Análise do perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose visceral no estado do Piauí no período de 2009 a 2018

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9170

Palavras-chave:

Leishmaniose visceral; Incidência; Epidemiologia; Mortalidade.

Resumo

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma antropozoonose de alta letalidade, pode causar a morte em 90% dos casos não tratados, caracteriza-se por febre e hepatoesplenomegalia. É causada por protozoários da espécie Leishmania infantum chagasi e transmitida pelo flebotomíneo. No presente estudo fez-se a análise epidemiológica dos casos notificados no Piauí utilizando-se os dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2009 a 2018. A quantidade de casos de LV no Piauí é de 2 101, com incidência de 6,6/100.000 hab.. As cidades com maior incidência de LV para 100 000 hab. são: Avelino Lopes (28,09), Miguel Alves (26,98) e Pavussu (26,82). A faixa etária mais atingida é a de 0 a 4 anos (27,13/100 000 hab.). O gênero mais atingido foi o sexo masculino com 68% dos casos HIV. A taxa de letalidade encontrada foi 6,62%. A LV no Piauí possui caráter urbano, com destaque para a quantidade de casos na capital Teresina, que possui uma população muito maior que as outras cidades. A LV é mais incidente onde as condições de vida são precárias. Com base na análise apresentada é possível detectar os grupos de risco para LV e o que os torna mais suscetível. E com isso direcionar o controle da doença as esses grupos na tentativa de tornar o controle mais efetivo. Assim, exemplos semelhantes de controle efetivo da LV nas Américas com as mesmas características epidemiológicas podem ser utilizados.

Biografia do Autor

Evaldo Hipólito de Oliveira, Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba (1990), graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal da Paraíba (1991), graduação em Direito pela Universidade Federal do Piauí (1999), Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (2010), mestrado em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (2002), especialização em Vigilância Sanitária e Epidemiológica (1997) e Citologia Clínica (2005). Foi Diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Piauí-LACEN-PI (2003 a 2007). Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Piauí de microbiologia clínica e imunologia clínica (1994). Tem experiência na área de Farmácia (Interdisciplinaridade), atuando principalmente nos seguintes temas: análises clínicas ( bacteriologia, virologia, imunologia, citologia e hematologia ) e Vírus Linfotrópico de Células T Humanas-1/2-HTLV-1/2, HIV, HBV e HCV (Epidemiologa, Imunologia e Análise Molecular).

Referências

Almeida, A. S. D., Werneck, G. L. & Resendes, A. P. D. C. (2014). Classificação orientada a objeto de imagens de sensoriamento remoto em estudos epidemiológicos sobre leishmaniose visceral em área urbana. Cadernos de Saúde Pública, 30, 1639-1653. Obtido em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00059414

Alves, W. A. (2009). Leishmaniose visceral americana: situação atual no Brasil. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista (Online), 6(71), 25-29. Obtido em: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-27220090011000 03&ln g=pt&n rm=iso=pt

.

Batista, F. M. A., Machado, F. F. O. A., Silva, J. M. O., Mittmann, J., Barja, P. R. & Simioni,

A. R. (2014). Leishmaniose: perfil epidemiológico dos casos notificados no estado do Piauí entre 2007 e 2011. Revista Univap, 20(35), 44-55. Obtido em: http://dx.doi.org/10.18066/re vuniva p.v20i35.180

Brasil (2014). Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Ministério da Saúde.Obtido em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_contro le_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf

Brasil (2015). Manual de recomendações para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com a coinfecção leishmania-HIV. Ministério da Saúde. Brasília-DF. Obtido em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_diagnostico_leishmania_ hiv.pdf

Brasil (2017, outubro). Leishmaniose visceral. Ministério da Saúde. Obtido em: http

://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/28/leishvisceral-17-novo-layout.pdf

Carvalho, I. P. S. F. D. (2019). Leishmaniose visceral no Brasil: avaliação econômica dos esquemas de tratamento. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília. Obtido em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/36892/1/2019_IsisPoliannaSilvaFerreiradeCarvalho

