Ocorrência de Histoplasma capsulatum isolado no período de 2016 a 2019 em um Laboratório Estadual de Saúde Pública do Centro-Oeste Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8959Palavras-chave:
Histoplasmose; Histoplasma capsulatum; Imunossuprimido.Resumo
Objetivo: Analisar a ocorrência de Histoplasma capsulatum nas culturas para fungos que deram entrada em um Laboratório Estadual de Saúde Pública do Centro-Oeste brasileiro no período de 2016 a 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, constituído por culturas para pesquisa de fungos que deram entrada no referido laboratório e provenientes de Hospitais de Referência do Estado. As variáveis analisadas foram gênero, faixa etária, número de positividade e negatividade das culturas para Histoplasma capsulatum e espécime clínico utilizado para análise. Resultados: No período analisado, foi dada entrada de um total de 12.476 culturas para fungos, 2.262 foram positivas, das quais 313 identificou-se a presença do Histoplasma capsulatum. A prevalência percentual desse agente entre as amostras positivas correspondeu a 13,84, nas faixas etárias de 31 a 40 anos (19,28), de 41 - 50 anos (16,83) e de 51 a 60 anos (14,60), com maior prevalência no gênero masculino e quanto aos espécimes clínicos oriundas de medula óssea (85,00), linfonodo (64,29), líquido ascítico (42,86), sangue (39,96) e abscesso (33,33). Ao analisar a razão de prevalência verificou possível associação de histoplasmose em amostras de pacientes, cujas principais matrizes biológicas foram o sangue 6,28 (6,04 – 11,89), medula óssea 5,72 (4,52 – 68,12) e linfonodo (3,15 – 28,48). Conclusão: Nota-se frente à prevalência encontrada a relevância da notificação compulsória dessa micose a nível nacional, a fim de melhorar o monitoramento para subsidiar medidas que facilitem o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
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