Cuidados paliativos oncológicos: percepção das equipes de estratégia de saúde da família
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8797Palavras-chave:
Assistência paliativa; Oncologia; Atenção primária à saúde.Resumo
O presente estudo teve como objetivo identificar a percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da Família sobre os cuidados paliativos oncológicos na Atenção Primária em Saúde. Participaram do estudo quinze profissionais das equipes de Estratégia de Saúde da Família de uma unidade básica de saúde de um município médio porte de Santa Catarina (Brasil), que prestaram atendimentos a pacientes oncológicos em cuidados paliativos no território de abrangência. Os dados coletados a partir de entrevista individual semiestruturada e analisados por meio da análise de conteúdo resultaram em três categorias finais: Compreendendo Cuidados Paliativos; Atuação Interprofissional; Aspectos Emocionais do Cuidar. Embora os cuidados paliativos façam parte da atenção ao paciente oncológico, essa abordagem ainda não é compreendida em sua totalidade, restringindo o processo de cuidado ao alívio de sintomas físicos e suporte em necessidades pontuais. Entretanto, é válido destacar que os profissionais demonstram cuidado aos sentimentos que os pacientes e familiares vivenciam quando se deparam com a progressão da doença para o processo de fim de vida. Na tentativa de amenizar tal fragilidade, os profissionais apontam a Psicologia como um recurso válido que auxiliará o paciente e sua família na elaboração dos sofrimentos que estes vivenciam durante o adoecimento.
Referências
Araújo, T. A. M., Vasconcelos, A. C. C. P, Pessoa, T. R. R. F, & Forte, F. D. S. (2017). Multiprofissionalidade e interprofissionalidade em uma residência hospitalar: o olhar de residentes e preceptores. Interface (Botucatu), 21(62), 601-613. https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0295.
Bardin, L. (2004). Análise de Conteúdo (3a ed.). Lisboa, Portugal: Edições 70.
Brasil. (2007). Portaria Nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Diário Oficial da União: Brasília-DF, Seção 1, 34.
Brasil. (2013). Portaria nº 874 de 16 de maio de 2013. Institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União: Brasília-DF, Seção 1, 33.
Brasil. (2017). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União: Brasília-DF, Seção 1, 68.
Brasil. (2018). Resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018. Dispõe sobre as diretrizes para a organização dos cuidados paliativos, à luz dos cuidados continuados integrados, no âmbito Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União: Brasília-DF, Seção 1, 276.
Breen, L. J., O'Connor, M., Hewitt, L. Y., & Lobb, E. A. (2014). The "specter" of cancer: exploring secondary trauma for health professionals providing cancer support and counseling. Psychological Services, 11(01), 60–67. https://doi.org/10.1037/a0034451.
Campelo, C. L., Passos, H. M., Souza, S. M. A., Paiva, S. S., Lima, J. F. B., & Oliveira, F. D. S. (2018). Death in the process of teaching and learning in Nursing: thinking in the light of the thought of Gadamer. International Journal of Development Research, 08(08), 22197-22199. https://doi.org/10.37118.
Combinato, D. & S., Martin, S. T. F. (2017). Necessidades da vida na morte. Interface (Botucatu), 21(63), 869-880. https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0649.
Frossard, A. (2016). Os cuidados paliativos como política pública: notas introdutórias. Cadernos EBAPE.BR, 14(spe), 640-655. https://doi.org/10.1590/1679-395114315.