.pdf

Costa, C. H. N., Pereira, H. F. & Araújo, M. V. (1990). Epidemia de leishmaniose visceral no Estado do Piauí, Brasil, 1980-1986. Revista de Saúde Pública, 24(5), 361-372. Obtido em: https://doi.org/10.1590/S0034-89101990000500003

De Oliveira et al (2010). Mortalidade por leishmaniose visceral: aspectos clínicos e laboratoriais. Rev Soc Bras Med Trop, 43, 188-193. Obtido em: https://www.research

gate.net/profile/Thiago_Fernandes7/publication/44593683_Mortality_due_to_visceral_leishm ania sis_Clinical_and_laboratory_characteristics/links/561b390908ae6d1730899360.pdf

De Oliveira, T. S. (2017). Boletim epidemiológico, leishmaniose visceral humana, Minas Gerais Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, 2010-2015. Obtido em http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/boletim-epidemiologico-leishmaniose- visceral-humana-minas-gerais-2010-2015/.

Farias, H. M. T., Gusmão, J. D., De Aguilar, R. V. & Barbosa, S. F. A. (2019). Perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana nas regiões de saúde do norte de Minas Gerais. Enfermagem em Foco, 10(2), 90-96. Obtido em: https://pesquisa.bvsalud.org

/portal/resource/pt/biblio-1016175

Guerra-Silveira, F., & Abad-Franch, F. (2013). Sex bias in infectious disease epidemiology: patterns and processes. PloS one, 8(4), e62390. Obtido em: https://doi.org/10.1371/jour nal.pone.0062390

Harhay, M. O., Olliaro, P. L., Costa, D. L. & Costa, C. H. N. (2011). Urban parasitology: visceral leishmaniasis in Brazil. Trends in parasitology, 27(9), 403-409. Obtido em: https

://doi.org/10.1016/j.pt.2011.04.001

Idris, M., Farid, J., Gul, N., Ahmed, F. & Irshad, R. (2017). Leishmaniose visceral em adultos. Journal of Ayub Medical College Abbottabad, 29 (3), 511-512. Obtido em: https

://jamc.ayubmed.edu.pk/index.php/jamc/article/view/2832

Lindoso, J. A., Cota, G. F., da Cruz, A. M., Goto, H., Maia-Elkhoury, A. N. S., Romero, G.

A. S., de Sousa-Gomes, M. L., Santos-Oliveira, J. R., & Rabello, A. (2014). Visceral leishmaniasis and HIV coinfection in Latin America. PLoS Negl Trop Dis, 8(9), e3136. Obtido em: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0003136

Lima, J. R. D. (2017). Estudo prospectivo de pacientes com Leishmaniose Tegumentar Americana em Manaus (AM): fatores imunológicos envolvidos no curso terapêutico com antimonial pentavalente. Dissertação de Mestrado. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Obtido em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22948

Marcondes, M. & Rossi, C. N. (2013). Visceral leishmaniasis in Brazil. Braz. j. vet. res. anim. sci, 50(5) 341-352. Obtido em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-789894

Martins-Melo, F. R., Lima, M. S., Jr Ramos, A. N., Alencar, C. H. & Heukelbach, J. (2014). Mortality and Case Fatality Due to Visceral Leishmaniasis in Brazil: A Nationwide Analysis of Epidemiology, Trends and Spatial Patterns. PLoS One. 9 (4). Obtido em: https://doi. org/10.1371/journal.pone.0093770

Morais, M. H. F., Fiuza, V. D. O. P., Araújo, V. E. M. D., Menezes, F. C. D. & Carneiro, M. (2015). Avaliação das atividades de controle da leishmaniose visceral em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2006-2011. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24, 485-496. Obtido em: ht tps://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300014

Moura, E. R., Lima, M. A., Costa, R. H. F., Mendes, J. R., Abreu, I. M., Sales, L. K. S., Silva,

B. L., Moura, M. L. V., Silva, F. V. S. & Silva, K. M. R. (2018) Leishmaniose e suas variantes no estado do Piauí. Revista interdisciplinar de ciências médicas: anais.

