/agree.html>. Acesso em: 16 mai. 2018.
INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS (IGAM). Identificação de municípios com condição crítica para a qualidade de água na sub-bacia do rio Piracicaba. Belo Horizonte, 29 de Julho de 2014. Disponível em: <http://www.igam.mg.gov.br/>. Acesso em: 12 de fev. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapa de Biomas do Brasil, primeira aproximação. 2004; Rio de Janeiro. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm>. Acesso em: 20 de ago. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo - Séries históricas Município de Itabira. 2010a. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/
mg/itabira/pesquisa/43/30281?detalhes=true&tipo=grafico>Acesso em: 09 set. 2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Carta Internacional ao Milionésimo. 2010b. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/interativos/
servicos/wms-do-arcgis>. Acesso em: 05 mai. 2018.
LIMA, W. P.; ZAKIA, M.J.B. Hidrologia de Matas Ciliares. In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO-FILHO, H.F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, Edusp e Fapesp, 2ª ed, 2004.
MACIEL JUNIOR, P; MACIEL, Y. R; NEVES, R. M. Considerações sobre o Enquadramento das Águas da Bacia do Rio Piracicaba. Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce – PIRH-DOCE, 2010.
MARCONI, M. de A. LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM). Deliberação Normativa COPAM nº 09, de 19 de abril de 1994. Confere o art. 5º, item I, da Lei nº 7.772. de 08 de setembro de 1980, e tendo em vista o disposto no art. 214, § 1º, inciso IX da Constituição do Estado de Minas Gerais, e a Resolução nº 20, de 18 de junho de 1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e a Deliberação Normativa do COPAM nº 010, de 16 de dezembro de 1986, que estabelece a Classificação das Águas do Estado de Minas Gerais, e, considerando a necessidade de manutenção e/ou melhoria da qualidade das águas da bacia do rio Piracicaba, sub-bacia integrante da bacia do rio Doce; a importância da utilização racional dos seus recursos hídricos fundamentais para abastecimento doméstico das comunidades locais e demais usos das diversas atividades existentes na área de sua contribuição. Diário do Executivo de Minas Gerais. Belo Horizonte, 19 de maio de 1994. Disponível em:< http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=108>. Acesso em: 10 de jun. de 2018.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Florestas do Brasil em resumo 2010. Disponível em: <http://www.florestal.gov.br/publicacoes/561-florestas-do-brasil-em-resumo-2010>. Acesso em: 22 de ago. 2018.
MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999.
MOURA, P., CARDOSO, A., SANTOS, A. C.; BAPTISTA, M. Avaliação ambiental para restauração hidrológica e fluvial em áreas degradadas por atividades de mineração. REGA - Revista de Gestão de Água da América Latina, volume, n. 1, Jan/Jun. 2014.
PARENTE, H.N.; MAIA, M.O. Impacto do pastejo sobre a compactação dos solos com ênfase no Semiárido. Revista Trópica, Chapadinha, v. 5, n. 3, 2011.
PIVELLI, R. P; KATO, M. T. Qualidade Das Águas e Poluição - Aspectos Físico-químicos. 2006.
POPE, M.L; et al. Assessment of the Effects of Holding Time and Temperature on Escherichia coli Densities in Surface Water Samples. Appl Environ Microbiol. 2003.
RODRIGUES, S. S. Análise da eficiência de indicadores da restauração ecológica em mata ripária no Cerrado, Planaltina- Distrito Federal. Dissertação de mestrado em ciências florestais departamento de engenharia florestal. Universidade de Brasília, DF, 2015.
SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO (SAAE). Origem da água. Disponível em: <http://www.saaeitabira.com.br/index.php/agua-esgoto/origem-agua> Acesso em: 15 fev. 2018.
SILVA, M. I. O. Avaliação ecológica de áreas ciliares em processo de restauração florestal na zona da mata norte, Pernambuco. RECIFE, 2017.
SOUZA, W. F. L.; MEDEIROS, P. R. P.; BRANDINI, N.; KNOPPERS, B. Impactos de Barragens sobre os Fluxos de Materiais na Interface Continente-Oceano, Rev. Virtual Quim., 3 (2), 116-128, 2011.
VALE. Vale fornece água de mina para a ETA Rio de Peixe, em Itabira. 2017a. Disponível em: < https://valeinformar.valeglobal.net/BR/MG/Paginas/Vale-fornece-%C3%A1gua-de-mina-para-a-ETA-Rio-de-Peixe,-em-Itabira.aspx?pdf=1> Acesso em: 07 out. 2018.
VALE. Dados de qualidade da água, Rio do Peixe - 2013 a 2017. Documento interno. 2017b.
VALE. Dados pluviométricos da estação meteorológica EM11 – Pousada, Itabira - 2013 a 2017. Documento interno. 2018a.
VALE. Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF). Documento interno. 2018b.
VASCONCELLOS, F. C. S; IGANCI, J. R. V; RIBEIRO, G. A. Qualidade microbiológica da água do rio São Lourenço, São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul. Arquivos do Instituto Biológico, 73: 177-181, 2006.
VON SPERLING, M. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. V.7. 2º. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. V.1. 4º. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.