Carga global de doenças: utilização no planejamento em saúde do Estado do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8987Palavras-chave:
Carga global da doença; Planejamento em saúde; Gestão em saúde.Resumo
O objetivo do presente artigo é apresentar a experiência e os resultados da utilização da abordagem de Carga Global de Doenças (CGD) no Planejamento em Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (RS), especialmente na construção do Plano Estadual de Saúde do período 2020-2023. Metodologia: a CGD utiliza na sua metodologia base de dados secundários e estudos populacionais para o cálculo de perda de saúde decorrente de doenças, lesões e fatores de risco por idade, sexo, ano e local. Para a análise descritiva quantitativa dos dados do RS foram utilizadas as informações do site do Institute for Health Metrics and Evaluation, da Universidade de Washington. Resultados: analisando a Carga Global de Doenças do Estado do RS por Anos de Vida Ajustados por Incapacidade (DALYs), para o período de 1990 e 2017, percebeu-se um aumento das condições crônicas. Apesar das contribuições da abordagem, foram identificados alguns desafios, tais como o difícil entendimento de não especialistas no tema e a necessidade da disponibilização dessas informações por Região de Saúde para os estados brasileiros. Conclusões: aponta-se a potência do uso da Carga Global de Doenças para identificar possíveis caminhos para o planejamento e para a tomada de decisão em saúde, bem como o desafio para a gestão do SUS em traduzir, nas metas prioritárias dos instrumentos de planejamento e gestão, as demandas de saúde identificadas a partir da GCD.
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