Hannon, B., Swami, N., Pope, A., Rodin, G., Dougherty, E., Mak, E. & Banerjee, S. et al. (2015). The oncology palliative care clinic at the Princess Margaret Cancer Centre: an early intervention model for patients with advanced câncer. Support Care Cancer, 23(4), 1073–1080. https://doi.org/10.1007/s00520-014-2460-4.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2009). Prestação de Serviço: Assistência Médica Sanitária. Obtido em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/lages/pesquisa/32/28163.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Índice de Desenvolvimento Humano: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Obtido em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/lages/pesquisa/37/0.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Panorama População. Obtido em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/lages/panorama
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (2014). Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Obtido em https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_60/v01/pdf/11-resenha-estimativa-2014-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. (2018). Cuidados Paliativos. Obtido em https://www.inca.gov.br/tratamento/cuidados-paliativos
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. (2019). Estimativa 2020: Incidência de Câncer no Brasil. Obtido em https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf
Kolankiewicz, A. C. B., Loro, M. M., Magnago, T. S. B. S., Rosanelli, C. L. S. P., & Domenico, E. B. L. (2015). Demandas de cuidado de pacientes oncológicos: proposta de intervenção pela convergência e prática educativa. Revista de enfermagem UFPE on line, 09(12), 1370-1375. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v9i12a10846p1370-1375-2015.
Kübler-Ross, E. (2017). Sobre a morte e o morrer (10a ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Marcucci, F. C. I., Perilla, A. B., Brun, M. M., & Cabrera, M. A. S. (2016). Identificação de pacientes com indicação de Cuidados Paliativos na Estratégia Saúde da Família: estudo exploratório. Cadernos saúde coletiva, 24(02), 145-152. https://doi.org/10.1590/1414-462X201600020012.
Marteleto, R. M., & David, H. M. S. L. (2014). Almanaque do Agente Comunitário de Saúde: uma experiência de produção compartilhada de conhecimentos. Revista Interface – Comunicação, Saúde, Educação, 18(02), 1211-1226. DOI: 10.1590/1807-57622013.0479.
Medeiros, C. S., Carvalho, R. N., Cavalcanti, P. B., & Salvador, A.S. (2011). O processo de (des) construção da multiprofissionalidade na atenção básica: limites e desafios a efetivação do trabalho em equipe na estratégia saúde da família em João Pessoa-PB. Revista brasileira de ciências da saúde, 15(03), 319-328. DOI: 10.4034/RBCS.2011.15.03.07.
Mendes, E. C., & Vasconcellos, L. C. F. (2015). Cuidados paliativos no câncer e os princípios doutrinários do SUS. Saúde debate, 39 (106), 881-892. DOI: 10.1590/0103-1104201510600030026.
Mishima, S. M., Aiub, A. C., Rigato, A. F. G., Fortuna, M., Matumoto, S., & Ogata, M. N. et al. (2015). Managers' perspective on continuous health education in a region of São Paulo State. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(04), 665-673. DOI: 10.1590/S0080-623420150000400018.
Neme, C. M. B. (2010). Psico-oncologia: caminhos e perspectivas. São Paulo: Summus.
Neto, A. D. (2013). Ética nas decisões sobre o fim da vida: a importância dos cuidados paliativos. Nascer e Crescer, 22(04), 252-256.
Nunes, L. V. (2012). O papel do psicólogo na equipe. In: R. T. Carvalho, & H. A. Parsons (orgs), Manual de Cuidados Paliativos (2a ed., pp. 337-340). São Paulo: Academia Nacional de Cuidados Paliativos.
Queiroz, A. H. A. B., Pontes, R. J. S., Souza, A. M. A., & Rodrigues, T. B. (2013).Percepção de familiares e profissionais de saúde sobre os cuidados no final da vida no âmbito da atenção primária à saúde. Ciência & saúde coletiva, 18(09), 2615-2623. DOI: 10.1590/S1413-81232013000900016.
Rezende, L. C. S., Gomes, C. S., & Machado, M. E. C. (2014). A finitude da vida e o papel do psicólogo: perspectivas em cuidados paliativos. Revista Psicologia e Saúde,06(01), 28-36. https://doi.org/10.20435/pssa.v6i1.321
Santana, J. C. B., Pessini, L., & Sá, A. C. (2017). Vivências de profissionais da saúde frente ao cuidado de pacientes terminais. Enfermagem Revista, 20(01), 1-12.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Daiane Linz da Silva de Jesus; Bruna Fernanda da Silva; Caroline Carnevalli; Natalia Veronez da Cunha Bellinati
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.