Nascimento, E. T., Moura, M. L. N., Queiroz, J. W., Barroso, A. W., Araujo, A. F., Rego, E. F., Wilson, M. E., Pearson, R. D. & Jeronimo, S. M. (2011). The emergence of concurrent HIV-1/AIDS and visceral leishmaniasis in Northeast Brazil. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 105(5), 298-300. Obtido em: https://doi.org/10.101 6/j.trstmh.2011.01.006

Neves, D. P., Linardi, P. & Vitor, R. (2019). Leishmaniose visceral americana. In Neves, D. P., Linardi, P. & Vitor, R., Parasitologia humana (13a ed., Cap. 10, 69-90). São Paulo: Atheneu. Obtido em: https://docero.com.br/doc/s1xnns

Nogueira, R. A. (2018). Leishmaniose visceral em São Luís: uma avaliação após a descontinuidade do programa de controle de zoonoses. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. Obtido em: https://tedebc.ufma.br/jsp ui/handle/tede/tede/2177

Organização Mundial da Saúde (OMS) (2017) Doenças tropicais negligenciadas. Obtido em http://www.who.int/neglected_diseases/diseases/en

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) (2019, dezembro). Leishmanioses: Informe Epidemiológico nas Américas. Washington. Obtido em: www.paho.org/leishmaniasis

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) (2018 fevereiro). Leishmanioses: Informe Epidemiológico nas Américas. Washington. Obtido em: www.paho.org/leishmaniasis

Rocha, L.; Ferreira, V. (2019) Raio-X do flebotomíneo. Instituto Oswaldo Cruz. Obtido em http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3337&sid=32&tpl=printerview.

Rodrigues, A. C. E. (2008). Características epidemiológicas e distribuição espacial da enzootia canina de Leishmaniose Visceral na cidade de Teresina, Piauí, no período de 2003 a 2006. Dissertação de Mestrado. Fundação Oswaldo Cruz, Teresina. Obtido em: https

://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4729

Rodríguez, N. E., Lima, I. D., Dixit, U. G., Turcotte, E. A., Lockard, R. D., Batra-Sharma, H., Nascimento, E. L., Jeronimo, S. M. B. & Wilson, M. E. (2018). Epidemiological and experimental evidence for sex-dependent differences in the outcome of Leishmania infantum infection. The American journal of tropical medicine and hygiene, 98(1), 142-145.Obtido em: https://doi.org/10.4269/ajtmh.17-0563

Silva, J. P. D., Werneck, G. L., Macedo, E. C., Carvalho, H. D. & Cruz, M. D. S. P. (2012). Factors associated with Leishmania chagasi infection in domestic dogs from Teresina, State of Piauí, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 45(4), 480-484. Obtido em: https://doi.org/10.1590/S0037-86822012005000009

Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN), (2020). Informações de Saúde (tabnet) Obtido em: http:www.portalsinan.s aude.gov.br.

Spitzer, M., Robbins, N., & Wright, G. D. (2017). Combinatorial strategies for combating invasive fungal infections. Virulence, 8(2), 169-185. Obtido em: 10.1080/21505594.2016.11 96300.

Ursine, R. L., Paranaíba, L. F., Dias, J. V. L., Morais, H. A. & Pires, H. H. R. (2016). Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral humana e canina em municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde de Diamantina, Minas Gerais, Brasil (2007-2012). Tempus Actas de Saúde Coletiva, 10(1), 179-193. Obtido em: https://doi.org

/10.18569/tempus.v10i1.1716

Downloads

Publicado

03/11/2020

Como Citar

RODRIGUES, F. R. .; SOUSA, V. C. de .; OLIVEIRA, E. H. de . Análise do perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose visceral no estado do Piauí no período de 2009 a 2018. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e489119170, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.9170. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9170. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde