Composição química do Feijão-dos-Arrozais (Macroptilium lathyroides (L.) Urb.)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8456Palavras-chave:
Feijão-de-pomba; Feijão-de-rola; Feijão-de-campo; Leguminosa forrageira; Valor nutritivo.Resumo
O objetivo do estudo foi determinar a composição química do Feijão-dos-Arrozais (Macroptilium lathyroides (L.)) Urb. ao longo do ciclo produtivo. O experimento foi realizado no município do Capão do Leão - RS região fisiografia Litoral Sul do Rio Grande do Sul. Aos 45 dias após a emergência das plantas realizou-se o primeiro corte de avaliação da forragem e, com intervalos de 15 dias, foram realizados outros nove cortes, todos a 5 cm do solo. Os tratamentos corresponderam a diferentes datas de avaliação do Macroptilium em crescimento livre, constituindo um experimento com dez tratamentos e três repetições em delineamento inteiramente casualizado. Foram determinados os valores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), lignina em detergente ácido (LDA), proteína bruta (PB), lipídios totais (LT), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Os resultados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial. Todas as variáveis apresentaram significância para regressões cúbicas, com valores médios de: FDN= 58,15; FDA= 38,94; LDA= 9,15; PB= 11,59; LT= 1,18% e; P= 2,29; K= 10,19; Ca= 26,48 e Mg= 4,53 g/kg de MS; semelhantes a outras leguminosas forrageiras de clima quente. A qualidade química do feijão-dos-arrozais variou ao longo do ciclo produtivo, sendo diretamente influenciada pelo hábito de crescimento indeterminado da espécie. Do ponto de vista da qualidade química, a forragem do primeiro crescimento do feijão-dos-arrozais deve ser colhida até 75 dias após a emergência, período em que se conjugam menores teores de fibras e lignina associados a maiores teores de proteína bruta, lipídios, magnésio e cálcio.
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